@Verdade,
Editorial
Se,
no passado recente, havia dúvidas em relação ao destino do país, hoje parece
não haver. A cada dia que passa é notório que Moçambique continua, a passos
largos, a descer às profundezas do pântano da desgraça, resultante da
incompetência mórbida do Governo da Frelimo. O sinal mais evidente desta triste
realidade é o facto de os moçambicanos estarem a ser obrigados a apertar o
cinto mais do que já está.
Para
o povo, tanto o cidadão que aufere salário mínimo nacional assim como o
camponês que sobrevive da sua pequena machamba, a situação tornou-se
insustentável, até porque os preços de produtos de primeira necessidade não
param de subir. Os preços, na verdade, galopam, à semelhança de um cavalo sem
freio, a cada segundo. Esta é uma realidade que os moçambicanos têm
dificuldades de se adaptar. O mais preocupante é que não se vislumbra mudança
do cenário a curto prazo.
Até
ao período que veio ao de cima as escandalosas dívidas contraídas ilegalmente
com o aval do Estado, o custo da cesta básica para o sustento de um agregado
familiar composto por, pelo menos, cinco pessoas durante um mês, rondava os 12
mil meticais. Nesse valor não incluida as depesas relacionadas com higiene,
carne vermelha e entretenimento. Presentemente, para ter a mesma quantidade de produtos
alimentares os moçambicanos têm de desembolsar mais de 20 mil meticais. Além da
cesta básica, os cidadãos têm outras necessidades com a saúde, o vestuário, a
educação, a água e a energia.
É,
simultaneamente, preocupante e revoltante a crise económica que o país
atravessa, sobretudo quando se conhece os indivíduos que deliberadamente
causaram esta lancinante situação. Ou seja, hoje, o custo de vida está cada vez
mais alto, e os responsáveis por tudo isso prosseguem impunes e em lume brando.
Continuam a levar a sua vida folgada, regada de uísque e vinhos, e estão a
marimbar-se do sofrimento por que o povo passa.
Aliás,
a desculpa esfarrapada usada pelo Governo de turno continua a ser a inexistente
produção interna de alimentos. Isso é, na verdade, caricato, visto que o país
possui milhares de terra arável, porém, o Governo pouco ou quase nada faz para
incentivar a produção interna, fazendo com que se importa tomate, pão ralado,
cebola, batata, entre outros produtos, dos países vizinhos. É uma vergonha de
proporções astronómicas. É, portanto, uma demonstração de incompetência de
bradar os céus!
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