@Verdade,
Editorial
De
certeza nada de novo. Nada que relance a esperança de mudança e um futuro
diferente. Porque, para Moçambique, mudar significa o rompimento com o falso
relacionamento paternalista existente entre Governo da Frelimo e o povo. Contudo,
os moçambicanos, na sua maioria alienada/domesticada e despojada de consciência
crítica, preferem continuar a respeitar, aceitar e viver o passado, em vez de
respeitarem o passado, aceitarem o futuro e viverem o presente.
Na
verdade, com o desenrolar dos últimos acontecimentos, não se pode esperar nada
especial, senão mais sofrimento para o povo. Num país habitado por humanóides
aflitivamente encadeados e prontos para executar, sem hesitar, todas as
dementes decisões do Governo, pode-se esperar outra coisa quando um partido vive
maritalmente com o Estado, aliás tem como seus fiéis-servidores, na mão
direita, o Grande Capital, a media e o Poder Religioso e, na mão esquerda,
instituições do Estado e os seus respectivos súbditos?
Não
se espantem e nem se escandalizem com o que foi dito acima porque esta é, sem
dúvida, a nossa perspectiva diante de toda situação anómala que o país
vivência, nomeadamente a guerra, a intolerância política e as dívidas que vão
deixando cada vez mais os moçambicanos mais anémicos, fragilizados e amargurados
do que já estavam.
Mas
o que nos espera pela frente? Pelo andar da carruagem, ou melhor, pelo
descaramento ou a falta de escrúpulos do Governo da Frelimo, só pode vir aí:
nada à sociedade. Porque a atitude de pura arrogância, falta de idoneidade e estupro
à lei (chamar o acto de grosseira violação à lei é eufemismo) perpetrada por um
Governo que se pretendia sério e credível, não chegou sequer abalar, na
essência, os moçambicanos, nem fez com que as pessoas saíssem, em massa, a
escala nacional, à rua e, muito menos, despertou a consciência de que o futuro
do país pode estar em causa.
Pelo
contrário, o assunto só tem sido denominador comum nos media e em debates
infecundos nas redes sociais cuja finalidade é intrinsecamente nenhuma, ou por
outra, fazer jus à mais hipócrita de todas as hipocrisias por que ainda se
regem muitos dos nossos compatriotas. Enfim, estamos entregues a nossa própria
sorte!
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