“Angola
é uma porta frágil onde entra todo o tipo de risco financeiro”, disse o
governador do banco central, Valter Filipe.
Valter
Filipe, novo governador do Banco Nacional de Angola, revelou que não tem
condições para desempenhar as suas funções e atribui responsabilidades à
marginalizarão do sistema financeiro internacional, aos “grupos empresariais
estrangeiros e aos bancos de matriz portuguesa”, escreveu o jornal Expresso.
Sendo
que “70 por cento das empresas do mercado angolano são detidas por imigrantes
de origem duvidosa”, o responsável máximo do Banco Central aponta o dedo às
instituições bancárias controladas por gestores portugueses, alegados
responsáveis pelo desvio de divisas para o mercado paralelo e lavagem de
dinheiro.
Foi
também destacado o papel das empresas libanesas do sector alimentar, que na sua
maioria operam em situação ilegal, e que de acordo com a publicação Vanguarda,
ocupam 70 por cento da fatia das micro, pequenas e médias empresas de
panificação e pastelarias existentes em Angola.
Para
travar o círculo destas acções ilegais, Filipe considera vetar o acesso às
operações cambiais do BNA a empresas acusadas de práticas comerciais lesivas
dos interesses do país. Contudo, o facto dos grupos empresariais citados “terem
como suporte políticos angolanos que, na maior parte dos casos, são
consideradas pessoas politicamente expostas”, pode vir a ser o principal entrave
à aplicação dessa medida.
Apesar
de beneficiar alguns grupos como a Angolissar, de origem lusa, a nova política
cambial do BNA, que ditou o fim da venda administrativa de divisas, está a ser
alvo de críticas por alguns operadores estrangeiros, visto que, por exemplo no
caso da Maxi, do grupo Teixeira Duarte, além de terem milhares de
dólares por enviar, estão a enfrentar sérias dificuldades para renovar
créditos junto dos fornecedores em Portugal.
Nas
declarações citadas pelo jornal Expresso, Valter Filipe indica que, depois
dos dólares, o país corre o risco de ver o acesso a euros igualmente limitado.
“Angola é uma porta frágil onde entra todo o tipo de risco financeiro”, disse o
governador.
Rede
Angola - Na foto: Valter Filipe Silva - Francisco Bernardo/JAImagens
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