O
Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje (01.01.2016) que se vive um tempo
de incerteza e que há um modelo político, económico e social a defender, que é
aquele que vigorou nas últimas décadas.
Na
sua última mensagem de Ano Novo como chefe de Estado, Cavaco Silva considerou
que a sociedade civil portuguesa "tem por adquiridos os princípios da
liberdade e da democracia, identifica-se com os valores civilizacionais do
Ocidente e com o modelo de desenvolvimento económico e social da Europa".
Mais
à frente, o Presidente da República acrescentou: "Vivemos um tempo de
incerteza. Temos o dever de defender o modelo político, económico e social que,
ao longo de décadas, nos trouxe paz, desenvolvimento e justiça".
"Temos
de renovar o contrato de confiança entre todos os portugueses, aquilo que
constitui a maior razão para acreditarmos num futuro melhor, para nós e para os
nossos filhos. Com esperança no futuro, desejo aos portugueses - a todos os
portugueses - um feliz Ano Novo", concluiu.
Nesta
mensagem, Cavaco Silva deixou uma nota de apelo ao combate às desigualdades e à
pobreza, e outra a favor do acolhimento dos imigrantes que querem integrar-se
em Portugal.
"É
fundamental combater as desigualdades e as situações de pobreza e exclusão
social, que afetam ainda um grande número de cidadãos: os idosos mais
carenciados, os desempregados ou empregados precários, os jovens qualificados
que não encontram no seu país o reconhecimento que merecem", declarou.
Sobre
as migrações, o chefe de Estado referiu que, "ao longo da história, muitos
milhares de portugueses partiram para o estrangeiro em busca de melhores
condições de vida" e que, "há quarenta anos, Portugal acolheu muitos
milhares de portugueses vindos das antigas colónias de África".
"Temos,
assim, o dever de acolher aqueles que nos procuram para se integrarem na nossa
sociedade, partilhando connosco os valores e princípios de que nunca
abdicaremos: a democracia e a liberdade, a tolerância e a dignidade da pessoa
humana, o respeito pela nossa cultura e pelas nossas tradições", defendeu.
Segundo
Cavaco Silva, "numa Europa marcada por tensões e conflitos, onde em várias
paragens emergem pulsões extremistas e xenófobas, Portugal deve afirmar a sua
identidade universalista, o espírito com que, há mais de 500 anos, deu novos
mundos ao mundo".
Logo
no início da sua mensagem, o antigo primeiro-ministro e presidente do PSD disse
que o Ano Novo "é sempre um tempo de incerteza, mas também de
esperança", acrescentando: "Olhamos o futuro sem saber o que este nos
trará".
Depois,
Cavaco Silva reforçou esta ideia de dúvida em relação ao que o futuro trará,
dizendo que os portugueses no seu conjunto são o "grande motivo de
esperança num tempo de incerteza".
Aníbal
Cavaco Silva, 76 anos, termina o segundo mandato como Presidente da República a
09 de março, quando será substituído pelo vencedor das eleições presidenciais,
que estão marcadas para 24 de janeiro, com eventual segunda volta a 14 de
fevereiro.
IEL
// PNG - Lusa
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