Procuradores
acompanhados por elementos da PJ estiveram no departamento de informática da
Procuradoria-Geral da República para recolher informação eletrónica, no âmbito
da “Operação Fizz”
A
Procuradoria-Geral da República confirmou este sábado a realização de
diligências de pesquisa no seu departamento de informática, no âmbito da
"Operação Fizz" que levou à prisão do procurador do Ministério
Público Orlando Figueira.
"Ao
abrigo do disposto no art.º 86, n.º 13, alínea b) do Código de Processo Penal,
confirma-se a realização, no departamento de informática da Procuradoria-Geral
da República, de diligência de pesquisa em meio informático, judicialmente
autorizada nos termos do disposto nos art.ºs 16.º e 17.º da Lei n.º 109/2009 de
15 de setembro", refere a PGR.
O
jornal "Público" noticia este sábado que, "na terça-feira,
procuradores acompanhados por elementos da Polícia Judiciária (PJ) estiveram na
PGR para recolher informação eletrónica, já que é naquele edifício que estão
localizados os servidores que suportam a rede do Ministério Público (MP) e
armazenam, entre outras coisas, o correio eletrónico dos procuradores".
Os
investigadores, acrescenta o jornal, estiveram a analisar e a pesquisar emails
e outros registos informáticos, já que também estão guardados na PGR
processos-crime digitalizados e cópias de segurança.
Orlando
Figueira está em prisão preventiva desde quinta-feira, depois de ter sido
ouvido no âmbito do inquérito relativo à "Operação Fizz", que tem
três arguidos constituídos: o procurador, o advogado Paulo Blanco e uma pessoa
coletiva.
O
advogado Paulo Blanco representou o vice-presidente de Angola na compra de um
apartamento no edifício Estoril Sol, em 2012, e o seu escritório de advocacia
foi alvo de buscas na terça-feira.
Segundo
o Ministério Público, os factos em investigação na "Operação Fizz"
indiciam suspeitas de prática dos crimes de corrupção passiva, na forma
agravada, corrupção ativa na forma agravada, branqueamento de capitais e
falsidade informática.
Orlando
Figueira - em licença sem vencimento desde 2012 e a trabalhar na banca - foi o
procurador responsável pelos processos "BES Angola" e "Caso
Banif", que arquivou, relacionados com capitais angolanos e, segundo
fontes ligadas ao processo, é suspeito de ter favorecido processos em Portugal
relacionados com o vice-presidente angolano Manuel Vicente.
Lusa,
em Expresso
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