Ministério da Justiça de Portugal deve cessar a sua participação no projecto
europeu law-train
O
Ministério da Justiça de Portugal participa, desde 2015, no projecto europeu
LAW-TRAIN, financiado pela União Europeia, que visa desenvolver tecnologia para
unificar a metodologia para interrogatórios policiais. Um dos seus parceiros
neste projecto é o Ministério da Segurança Pública de Israel, responsável pelas
forças policiais, que são há muito denunciadas por organizações dos direitos
humanos e pelas Nações Unidas por integrarem nos seus interrogatórios a
tortura, os maus tratos, o racismo e outras formas de violação dos direitos
humanos, e responsável também pelas prisões onde se encontram milhares de
presos e detidos administrativos (sem culpa formada) palestinos.
O projecto LAW-TRAIN (Mixed reality environment for training teams in joint investigative interrogation-Intelligent interrogation training simulator) é coordenado pela universidade israelense de Bar-Ilan, e nele participam o Ministério da Segurança Pública de Israel, o Ministério da Justiça de Portugal (através da Polícia Judiciária), o Service Public Fédéral Justice (Ministério da Justiça) da Bélgica e o Ministério do Interior de Espanha/Guardia Civil, a empresa israelense Compedia, a Universidade Católica de Leuven (Bélgica), o INESC-ID (Lisboa), a IDENER (Sevilha), e a USECON (Viena). É financiado pela União Europeia através do programa Horizonte 2020 com o montante de EUR 5 095 687.
Com a sua cooperação, a UE e os países participantes no projecto LAW-TRAIN, incluindo Portugal, estão, objectivamente, a validar o sistema israelense de controlo e repressão militar, que inclui metodologias de «interrogatórios» ilegais, e ajudam à sua manutenção, dando-lhe cobertura política e moral. Com isso violam as suas obrigações perante o direito internacional e mancham o seu dever de defender a justiça e os direitos humanos.
A Constituição da República Portuguesa prescreve que Portugal se rege nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos humanos, dos direitos dos povos.
As organizações signatárias, comprometidas com a defesa da liberdade e o respeito pelos direitos humanos, protestam contra este envolvimento de Portugal com entidades que fazem da negação destes valores a sua missão e reclamam do Governo português que faça cessar de imediato a sua participação no projecto LAW-TRAIN, porque consideram que é de todo inaceitável que instituições do Portugal democrático estejam associadas no projecto a órgãos repressivos do Estado de Israel.
Lisboa, Junho de 2016
O projecto LAW-TRAIN (Mixed reality environment for training teams in joint investigative interrogation-Intelligent interrogation training simulator) é coordenado pela universidade israelense de Bar-Ilan, e nele participam o Ministério da Segurança Pública de Israel, o Ministério da Justiça de Portugal (através da Polícia Judiciária), o Service Public Fédéral Justice (Ministério da Justiça) da Bélgica e o Ministério do Interior de Espanha/Guardia Civil, a empresa israelense Compedia, a Universidade Católica de Leuven (Bélgica), o INESC-ID (Lisboa), a IDENER (Sevilha), e a USECON (Viena). É financiado pela União Europeia através do programa Horizonte 2020 com o montante de EUR 5 095 687.
Com a sua cooperação, a UE e os países participantes no projecto LAW-TRAIN, incluindo Portugal, estão, objectivamente, a validar o sistema israelense de controlo e repressão militar, que inclui metodologias de «interrogatórios» ilegais, e ajudam à sua manutenção, dando-lhe cobertura política e moral. Com isso violam as suas obrigações perante o direito internacional e mancham o seu dever de defender a justiça e os direitos humanos.
A Constituição da República Portuguesa prescreve que Portugal se rege nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos humanos, dos direitos dos povos.
As organizações signatárias, comprometidas com a defesa da liberdade e o respeito pelos direitos humanos, protestam contra este envolvimento de Portugal com entidades que fazem da negação destes valores a sua missão e reclamam do Governo português que faça cessar de imediato a sua participação no projecto LAW-TRAIN, porque consideram que é de todo inaceitável que instituições do Portugal democrático estejam associadas no projecto a órgãos repressivos do Estado de Israel.
Lisboa, Junho de 2016
Organizações
signatárias:
Associação Abril
Associação Conquistas da Revolução
Associação dos Amigos do Teatro da Liberdade
da Palestina (Portugal)
Colectivo Mumia Abu Jamal
Comité de Solidariedade com a Palestina – BDS
Portugal
Confederação Geral dos Trabalhadores
Portugueses – Intersindical Nacional
Confederação Portuguesa dos Quadros Técnicos
e Científicos
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Grupo Acção Palestina
Movimento Democrático de Mulheres
Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e
pela Paz no Médio Oriente
União de Mulheres Alternativa e Resposta
União de Resistentes Antifascistas
Portugueses
Este documento encontra-se em http://resistir.info/
Sem comentários:
Enviar um comentário