A
porta-voz do BE, Catarina Martins, disse hoje pertencer à geração que irá
"derrotar Cavaco Silva e a sua política mesquinha", a mesma geração a
quem o Presidente da República respondeu "com autoritarismo e
polícia", enquanto primeiro-ministro
"Somos,
sim, a geração que cresceu com Cavaco Silva a responder com autoritarismo, e
com polícia, a toda a contestação. Somos a geração que cresceu com Cavaco Silva
a acabar com a gratuitidade do acesso à educação e somos, por isso também,
parte do número de gerações que hoje se aliam, porque não aceitaram o discurso
da direita de pôr geração contra geração", assinalou a líder do Bloco de
Esquerda (BE), durante a sessão de solidariedade com as vítimas dos atentados
de Paris, que substituiu a prevista apresentação da candidatura de Marisa
Matias.
E
Catarina Martins acrescentou: "Somos também a geração que sabe que as
gerações não se substituem, se acrescentam e que iremos derrotar Cavaco Silva e
a sua política mesquinha para este país".
Nas
críticas ao Presidente da República, Catarina Martins assinalou que, "quem
está em Belém neste momento diz zero à democracia e zero à soberania" de
Portugal, lembrando como Cavaco Silva "ousou mesmo referir como
compromisso internacional que o país terá de cumprir, mais uma vez sem referir
a Constituição, o tratado transatlântico que é um acordo comercial entre a
União Europeia e os EUA que está a ser negociado mas ainda nem sequer
existe".
"O
que está a comandar o país tem sido a completa subserviência, não só à
estrutura institucional da União Europeia mas, mais do que isso, aos interesses
das grandes corporações económicas, aos acordos que fazem e, portanto, a
completa subjugação de um país a interesses internacionais contrários à vida
concreta de quem aqui vive", realçou.
Por
isso, para a porta-voz bloquista, o que "está em cima da mesa", nas
próximas eleições, é saber se os portugueses aceitam "essa subjugação do
povo e a subserviência do país ou se faremos umas eleições presidenciais sobre
a necessidade absoluta de responder às pessoas e de levar a sério a democracia".
"E
quando chegamos às condições da democracia deste país (...) [vemos que] estão a
mudar. E nós bem vemos o desespero da direita e toda a chantagem, mas está a
mudar e isso não é pouco. E esse é um caminho que já não volta atrás",
assegurou.
Para
Catarina Martins, "o sonho da direita" que residia em ter uma
maioria, um governo e um presidente, foi "o pesadelo do país nestes quatro
anos", sonho esse que foi acabado pelo "milhão que votou à esquerda
do centrão, no dia 04 de outubro", os "obreiros de uma
esperança".
Esperança
que, explicou, se "concretizará com a derrota da direita na Presidência da
República e, portanto, com a criação de novas condições para que haja uma
aragem fresca, forte, um cheiro a democracia no ar que o país bem
precisa".
Na
sequência dos atentados ocorridos em Paris, Beirute e do incêndio no campo de
refugiados em Calais, a sessão de apresentação da candidatura de Marisa Matias,
prevista para esta tarde, foi substituída por uma sessão de solidariedade para
com as vítimas.
Apresentado
como mandatário nacional da candidatura de Marisa Matias a Belém, António
Capelo lamentou os últimos "anos terríveis", desde "que esta
mosca nos caiu no prato".
Referindo-se
a Pedro Passos Coelho e à coligação de direita, o mandatário disse mesmo:
"Ele é trauliteiro mesmo. Eles andam assustados [e] querem mudar tudo, até
a própria democracia".
No
início da sessão, foi a vez de Miguel Guedes, músico dos Blind Zero, lamentar a
"vergonha" de quem quer "mudar as regras do jogo, porque não
aguenta a ideia" de um governo de esquerda.
Sobre
a candidatura de Marisa Matias, que acredita "poderá forçar a segunda
volta", assinalou que, "num momento em que há patetas a discutir a
conduta das mulheres em partidos, esta é a melhor resposta".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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