Lisboa,
08 nov (Lusa) -- A eurodeputada Ana Gomes, observadora da União Europeia às
eleições na Birmânia que decorreram hoje disse à Lusa que na zona da capital
birmanesa assistiu a um processo que decorreu bem e com calma.
"Eu
só posso falar por aquilo que eu vi e, portanto, é uma visão muito limitada e
muito parcial. Ainda não fiz o confronto com os meus colegas que estão cá na
missão do Parlamento Europeu e da missão da União Europeia. No grupo em que
estava integrada tudo correu bem e com calma", disse Ana Gomes em contacto
telefónico a partir de Lisboa, acrescentando que o processo lhe lembrou
Timor-Leste pela calma e compostura das pessoas.
Sobre
locais visitados, Ana Gomes disse que o ato eleitoral correu com ordem, foi
pacífico e que as pessoas estavam claramente muito "entusiasmadas"
por votar.
"Nos
sítios onde eu estive registou-se uma elevada afluência", disse ainda a
eurodeputada portuguesa que esteve em Rangum mas também numa zona fora da
capital.
As
assembleias de voto para as eleições legislativas que decorreram hoje na
Birmânia fecharam às 16:00 (09:30 em Lisboa) tendo Ana Gomes assistido também
ao início da contagem dos votos.
"Os
resultados vão sendo conhecidos parcialmente, são públicos mas o processo de
contagem vai demorar algum tempo. Os resultados oficiais vão demorar alguns
dias", acrescentou a eurodeputada socialista.
A
líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, 70 anos, prémio
Nobel da Paz, apresentou-se como a provável vencedora seguida pelo dirigente do
Partido para o Desenvolvimento e Progresso da União (USDP, na sigla em inglês).
Seja
qual for o resultado, o presidente da Birmânia, Thein Sein prometeu respeitar a
vontade dos eleitores expressa nas urnas.
"Aceitaremos
o desejo dos eleitores, seja qual for. O mais importante para este país é a
estabilidade e o desenvolvimento" disse o chefe de Estado no momento em
que votava acompanhado pela mulher no centro eleitoral de Naipyido.
Thein
Sein foi primeiro-ministro da última Junta Militar e desde 2001 encabeça um
governo civil que defende a implementação de reformas no sentido de uma
"democracia disciplinada".
PSP
// JMR
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