O
general Ramalho Eanes declarou há dias que Sampaio da Nóvoa era semelhante a
Cavaco Silva, declarou assim por considerar que Nóvoa é mesmo semelhante a
Cavaco ou fê-lo para cativar votos entre os simpatizantes de Cavaco e das cores
debotadas dos “laranjas” de Marcelo Rebelo de Sousa. O que Ramalho Eanes não
equacionou, provavelmente, foi que muitos que estavam a pender para Nóvoa na
votação eleitoral “fugiram”. É que de Cavaco ou de algo semelhante é mesmo de
fugir a toda a velocidade. A partir de 1974, em Portugal, na República nunca esteve a representá-la coisa mais
perniciosa que Cavaco.
Acontece
que Nóvoa quer parecer (ou é) muito diferente de Cavaco, o que declarou em
relação à Guiné Equatorial na CPLP é o oposto de Cavaco, que viu os cifrões do
petróleo e demais “iguarias” no reino ditatorial de Obiang. Cheirou-lhe a
fortuna. “Mais ditador sanguinário, menos ditador sanguinário, a Guiné
Equatorial trará vantagens à CPLP… até talvez ao PSD e às minhas aplicações”,
cogitou Cavaco. Mas que não, que teve de aceitar a adesão na CPLP do ditador
assassino que domina a Guiné Equatorial por… E depois, empurrou Timor-Leste, e
blá-blá… Ramos Horta não esteve pelos ajustes e enxovalhou Cavaco, que não
reagiu. Fez o que sabe muito bem fazer: Tabu, Moita Carrasco!
Os
quiserem que fiquem com Carrasco… Perdão, com Cavaco. Os que estiverem a fim de
eleger Nóvoa que o façam. Os que não querem uma versão semelhante a Cavaco não
votem em Nóvoa… Mas também não votem em Marcelo Cavaco Rebelo de Sousa. Há
muito por onde escolher. Mais Cavacos é que não.
Por
favor, não elejam mais Cavacos!
Sobre
Nóvoa e o que disse podem ler a seguir. (FS/PG)
Nóvoa:
"Guiné Equatorial é um caso muito grave" na CPLP
Candidato
presidencial afirma que é preciso refletir sobre a participação do regime de
Teodoro Obiang na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Sampaio
da Nóvoa apontou esta sexta-feira à tarde a necessidade da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) refletir sobre a presença da Guiné
Equatorial. Interpelado por um jovem, numa tertúlia no Porto, promovida pela
sua candidatura, sobre a presença na CPLP de estados que violam os direitos
humanos, "como Angola e a Guiné Equatorial", o candidato dividiu as
águas. Mas lançou fortes críticas ao regime ditatorial de Teodoro Obiang.
"Não
é comparável a Guiné Equatorial e Angola, por muito que nos custem algumas
situações em Angola", argumentou Nóvoa. Recordando que, em tempo, tomou
posição sobre a detenção de Luaty Beirão e outros ativistas angolanos, Sampaio
da Nóvoa notou que "a Guiné Equatorial é um caso muito mais grave e muito
pior".
O
antigo reitor da Universidade de Lisboa defendeu que é preciso "fazer uma
reflexão" sobre a participação deste estado-membro na CPLP. Mas avisando
que Portugal não pode tomar "decisões unilaterais".
Sobre
Angola disse ter defendido a libertação de Luaty Beirão porque, notou, não se
pode "basear a relação" entre estados "em equívocos". Em
outubro passado, Nóvoa publicou uma mensagem em que se dizia "sempre ao
lado dos direitos humanos" e que, por isso, estava "ao lado de Luaty
Beirão e de todos os homens e mulheres que lutam pela liberdade. Seja onde
for".
Miguel
Marujo – Diário de Notícias – Foto: Pedro Correia / Global Imagens
Nóvoa
acusa Cavaco de ignorar famílias de vítimas de naufrágio
Para
justificar como será a sua "Presidência de proximidade", Sampaio da
Nóvoa apontou a falta do Presidente. "Nem um telefonema".
Matosinhos
guardou-se esta sexta-feira à noite para uma receção de pavilhão cheio a
Sampaio da Nóvoa, com o candidato presidencial a acusar o Presidente da
República de ter ignorado as famílias dos pescadores poveiros que morreram num
naufrágio na Figueira da Foz, há três meses. "Acusam-me de ser vago quando
prometo ser um Presidente próximo das pessoas. Não há nada como explicar aqui,
numa zona que sabe pela dor pesada da experiência o que é a vida dura dos
pescadores, o que quero dizer com proximidade", explicou-se.
"Ouvi
a voz de revolta dos pescadores e a sua mágoa sentida por, no meio de tanta dor
e sofrimento, não terem recebido um telegrama, uma mensagem ou uma demonstração
de simpatia por parte do atual Presidente. Nem um telefonema", apontou-lhe
o dedo. Para logo contrapor: "Uma Presidência de proximidade nunca se
esquece das pessoas."
Antes,
Sampaio da Nóvoa defendeu que "a mudança e alternativa" que se
verificaram "no Parlamento e no Governo", também têm de chegar a
Belém, sob pena de entregar "durante 20 anos a Presidência a uma linha
política que a conduziu aos seus piores momentos". Para Nóvoa, se os dez
anos de Cavaco Silva foram "muito tempo", "20 anos seria tempo a
mais".
Na
hora de puxar do currículo, o antigo reitor da Universidade de Lisboa disse que
um "cidadão presidente é um ato político". E Augusto Santos Silva, o
número dois de António Costa no Governo, explicou o longo percurso de Sampaio
da Nóvoa para justificar que, "ao contrário do que às vezes se diz ou se
vê, uma campanha para Presidente da República não é uma campanha para saber
quem entra mais à vontade nos cafés ou pastelarias. É uma campanha pela qual
avaliamos o mérito dos que se candidatam percebendo o que pensam do mundo, do
país, do tempo em que vivemos", defendeu perante 1300 pessoas.
Mais:
para o ministro dos Negócios Estrangeiros, aquilo que o antigo reitor e
garantiu que sabe o que Nóvoa "pensa à segunda-feira, à terça-feira, à
quarta-feira, à quinta-feira, à sexta-feira, ao sábado e ao domingo", numa
farpa a Marcelo Rebelo de Sousa, que nem precisou de nomear. Todos no pavilhão
entenderam.
Sampaio
da Nóvoa insistiria logo depois que "as eleições de dia 24 contam e contam
muito", por não estarem decididas.
Miguel
Marujo – Diário de Notícias
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