sábado, 16 de janeiro de 2016

Portugal. POR FAVOR, NÃO ELEJAM MAIS CAVACOS!





O general Ramalho Eanes declarou há dias que Sampaio da Nóvoa era semelhante a Cavaco Silva, declarou assim por considerar que Nóvoa é mesmo semelhante a Cavaco ou fê-lo para cativar votos entre os simpatizantes de Cavaco e das cores debotadas dos “laranjas” de Marcelo Rebelo de Sousa. O que Ramalho Eanes não equacionou, provavelmente, foi que muitos que estavam a pender para Nóvoa na votação eleitoral “fugiram”. É que de Cavaco ou de algo semelhante é mesmo de fugir a toda a velocidade. A partir de 1974, em Portugal, na República nunca esteve a representá-la coisa mais perniciosa que Cavaco.

Acontece que Nóvoa quer parecer (ou é) muito diferente de Cavaco, o que declarou em relação à Guiné Equatorial na CPLP é o oposto de Cavaco, que viu os cifrões do petróleo e demais “iguarias” no reino ditatorial de Obiang. Cheirou-lhe a fortuna. “Mais ditador sanguinário, menos ditador sanguinário, a Guiné Equatorial trará vantagens à CPLP… até talvez ao PSD e às minhas aplicações”, cogitou Cavaco. Mas que não, que teve de aceitar a adesão na CPLP do ditador assassino que domina a Guiné Equatorial por… E depois, empurrou Timor-Leste, e blá-blá… Ramos Horta não esteve pelos ajustes e enxovalhou Cavaco, que não reagiu. Fez o que sabe muito bem fazer: Tabu, Moita Carrasco!

Os quiserem que fiquem com Carrasco… Perdão, com Cavaco. Os que estiverem a fim de eleger Nóvoa que o façam. Os que não querem uma versão semelhante a Cavaco não votem em Nóvoa… Mas também não votem em Marcelo Cavaco Rebelo de Sousa. Há muito por onde escolher. Mais Cavacos é que não.

Por favor, não elejam mais Cavacos!

Sobre Nóvoa e o que disse podem ler a seguir. (FS/PG)

Nóvoa: "Guiné Equatorial é um caso muito grave" na CPLP

Candidato presidencial afirma que é preciso refletir sobre a participação do regime de Teodoro Obiang na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Sampaio da Nóvoa apontou esta sexta-feira à tarde a necessidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) refletir sobre a presença da Guiné Equatorial. Interpelado por um jovem, numa tertúlia no Porto, promovida pela sua candidatura, sobre a presença na CPLP de estados que violam os direitos humanos, "como Angola e a Guiné Equatorial", o candidato dividiu as águas. Mas lançou fortes críticas ao regime ditatorial de Teodoro Obiang.

"Não é comparável a Guiné Equatorial e Angola, por muito que nos custem algumas situações em Angola", argumentou Nóvoa. Recordando que, em tempo, tomou posição sobre a detenção de Luaty Beirão e outros ativistas angolanos, Sampaio da Nóvoa notou que "a Guiné Equatorial é um caso muito mais grave e muito pior".

O antigo reitor da Universidade de Lisboa defendeu que é preciso "fazer uma reflexão" sobre a participação deste estado-membro na CPLP. Mas avisando que Portugal não pode tomar "decisões unilaterais".

Sobre Angola disse ter defendido a libertação de Luaty Beirão porque, notou, não se pode "basear a relação" entre estados "em equívocos". Em outubro passado, Nóvoa publicou uma mensagem em que se dizia "sempre ao lado dos direitos humanos" e que, por isso, estava "ao lado de Luaty Beirão e de todos os homens e mulheres que lutam pela liberdade. Seja onde for".

Miguel Marujo – Diário de Notícias – Foto: Pedro Correia / Global Imagens

Nóvoa acusa Cavaco de ignorar famílias de vítimas de naufrágio

Para justificar como será a sua "Presidência de proximidade", Sampaio da Nóvoa apontou a falta do Presidente. "Nem um telefonema".

Matosinhos guardou-se esta sexta-feira à noite para uma receção de pavilhão cheio a Sampaio da Nóvoa, com o candidato presidencial a acusar o Presidente da República de ter ignorado as famílias dos pescadores poveiros que morreram num naufrágio na Figueira da Foz, há três meses. "Acusam-me de ser vago quando prometo ser um Presidente próximo das pessoas. Não há nada como explicar aqui, numa zona que sabe pela dor pesada da experiência o que é a vida dura dos pescadores, o que quero dizer com proximidade", explicou-se.

"Ouvi a voz de revolta dos pescadores e a sua mágoa sentida por, no meio de tanta dor e sofrimento, não terem recebido um telegrama, uma mensagem ou uma demonstração de simpatia por parte do atual Presidente. Nem um telefonema", apontou-lhe o dedo. Para logo contrapor: "Uma Presidência de proximidade nunca se esquece das pessoas."

Antes, Sampaio da Nóvoa defendeu que "a mudança e alternativa" que se verificaram "no Parlamento e no Governo", também têm de chegar a Belém, sob pena de entregar "durante 20 anos a Presidência a uma linha política que a conduziu aos seus piores momentos". Para Nóvoa, se os dez anos de Cavaco Silva foram "muito tempo", "20 anos seria tempo a mais".

Na hora de puxar do currículo, o antigo reitor da Universidade de Lisboa disse que um "cidadão presidente é um ato político". E Augusto Santos Silva, o número dois de António Costa no Governo, explicou o longo percurso de Sampaio da Nóvoa para justificar que, "ao contrário do que às vezes se diz ou se vê, uma campanha para Presidente da República não é uma campanha para saber quem entra mais à vontade nos cafés ou pastelarias. É uma campanha pela qual avaliamos o mérito dos que se candidatam percebendo o que pensam do mundo, do país, do tempo em que vivemos", defendeu perante 1300 pessoas.

Mais: para o ministro dos Negócios Estrangeiros, aquilo que o antigo reitor e garantiu que sabe o que Nóvoa "pensa à segunda-feira, à terça-feira, à quarta-feira, à quinta-feira, à sexta-feira, ao sábado e ao domingo", numa farpa a Marcelo Rebelo de Sousa, que nem precisou de nomear. Todos no pavilhão entenderam.

Sampaio da Nóvoa insistiria logo depois que "as eleições de dia 24 contam e contam muito", por não estarem decididas.

Miguel Marujo – Diário de Notícias

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