quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Angola. HÁ MUITO PARA FAZER



Jornal de Angola, editorial

As pequenas e micro empresas, bem como iniciativas simples de negócios devem continuar a merecer a atenção quer por parte de pequenos empreendedores como das autoridades para que o processo de criação de postos de trabalho e criação de riqueza avance.

O processo de diversificação da economia tem de acelerar preferencialmente com o fomento de pequenas iniciativas, contrariamente à ideia de que temos de contar somente com os grandes projectos. Em tempos de dificuldades de natureza económica e financeira, urge fazer a apologia do potencial criativo dos angolanos e angolanas para as iniciativas que fazem “andar” a economia. Nada está  perdido, independentemente das expectativas optimistas serem aparentemente ofuscadas por incertezas, próprias dos fenómenos económicos cíclicos acontecem no mundo.

As dificuldades actuais não podem servir de pretexto para que   pequenos negócios deixem de exercer o seu papel, na medida em que é urgente maximizar as vantagens resultantes deste período. Como sucede com boa parte das economias, hoje muito interdependentes e vulneráveis a fenómenos imprevisíveis, as fases de dificuldades acarretam tanto vantagens como  desvantagens. É verdade que a prudência aconselha a um optimismo comedido para lidar com a presente situação económica e financeira, mas a transformação das vantagens em oportunidades não devem ser postas de lado.

Há dias foi lançada uma plataforma para viabilizar a realização de negócios, uma ferramenta virada para empreendedores e todos quantos dão o primeiro passo no mundo dos negócios. Trata-se da Rede Crédito Angola, um produto de uma instituição financeira não bancária que tem como objectivo  a localização  e promoção de bens e serviços.

Numa altura de dificuldades económicas e financeiras experimentados por várias famílias, comunidades e a população economicamente activa, a Rede Crédito Angola surge para cobrir um vazio.

Sem dúvida  que, ao lado das instituições financeiras bancárias, a Rede Crédito Angola de crédito vai ter um papel importante na promoção do crédito ao consumo, além de outras esferas de intervenção. Com as atenções viradas para todos os segmentos da população, a iniciativa aposta no mercado com o crédito Grupo, Investimento, Jovem e o Amigo, denominação dos produtos que vão estar disponibilizados no mercado angolano. Com taxas de juro atractivas, não há dúvida de que estamos em presença de uma iniciativa há muito esperada por todos quantos queiram  ver os seus projectos financiados.

Sedeada em Luanda e com autorização do banco central angolano, a Rede Crédito Angola vai inicialmente operar em nove províncias, citando apenas algumas como a de Cabinda, Huambo, Benguela, Lubango, Malanje, Namibe, Cuanza Norte. Acreditamos que à medida que o negócio se expande, outras províncias vão merecer   a presença desta importante iniciativa, virada essencialmente para os jovens empreendedores e empresários.  A administradora executiva do projecto esclareceu que os procedimentos para acesso  aos produtos da sua instituição estão desburocratizados para facilitar o processo. Instamos  todos os empreendedores e empresários a fazer prova contrária das alegações, muitas vezes levantadas, segundo as quais escasseiam os meios e vias para financiamento dos seus projectos.

Estão abertas as portas da Rede Crédito Angola cujos valores para financiamento, nesta fase inicial, vão de duzentos dólares a seis milhões de dólares, segundo informação da a Rede Crédito Angola.

Com ao auxílio desta instituição financeira podemos ver solucionada parte dos problemas, em matéria de financiamento,  que inviabilizam a criação de uma rede retalhista bem estruturada no país. As actividades comerciais, de pequena e média dimensão, o trabalho dos vendedores ambulantes e de produtores pode conhecer um novo ímpeto à medida que a Rede Crédito Angola se expanda pelo país.

Esperamos que a criação de parcerias nas áreas de entretenimento, pesca, agricultura, turismo, hotelaria, moda, entre outras, conheça uma nova fase para fomentar o auto-emprego, o nascimento de vários postos de trabalho, criação de riqueza e bem-estar para as famílias. Está na hora de os nossos empreendedores e empresários fazerem jus ao ditado segundo o qual se acredita que um país grande se constrói com pequenas iniciativas, tais como as dos nossos dedicados   homens e mulheres de negócios.

O Estado angolano conta com este segmento, cujas pequenas iniciativas têm um potencial muito grande para fazer crescer a economia. Vivemos tempos de dificuldades, é verdade, mas podemos  livrar-nos das amarras desta fase ou, pelo menos, contrariar significativamente os seus efeitos.

Independentemente do período menos bom por que passa o país, as famílias e as empresas, em termos económicos e financeiros, muita coisa se pode fazer, sendo fundamental promover a ideia de que nem tudo está perdido.

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