Macau,
China, 24 ago (Lusa) -- A entrada em circulação de autocarros elétricos em
Macau continua sem calendário, principalmente devido ao seu elevado custo e à
falta de postos de carregamento, indicaram hoje Governo e transportadoras, na
véspera de mais um período de testes.
Tal
como aconteceu em 2013, na quinta-feira começam a circular, durante 30 dias,
dois autocarros elétricos, naquela que é a segunda fase de testes a este tipo
de transporte. Apesar dos bons resultados obtidos há três anos, não há ainda
decisões sobre a sua efetiva e generalizada entrada em vigor.
Atualmente
só existem postos de carregamento para autocarros na oficina do Pac On.
"No futuro vamos tentar generalizar e reservar algum espaço para o
carregamento", disse o chefe substituto da divisão de gestão de
transportes, António Ho, indicando que existem, no total, nove parques de
estacionamento com postos de carregamento para veículos elétricos, mas nenhum
destes é destinado autocarros públicos.
"Temos
de ponderar as circunstâncias concretas das vias e os equipamentos de
carregamento. Temos de saber em quais paragens e estações é possível a
instalação desses postos de carregamento", afirmou o responsável da TCM,
uma das três empresas que prestam serviço público de autocarros.
Também
a Nova Era manifestou preocupação com a questão do abastecimento, não só devido
à ausência de postos, mas também porque para um dia de circulação, cada
autocarro tem de carregar entre três a quatro horas.
TCM
e Nova Era estão a testar dois autocarros diferentes, um de fabrico chinês,
outro australiano. No primeiro a bateria tem uma duração de 180 quilómetros, no
segundo chega pelo menos aos 300, segundo os Serviços para os Assuntos de
Tráfego (DSAT), apesar de a própria empresa, a Avass, publicitar cerca de mil
quilómetros.
O
custo é também um fator inibidor: segundo as duas transportadoras, um autocarro
elétrico custa entre duas a três vezes mais que um autocarro movido a gasóleo.
"Estes
autocarros têm um custo mais elevado", admitiu o Governo. "Tanto do
autocarro como do seu funcionamento, mas claro que temos que ver as informações
facultadas pelas companhias e depois decidimos se há outras políticas para
apoiar a sua implementação", disse António Ho, sem esclarecer se a subsidiação
faz parte dessas políticas.
Apesar
de garantir que as transportadoras "têm intenção" de introduzir
autocarros com "combustíveis novos", não foi estabelecido um prazo
para tal, com o Governo a exigir apenas que as empresas estudassem a
viabilidade destes veículos. Quando "a situação for madura" será
pedido que "concretizem alguns dos planos prometidos".
"O
Governo tem de ver o resultado técnico, agora não temos condições suficientes.
Até agora não temos um calendário, temos de aproveitar todos os recursos
obtidos neste teste de 30 dias e depois fazemos um estudo", indicou o
responsável.
Os
dois autocarros vão fazer 11 viagens por dia e percursos mais desafiantes, em
relação aos de 2013 -- vão atravessar a ponte da Taipa para Macau, percorrer
trechos inclinados e levar mais passageiros.
O
teste de 30 dias com autocarros alugados vai ser pago pelo Governo, no valor de
600 mil patacas (66 mil euros).
O
representante da transportadora Nova Era, disse ainda que, apesar do aumento de
8% no número de motoristas, estes ainda não são suficientes para responder às
necessidades. São precisos, disse, mais 40 a 50 motoristas para elevar o total
de 460 que a empresa tem agora.
A
Nova Era debate-se também com o envelhecimento dos seus condutores, cuja idade
média é de 53 anos, sendo que "3% já ultrapassam os 60 anos" e são
poucos os que têm menos de 40 anos.
A
par dos croupiers dos casinos, a profissão de motorista só pode ser realizada
por portadores do Bilhete de Identidade de Residente de Macau, não sendo
possível contratar trabalhadores estrangeiros.
ISG
// JMR
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