segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Portugal. Cavaco diz que se vive tempo de incerteza e que há um modelo político a defender



O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje (01.01.2016) que se vive um tempo de incerteza e que há um modelo político, económico e social a defender, que é aquele que vigorou nas últimas décadas.

Na sua última mensagem de Ano Novo como chefe de Estado, Cavaco Silva considerou que a sociedade civil portuguesa "tem por adquiridos os princípios da liberdade e da democracia, identifica-se com os valores civilizacionais do Ocidente e com o modelo de desenvolvimento económico e social da Europa".

Mais à frente, o Presidente da República acrescentou: "Vivemos um tempo de incerteza. Temos o dever de defender o modelo político, económico e social que, ao longo de décadas, nos trouxe paz, desenvolvimento e justiça".

"Temos de renovar o contrato de confiança entre todos os portugueses, aquilo que constitui a maior razão para acreditarmos num futuro melhor, para nós e para os nossos filhos. Com esperança no futuro, desejo aos portugueses - a todos os portugueses - um feliz Ano Novo", concluiu.

Nesta mensagem, Cavaco Silva deixou uma nota de apelo ao combate às desigualdades e à pobreza, e outra a favor do acolhimento dos imigrantes que querem integrar-se em Portugal.

"É fundamental combater as desigualdades e as situações de pobreza e exclusão social, que afetam ainda um grande número de cidadãos: os idosos mais carenciados, os desempregados ou empregados precários, os jovens qualificados que não encontram no seu país o reconhecimento que merecem", declarou.

Sobre as migrações, o chefe de Estado referiu que, "ao longo da história, muitos milhares de portugueses partiram para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida" e que, "há quarenta anos, Portugal acolheu muitos milhares de portugueses vindos das antigas colónias de África".

"Temos, assim, o dever de acolher aqueles que nos procuram para se integrarem na nossa sociedade, partilhando connosco os valores e princípios de que nunca abdicaremos: a democracia e a liberdade, a tolerância e a dignidade da pessoa humana, o respeito pela nossa cultura e pelas nossas tradições", defendeu.

Segundo Cavaco Silva, "numa Europa marcada por tensões e conflitos, onde em várias paragens emergem pulsões extremistas e xenófobas, Portugal deve afirmar a sua identidade universalista, o espírito com que, há mais de 500 anos, deu novos mundos ao mundo".

Logo no início da sua mensagem, o antigo primeiro-ministro e presidente do PSD disse que o Ano Novo "é sempre um tempo de incerteza, mas também de esperança", acrescentando: "Olhamos o futuro sem saber o que este nos trará".

Depois, Cavaco Silva reforçou esta ideia de dúvida em relação ao que o futuro trará, dizendo que os portugueses no seu conjunto são o "grande motivo de esperança num tempo de incerteza".

Aníbal Cavaco Silva, 76 anos, termina o segundo mandato como Presidente da República a 09 de março, quando será substituído pelo vencedor das eleições presidenciais, que estão marcadas para 24 de janeiro, com eventual segunda volta a 14 de fevereiro.
IEL // PNG - Lusa

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