Aumentar
os impostos nos produtos petrolíferos, automóveis e no setor da banca são
algumas das medidas negociadas com Bruxelas e já apresentadas a PCP e BE.
Governo garante que negociações estão quase terminadas.
São
medidas adicionais, mas ainda escassas para cumprir o objetivo caso Bruxelas
não ceda na questão do défice estrutural.
Ao
que a TSF apurou, para fazer face às exigências da Comissão Europeia, o
executivo propõe um agravamento ainda maior do que o previsto no Imposto sobre
os Produtos Petrolíferos. A subida já estava prevista no esboço orçamental
construído antes das mais recentes negociações com Bruxelas, mas o governo
acredita que é possível arrecadar ainda mais receita através deste imposto.
Nas
medidas adicionais, o Governo introduz ainda um aumento extra do Imposto
Automóvel, mas, nas conversas com PCP e BE, o Governo esclareceu ainda que do
lado da receita fiscal, e para compensar os custos de medidas como a reversão
dos cortes salariais na função publica ou a eliminação da sobretaxa de IRS,
pretende ainda um contributo maior também por parte do setor financeiro,
aumentando, por isso, o anunciado imposto especial sobre a banca.
Medidas
já negociadas com Bruxelas, mas que, segundo fontes dos partidos à esquerda,
"não cobrem" a diferença entre o que é pretendido pela Comissão
Europeia - uma consolidação orçamental de 0,6% - e o que é possível alcançar
pelo governo português, com o executivo ainda à espera que, até ao fim das
negociações, Bruxelas acabe por ceder e não faça entrar a reversão de algumas
das medidas de austeridade aplicadas pelo anterior governo no chamado
"défice estrutural".
Perante
a insistência da Comissão Europeia para que o Governo português faça mais um
esforço para reduzir o défice, o executivo - tendo como coordenador o
secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos - reuniu-se
esta tarde com os partidos que dão suporte à solução governativa encontrada por
António Costa, sublinhando que as negociações com Bruxelas se devem apenas a
"questões contabilísticas".
Contactada
pela TSF, fonte do gabinete do primeiro-ministro diz mesmo que as negociações
com Bruxelas estão "muito perto de fechar".
Esta
sexta-feira, a Comissão Europeia dá o sim ou o não à proposta que é apresentada
esta quinta-feira em Conselho de Ministros e decide se as contas do governo
português para o Orçamento do Estado deste ano representam ou não um
incumprimento.
Esta
quarta-feira, Mário Centeno, ministro das Finanças, tem reuniões na Assembleia
da República com todos os partidos com assento parlamentar.
João
Alexandre – TSF – Foto: Pedro Rocha / Global Imagens
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