O
líder parlamentar do PS frisou hoje que um acordo com PCP e Bloco de Esquerda
tem de ficar "aclarado" até à discussão do programa de Governo
PSD/CDS-PP e só com alternativa consolidada votará ou apresentará moção de
rejeição.
Carlos
César falava aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro dos
Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, na Assembleia da República, ocasião
em que optou por usar uma linguagem "prudente e responsável" sobre
uma eventual conclusão de um acordo de Governo entre o PS, o Bloco de Esquerda
e o PCP.
O
presidente do Grupo Parlamentar socialista deixou a seguinte mensagem:
"Enquanto não existir um acordo firmado com o PCP e Bloco de Esquerda, não
vale a pena valorar o estado das negociações como estando a 90 ou a 40 por
cento".
"Quando
houver esse acordo, ele deverá ser comunicado e é importante que esse acordo
seja aclarado, evidentemente, antes da discussão do programa do Governo [que se
inicia na segunda-feira], porque é esse o compromisso do PS. Nós só nos
constituiremos como uma força política que contribui para o derrube do Governo
PSD/CDS se formos simultaneamente portadores de uma alternativa responsável,
estável, com sentido durador e que proporcione aos portugueses um sentimento de
tranquilidade e de confiança", afirmou.
O
presidente do Grupo Parlamentar insistiu neste ponto: "Não votaremos nem
apresentaremos nenhuma moção de rejeição se não tivermos em simultâneo a
garantia que temos uma alternativa acordada e consolidada com os restantes
partidos políticos".
Nas
respostas às questões colocadas por jornalistas, o presidente do Grupo
Parlamentar do PS também deu indicações de que não está acordada a apresentação
de uma moção de rejeição comum de socialistas, PCP e Bloco de Esquerda ao
Governo PSD/CDS-PP, dando mesmo, pelo contrário, um sinal de que a maior
probabilidade passará pela apresentação de iniciativas separadas.
Até
agora, segundo Carlos César, o PS "não se desviou do cenário" de
procurar concluir um acordo sólido com as forças à sua esquerda.
"Se
esse acordo for conseguido - e presume-se que tem uma alta probabilidade de o
ser -, votaremos a nossa própria moção de rejeição, se for ela a primeira a ser
votada. Se assim não for, vale aquilo que dissemos na noite das eleições [de 04
de outubro]: Não deixaremos o país sem Governo", referiu.
Perante
os jornalistas, o presidente do Grupo Parlamentar do PS deixou também o sinal
de que se oporá à intenção de PSD e CDS iniciarem já a constituição das
comissões parlamentares e de procederem imediatamente ao arranque dos trabalhos
em plenário.
Aqui,
Carlos César usou a ironia na resposta: "Se, por exemplo, o executivo da
coligação PSD/CDS apresentasse hoje o seu programa de Governo, depois de amanhã
[quinta-feira] já poderíamos estar aqui a discuti-lo em plenário - e o
parlamento estaria a funcionar mais cedo", respondeu o ex-presidente do
Governo Regional dos Açores.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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