quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O DINHEIRO É UMA DROGA E A ESQUERDA UNIDA UM PAPÃO



Aí vêm com mais papão. A Esquerda Unida mete medo aos que estão bem na vida mas querem ainda mais para ficarem imoralmente melhor. Se possível serem como o Ricardo Salgado e associados. Depois dá no que dá, revelam-se uma cambada de vigaristas que vendem a alma ao diabo por via das ganâncias. 

Num estudo revelado há algum tempo cientistas concluíram que o vício pelo dinheiro é comparável ao das drogas usadas pelos toxicodependentes. A reação no cérebro é semelhante. Todos os dias os gananciosos viciados têm de ter a sua dose. Nem que tenham de roubar, de vigarizar, de vender a alma ao diabo, têm de ter a sua dose. O governo de Passos tem sido um bom traficante disso. Tem fornecido os viciados gananciosos tramando os portugueses que foram empurrados para a miséria, para a fome. Tudo com o aval de um sujeito que se diz ser presidente da República mas não desta Pátria Lusa, sim da pátria do cifrão. Outro viciado.

Vá com calma e leia este Curto por Luísa Meireles. Jornalista. Já sabe que tem de ler e pensar com a sua própria cabeça. A manipulação anda à solta. Para uns quantos até parece que vivemos no 24 de Abril e que no dia seguinte os horrores da esquerda vão ficar à solta. Cuidado, em Portugal há muito reacionário. Na comunicação social é o que não falta. Importa saber separar o trigo do joio.

Passem um bom dia, se conseguirem e vos deixarem em paz.

Redação PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Luísa Meureles - Expresso

Todos em suspenso do que aí vem

Prepare-se: é tempo de apertar o cinto. Vamos atravessar um período de turbulência, que esperamos seja breve (mas não garantimos). Endireite as costas do assento, respire fundo e mantenha-se calmo. Mas não desespere.

Estes são tempos estranhos. Tempos históricos? O tempo o dirá, mas como diz Tiago Freire no Diário Económico de hoje, "a 4 de outubro o mundo era uma coisa, dez dias depois, o mundo está ao contrário". O normal cidadão português começa a sentir-se desorientado com a torrente de notícias que lhe está a cair em cima.

Com todos à espera de uma reunião decisiva entre a coligação e o Partido Socialista - desta vez no Largo do Rato - para uma discussão sobre as premissas de um compromisso para um novo Governo, saíu... nada. Roubo a expressão ao meu diretor para a descrever, quando ao fim de mais de duas horas os líderes partidários surgiram nas televisões: "do vazio total... ao rigorosamente nada". As primeiras palavras foram as usadas por António Costa, na semana passada, ao sair da sede do PSD, as segundas pronunciou-as ontem Pedro Passos Coelho na sede do PS. Foi a vez deste dizer: reunião inconclusiva, "não avançamos absolutamente nada".

António Costa, por sua vez, reafirmou a sua insatisfação com o documento apresentado pela coligação (documento facilitador do compromisso, chamaram-lhe) onde esta, supostamente, teria satisfeito os eventuais requisitos que o líder do PS poderia colocar. Os socialistas queriam ver mais sobre o estado das finanças públicas e o impacto das promessas da coligação, e Costa até enumerou os elementos que faltavam. Quanto ao documento que foi analisado na reunião, as cedências eram afinal poucas, apesar da abertura declarada ser total e ir ao ponto de admitir António Costa no Governo ou outro qualquer socialista. O isco não passou, e os rostos, antes mesmo de os líderes da coligação falarem, disseram tudo. Costa ainda adiantou, todavia, que não deixará o país cair no pântano e que haverá mais um esforço de diálogo, encarregando-se de enviar uma contra-proposta.

Por esta altura, na São Caetano à Lapa, hão de estar a interrogar-se: para quê? Afinal o que é que o PS quer? Passos não podia ser mais claro: "há ou não vontade política para se chegar a um entendimento?". A questão principal é mesmo essa e Passos espera agora o que dirá o Presidente da República, enquanto vai avisando que se o PS chegra a ser Governo, não contem com ele para qualquer acordo. À coligação não escapou com certeza que o PS, numa jogada dupla de xadrez, ao mesmo tempo que preparava a reunião no Rato, já tinha outras a decorrer, "longe dos holofotes dos jornalistas". Foram as tais "reuniões técnicas" para aprofundar as convergências entre o PC e o PS, que se realizaram afinal no Parlamento. Um sítio óbvio, certo? Mas, por enquanto, parece que não foram tão bem sucedidas como parece, mas dos pormenores pouco se sabe. O Observador traçaaqui um cenário possível do que querem uns e outros. O mesmo tipo de reunião técnica, mas com o BE, realizar-se-á hoje.

Portugal segue pois entre o perplexo, a inquietação e a excitação, o desenrolar inédito dos acontecimentos que pode conduzir a que uma formação política, tendo ganho as eleições, poder afinal não vir a governar. A coisa é comum em outros mundos, mas não no português. António Costa começa a dar sinais para onde se orienta, embora, titula o Público de hoje, "Sem acordo à direita ou à esquerdar, PS deixa passar governo de coligação". A ler. É a concretização da promessa que fez na noite eleitoral, de que não não fará maiorias do contra, ou seja, só ajudará a derrubar o Governo se tiver outro em alternativa. À cautela, deu ontem duas entrevistas a órgãos internacionais, uma à France Press, outra à Reuters, onde garante que "o PS não é o Syriza" e que "o PS está em melhores condições para formar governo que a direita". É o costume, nestes casos, para sossegar os mercados, preocupados com a estabilidade acima de tudo (e nós também, já agora). Ah, e vai reunir-se hoje com os embaixadores da União Europeia, tentando esclarecer a Europa.

António Vitorino falava ontem de um "verdadeiro terramoto político" sobre a hipótese de um Governo à esquerda - coisa nunca vista no Portugal depois do 25 de Novembro (a propósito, vai fazer 40 anos dentro de um mês) - e que o próprio Costa tinha declarado, minutos antes, ser um muro que pode cair. Não é o de Berlim, mas o de Novembro. A "inovação constitucional" do Presidente, ao exigir um Governo de maioria ao vencedor, somada à "inovação do PC", que se dispôs a viabilizar um Governo socialista, resultaram neste quadro. Santana Lopes quer o Presidente a nomear Passos Coelho primeiro-ministro, mesmo que este não passe no Parlamento, depois de ter afirmado que seria a "suprema ironia" se Cavaco Silva, depois disto tudo, saísse de Belém dando posse a um Governo de esquerda.

Nada disto é pacífico, nem mesmo entre os socialistas, onde se prepara um referendo e se prevê borrasca gorda. Eurico Brilhante Dias, um segurista que foi eleito por Castelo Branco, dizia na televisão que temia uma aventura e que preferia ver "uma casa comum da esqueda num outro cenário, o da vitória do seu partido".Carlos Zorrinho, hoje, no Público, alerta para coisa semelhante. Espera-se agora a metralha pesada de Francisco Assis, que é entrevistado esta noite na RTP. Exemplar para o que pode vir a acontecer no Partido Socialista, onde se prepara um referendo interno, ao que se sabe.

Sobre o momento que vivemos, há opiniões para tudo, como sempre: Manuel Villaverde Cabral fala da Esquerda Unida, João Vieira Pereira das "Oito verdades que Costa não está a ver" e até a historiadora Fátima Bonifácio parte para o ataque de carácter. Em outro ângulo, o Daniel Oliveira aborda as questões da legitimidade e o Ricardo Costa as do "Arco da governação", que mudou, pois claro. O Rui Tavares, no Público, também dá "Ideias para fazer". E o José Vítor Malheiros diz"Entrou uma luz pela porta da esquerda". É caso para dizer, como Francisco Louçã: "Que ninguém se afogue no Rubicão"!

Claro que as negociações para o Governo não deixaram de ofuscar a formalização da candidatura de Maria de Belém .. a Belém. Disse simplesmente que se candidatava para disputar a vitória, numa cerimónia cheia de senadores socialistas.

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