Um
ano após assumir o cargo de porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina
Martins afirma que o partido está unido, "faz a diferença" mas recusa
o mérito individual salientando que está a ser um "caminho coletivo".
Em
declarações à agência Lusa, Catarina Martins, que a 30 de novembro de 2014
assumiu aquele cargo depois da criação de uma Comissão Permanente que extinguiu
a liderança "bicéfala" que partilhava com João Semedo, a porta-voz do
Bloco de Esquerda considera que o partido fez aquilo que disse que iria fazer e
apontou as eleições legislativas na Madeira como a primeira "vitória"
da nova liderança.
Atriz,
mestre em Linguística, aos 42 anos a porta-voz da terceira maior força política
do país, admite haver "um certo centrão" a quem pode ainda fazer
confusão uma mulher, jovem, ter um lugar de liderança política, mas salienta
que o voto de confiança no BE nas legislativas de 04 de outubro "mostrou
que há quem deseje que a política responda de forma diferente" e que
"é possível mudar" o rumo do país.
"Não
é sozinha [que lidera o partido]. O Bloco de Esquerda tem um trabalho coletivo.
Continuamos a fazer o nosso trabalho, continuamos a fazer aquilo que achamos
que é o papel do BE: compromissos claros com as pessoas e nunca desistir de
fazer mudanças concretas no tempo das nossas vidas", disse.
Embora
seja a cara da Comissão Permanente que conduz o BE, composta ainda por Pedro
Soares, Pedro Filipe Soares, Joana Mortágua, Adelino Fortunato e Nuno Moniz, a
também deputada rejeitou, reiteradamente, que o resultado positivo do Bloco a
04 de outubro tenha sido o espelho das suas capacidades.
"Mas
é preciso dizer que isto não vem só destas eleições, não vem só deste ano de
trabalho, é um trabalho que vem de antes e que foi construído por toda a
gente", referiu.
"Estas
eleições são, acima de tudo, espelho da enorme esperança de uma nova forma de
fazer politica e que a política passe a ser o lugar de nós todos falarmos de
temas que percebemos, com uma linguagem que todos consigamos perceber, para
construirmos coletivamente o futuro. Esse é o nosso caminho do qual faço parte,
mas faço parte com os meus camaradas, coletivamente. É assim que deve
ser", salientou.
Sobre
o caminho que o BE começou quando foi designada porta-voz da já referida
comissão, Catarina Martins destacou os resultados obtidos.
"Julgo
que aquilo que dissemos que íamos fazer fizemos. Há um bloco unido, há um bloco
capaz de ser prepositivo e de fazer a diferença na vida das pessoas. Lembro que
em março deste ano o BE teve a sua primeira vitória quando duplicou o número de
deputados na Assembleia Legislativa da Madeira depois de ter tido maus
resultados. Tivemos um resultado extraordinário nessas eleições regionais da
Madeira", explicou.
Apesar
dos bons resultados alcançados, porta-voz do bloco assegura que o partido
continua a "fazer o trabalho, continua a fazer aquilo que acha que é o
papel do BE: compromissos claros com as pessoas e nunca desistir de fazer
mudanças concretas no tempo das nossas vidas".
Sobre
o futuro, Catarina Martins disse estar consciente que o caminho não será fácil.
"Vai
ser preciso muito mais. O mais difícil vem sempre a seguir e é para isso que cá
estamos", finalizou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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