A
antiga primeira-ministra de Moçambique Luísa Diogo considerou hoje em Maputo
que o país ainda não encontrou o caminho do crescimento humano, apesar de estar
a trilhar um rumo de crescimento económico robusto.
"Em
termos de impacto [do investimento estrangeiro e do crescimento económico] na
vida das pessoas, Moçambique ainda procura o caminho da inclusão e da humanização",
afirmou Diogo, falando sobre o tema "Promover o Investimento e
Diversificar a Economia", durante o 1º Grande Fórum Mozefo 2015, uma
plataforma de diálogo entre diversos atores sociais, promovido pelo grupo de
media privado Soico.
Reiterando
que Moçambique é uma das economias que mais crescem no mundo, a
ex-primeira-ministra moçambicana destacou a necessidade de o país diversificar
o setor produtivo, apostando nas áreas com resultados no combate à pobreza.
"A
diversificação da economia e o investimento são fatores fundamentais para a
humanização, porque podem permitir o acesso dos benefícios do crescimento
económico à maioria da população e criar mais emprego", assinalou Luísa
Diogo.
A
agricultura, agroprocessamento, comércio informal e informal são setores com
potencial indutor para o combate à miséria no país, prosseguiu Diogo, que
também exerceu as funções de ministra e vice-ministra das Finanças.
Para
a ex-governante, atualmente presidente de um dos principais bancos do país, a
economia moçambicana ainda apresenta fragilidades estruturais cuja superação é
urgente.
"A
economia moçambicana é robusta no seu crescimento, mas é frágil na sua
estrutura", frisou Luísa Diogo, anotando que "a pobreza estagnou nos
54% e o país está em 178º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano".
Diogo
defendeu que há contextos em que um país deve enveredar por políticas de
proteção da produção nacional, como quando o governo moçambicano precisou de
revitalizar a indústria do açúcar e defendê-la da concorrência dos "gigantes
da região no setor açucareiro.
Por
seu turno, Eneas Comiche, ex-ministro das Finanças e antigo governador do Banco
de Moçambique, defendeu a urgência de os moçambicanos mudarem de mentalidade e
ser proactivos, para que o país possa aproveitar os níveis de crescimento
económico que vem registando nos últimos anos.
"Não
podemos ficar na expetativa e ficar à espera de ver os outros fazerem, todos
têm de se sentir envolvidos no processo de desenvolvimento do país",
salientou Comiche.
A
aposta na diversificação dos produtos e mercados, continuou o antigo
governante, agora deputado, é essencial para que o país combata a pobreza, tal
como a aposta na inovação e desenvolvimento tecnológico.
Por
seu turno, o economista Roberto Tibana, defendeu que o país deve tirar lições
de experiências do passado para também apostar em investimentos que dão emprego
e renda às famílias.
"Sabemos
como fazer as coisas e com que tipo de investimento, que tem há impacto na vida
das pessoas", realçou Tibana, apontando o pouco emprego criado por uma
grande indústria e o potencial de criação de trabalho em projetos de menor
dimensão.
PMA
// APN - Lusa
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