quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Brasil. CUNHA MANOBRA PARA ESCAPAR DA FORCA



Longe dos holofotes seletivos da mídia, o correntista suíço Eduardo Cunha tem se movimentado um bocado para evitar a sua degola.

Altamiro Borges, em seu Blog*

Aproveitando-se do recesso parlamentar e longe dos holofotes seletivos da mídia, o correntista suíço Eduardo Cunha tem se movimentado um bocado para evitar a sua degola. Na semana passada, seus advogados de defesa ingressaram com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para paralisar o processo contra o deputado no bojo da Operação Lava-Jato. No maior cinismo, eles alegaram que o presidente da Câmara Federal – terceiro na linha sucessória – não pode ser responsabilizado por atos que não fazem parte do exercício de suas funções. Em outras palavras, eles pedem que a investigação fique paralisada até fevereiro de 2017, quando termina o seu mandato como presidente da Casa.

Segundo relatos da Folha e do portal G1, da Globo, o documento da defesa possui 107 páginas e foi protocolado em 18 de dezembro como anexo ao inquérito contra o deputado que corre em segredo de Justiça. "Além de solicitar a suspensão das investigações, os advogados também pedem ao STF que não autorize o uso, no inquérito, de nenhuma prova coletada na Operação Catilinárias, 'sob pena de nulidade'. Eles alegam suposta 'violação ao devido processo legal', pois as buscas e apreensões teriam sido desencadeadas 'no curso do prazo para a sua defesa [de Cunha]' no STF", relata o jornalista Rubens Valente, da Folha.

O relator do processo contra Eduardo Cunha é o ministro Teori Zavascki. O pedido da sua defesa será avaliado pelo Ministério Público, pelo próprio relator e então será votado pelo pleno do STF. Caso seja acatado, Eduardo Cunha – que foi acusado de ter recebido US$ 5 milhões em propina para facilitar a compra de navios-sondas da Petrobras e de manter contas secretas na Suíça – poderá seguir com suas chantagens, ameaças e manobras diversionistas no comando da Câmara Federal.  

A solicitação do lobista é das mais absurdas e evidencia como a Justiça é lenta quando lhe interessa – e também como a mídia venal é seletiva na sua escandalização da política. As provas contra Eduardo Cunha são irrefutáveis. A própria Procuradoria-Geral da República apresentou "onze fortes motivos" para afastá-lo da presidência da Câmara Federal. Mesmo assim, ele continua em franca atividade para escapar da forca. Se depender da "imprensa oposicionista" e dos líderes sem moral do PSDB, DEM, PPS e SD, ele seguirá no cargo com o único intento de viabilizar o golpe do impeachment de Dilma.

* em Carta Maior

Por que as religiões de matriz africana são o principal alvo de intolerância no Brasil?



Jefferson Puff Da BBC Brasil, Rio de Janeiro

Dados compilados pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR) mostram que mais de 70% de 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Estado entre 2012 e 2015 são contra praticantes de religiões de matrizes africanas.

Divulgado nesta quinta-feira, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o documento reacende o debate: por que os adeptos da umbanda e do candomblé, e suas variações, ainda são os mais atacados por conta de sua religião?

O tema ganhou as páginas dos jornais recentemente, em casos como o da menina Kaylane Campos, atingida por uma pedrada na cabeça em junho do ano passado, aos 11 anos, no bairro da Penha, na Zona Norte do Rio, quando voltava para casa de um culto e trajava vestimentas religiosas candomblecistas.

Também em 2015, no mês de novembro, um terreiro de candomblé foi incendiado em Brasília, sem deixar feridos. Na época, a imprensa local já registrara 12 incêndios semelhantes desde o início daquele ano somente no Distrito Federal.

A BBC Brasil ouviu especialistas sobre as razões da hostilidade contra as religiões de origem africana e o que pode ser feito.

Para eles, há duas explicações. Por um lado o racismo e a discriminação que remontam à escravidão e que desde o Brasil colônia rotulam tais religiões pelo simples fato de serem de origem africana, e, pelo outro, a ação de movimentos neopentecostais que nos últimos anos teriam se valido de mitos e preconceitos para "demonizar" e insuflar a perseguição a umbandistas e candomblecistas.

Relatório e dados

Os entrevistados destacam que, pela primeira vez, a CCIR, criada em 2008, aliou os dados estaduais a números nacionais, informações de outros institutos e relatos de três diferentes pesquisas acadêmicas.

Os dados do Disque 100, criado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, apontam 697 casos de intolerância religiosa entre 2011 e dezembro de 2015, a maioria registrada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Estado do Rio, o Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir), criado em 2012, registrou 1.014 casos entre julho de 2012 e agosto de 2015, sendo 71% contra adeptos de religiões de matrizes africanas, 7,7% contra evangélicos, 3,8% contra católicos, 3,8% contra judeus e sem religião e 3,8% de ataques contra a liberdade religiosa de forma geral.

Dentre as pesquisas citadas, um estudo da PUC-Rio sugere que há subnotificação no tema. Foram ouvidas lideranças de 847 terreiros, que revelaram 430 relatos de intolerância, sendo que apenas 160 foram legalizados com notificação. Do total, somente 58 levaram a algum tipo de ação judicial.

O trabalho também aponta que 70% das agressões são verbais e incluem ofensas como "macumbeiro e filho do demônio", mas as manifestações também incluem pichações em muros, postagens na internet e redes sociais, além das mais graves que chegam a invasões de terreiros, furtos, quebra de símbolos sagrados, incêndios e agressões físicas.

Ivanir Costa, babalaô registrado há 35 anos e iniciado na Nigéria há 11 anos, está envolvido com a luta contra a intolerância há mais de duas décadas, e encabeçou a redação do relatório, como presidente da CCIR.

Ele diz que a própria ausência de dados consistentes nacionais, que dialoguem entre si, e a subnotificação dos casos, são indícios de como o tema ainda precisa ser levado mais a sério no Brasil.

"Há alguns avanços isolados em lugares como o Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, mas estamos muito aquém do que precisa ser feito neste setor", diz o religioso, que recebeu em 2014 o Prêmio Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República pelo trabalho na comissão.

Racismo e neopentecostais

Para Francisco Rivas Neto, sacerdote e fundador da Faculdade de Teologia com Ênfase em Religiões Afro-Brasileiras (FTU), baseada em São Paulo e a única reconhecida pelo Ministério da Educação como formadora de bacharéis no tema, é impossível dissociar a intolerância do preconceito contra o africano, o escravo e o negro.

"Os afro-brasileiros são discriminados, tratados com preconceito, para não dizer demonizados, por sermos de uma tradição africana/afrodescendente. Logo, estamos afirmando que o racismo é causa fundamental do preconceito ao candomblé e demais religiões afro-brasileiras", diz.

Já a pesquisadora Denise Pini Fonseca, historiadora, ex-professora da PUC-Rio e coautora do estudo que visitou os mais de 800 terreiros fluminenses, acredita que a origem da intolerância esteja muito mais conectada à crescente influência de alguns grupos neopentecostais no país.

"É claro que o racismo tem influência, mas acredito que é muito mais forte o discurso de alguns movimentos neopentecostais que são na realidade um projeto teopolítico que se apropria de símbolos muito poderosos para atingir seus interesses, e que elegeram as religiões de matrizes africanas como alvo", diz.

João Luiz Carneiro, doutor em ciências da religião pela PUC-SP, especialista em teologia afro-brasileira pela FTU e autor do livro Religiões Afro-brasileiras: Uma construção teológica (Editora Vozes), defende que os dois fatores estariam completamente conectados. "A ligação entre esses dois fatores está muito bem resolvida na academia. As razões profundas na questão racial e o discurso neopentecostal que reforça no imaginário popular que é o macumbeiro, o sujo, o que faz o mal", indica.

Para ele, é nítido o processo histórico em que boa parte do que é produzido pelo negro brasileiro é desumanizado, desvalorizado ou considerado estranho, exótico, folclórico, e a ascensão do discurso de alguns neopentecostais que estimula a visão da religião africana como ligada ao culto ao demônio, diabo, satanás, rituais satânicos, macumba ou que fazem o mal.

Ed René Kivitz, pastor da Igreja Batista, formado em Teologia e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo e que integra o movimento Missão Integral – que congrega diferentes lideranças evangélicas –, acredita que os casos de intolerância no país são localizados e "fazem parte de um recorte de tempo muito específico que estamos vivendo".

"Não faz parte da índole do povo brasileiro e nem da índole cristã, quer seja católica ou evangélica. E evidentemente não faz parte da índole do Evangelho", disse ele à BBC Brasil em junho de 2015, após o ataque à menina Kaylane, no Rio.

"Acho que é algo isolado, mas preocupante também para a imagem da Igreja Evangélica, que está sofrendo muito por conta de lideranças radicais que estão construindo no imaginário da sociedade brasileira uma ideia do ser evangélico que não corresponde à grande parcela da nossa população que se identifica como tal."

Casos de intolerância

Luiz Fernando Barros, de 52 anos, já experimentou diversos exemplos de intolerância ao longo dos 37 anos em que atua como religioso da umbanda.

"Já coloquei minha roupa branca religiosa no trabalho e vi que as pessoas queriam caçoar, fazer pouco dos meus valores espirituais. Temos filhos que frequentam escola pública e não podem usar as contas (colares religiosos). Já tive estátuas quebradas no meu templo, tentativas de invasão. Uma irmã nossa foi demitida de um hotel na Zona Sul do Rio quando a gerente descobriu que ela era de umbanda. Não foi o argumento oficial, mas ficou nítido para ela", conta.

Ele foi um dos vários pais de santo que revelaram à BBC Brasil em reportagem publicada no ano passado que se viu forçado a aumentar a segurança de seus terreiro após repetidas invasões. Um deles, Pai Costa, de 63 anos e há 45 atuando como líder religioso, já tinha sofrido três invasões na época e teve de gastar R$ 4.500 em sistemas de vigilância.

Outro exemplo é o de Pai Márcio de Jangun, babalorixá, advogado e escritor iniciado há 36 anos no candomblé e com terreiro aberto há 15 anos. Ele diz que a intolerância pode ser sutil e parte do cotidiano, o que também configura discriminação e crime, apesar de não envolver violência física.

"Já me recusaram vender flores quando perceberam que seriam usadas em terreiro de candomblé. No transporte público, a pessoa se levanta por não querer ficar sentada do seu lado, se benze. É algo que infelizmente faz parte do cotidiano e que os praticantes de religiões africanas lidam todos os dias no Brasil", diz.

No relatório da CCIR há casos como a invasão e depredação do centro de umbanda "A Caminho da Paz", no Cachambi, na Zona Norte do Rio, em fevereiro de 2015, assim como incêndios e destruição de estátuas no Distrito Federal.

Também são documentados xingamentos contra crianças judaicas num clube de elite da Zona Sul do Rio, na Lagoa, durante as Mascabadas, olimpíadas de colégios judaicos de todo o país, e o ataque a uma professora de teatro que recebeu uma pedrada na perna aos gritos de "muçulmana maldita" uma semana após os atentados à sede da revista Charlie Hebdo, em Paris, no início do ano passado.

Papel do Estado

Um dos objetivos de aumentar o escopo do relatório da CCIR é chamar a atenção para o problema e nacionalizar o debate, além de pressionar Estados e o governo federal para a implementação de políticas públicas mais efetivas. Outra meta é cobrar a execução da legislação já existente, que tipifica o crime de intolerância religiosa.

No Rio de Janeiro, apesar de alguns avanços pontuais, os especialistas cobram a implementação de uma delegacia especializada, aprovada por lei em 2011 mas ainda sem previsão para sair do papel. São Paulo e Distrito Federal já criaram tais espaços.

Consultado pela BBC Brasil, o governo fluminense confirmou que "não há previsão para a criação" da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como determinou a Lei Estadual 5931, aprovada em 25/03/2011. O governo ressaltou, no entanto, papel pioneiro com a criação do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos, em 2012, e disse que todas as delegacias de polícia do Estado estão aptas a registrarem casos de intolerância religiosa.

Na visão dos especialistas, este é justamente um dos principais problemas. "Quando a pessoa vai a uma delegacia, o policial registra a queixa como briga de vizinho, rixa, ameaça. Falha ao não aplicar a lei de intolerância religiosa, que prevê a tipificação penal adequada", diz o professor André Chevarese, do Instituto de História da UFRJ, que coordena o Laboratório de História das Experiências Religiosas.

"Além disso, juízes tendem a ser condescendentes, não punem da forma adequada. O Estado falha ainda ao não educar melhor, não incluir mais o ensino sobre África, sobre religiões de matrizes africanas, sobre a importância das culturas africanas para a construção do país", diz.

Ivanir Costa, da CCIR, diz que ao longo do tempo já presenciou a entrega de documentos às mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, e que ouviu promessas, mas até agora falta vontade política para implementar medidas nacionais mais eficientes, a exemplo do que foi colocado em prática na questão da violência contra a mulher.

"Não temos órgãos que acolham denúncias e orientem vítimas em todos os Estados. Não temos uma base de dados nacional, os números são muito discrepantes ao redor do país. Há pouquíssimas delegacias. Delegados, policiais e juízes descumprem a lei. É um cenário muito incipiente ainda", avalia.

“OBAMA PERTENCE À LISTA MUNDIAL DE TIRANOS”



Sobrevivente de ataque americano afirma: 'Eu sou exemplo vivo do que são os drones'. Paquistanês que era apenas um menino quando míssil atingiu sua casa.

Jon Queally – CommonDreams - Carta Maior

Faheem Qureshi sofreu ferimentos graves, incluindo a perda de um olho, no primeiro ataque de veículos aéreos não tripulados ordenado pelo presidente Obama. "Eu tinha esperanças e potencial", diz ele, "e agora não faço nada e não sei o que futuro me guarda".

"Isso não é apenas sobre mim. É sobre todos os civis que foram mortos no Waziristão".

Essas são palavras de Faheem Qureshi, que era apenas um menino em 2009, quando um veículo aéreo não tripulado dos Estados Unidos, sob as ordens do recém-eleito presidente Barack Obama, disparou um míssil que atingiu a casa de seu tio na região do Waziristão (no Paquistão) onde sua família e amigos estavam reunidos. Qureshi foi o único sobrevivente.

"É isso que os EUA fazem com pessoas como eu. Eles tiram nossas raízes, eles nos tornam alvo e nos matam, sem qualquer motivo. Eles reviram nossas vidas de cabeça para baixo. É claro que os EUA são odiados naquela parte do mundo. E são ainda mais odiados por conta do que fizeram para pessoas como eu".

Em artigo no The Guardian, Spencer Ackerman relata:

“Demorou cerca de 40 dias para que Qureshi pudesse sair dos hospitais, onde ele passou sem saber o que estava acontecendo. Shrapnel havia perfurado o estômago e lacerações cobriam grande parte da porção superior do seu corpo. Foi submetido a inúmeras operações, devido às queimaduras, e uma cirurgia a laser foi capaz de reparar seu olho direito, mas não pode salvar o esquerdo”.

“Sua família esperou a recuperação para contar a pior parte. Dois dos tios de Qureshi, Mohammed Khalil e Mansoor Rehman, foram mortos. Assim como seu primo Aizazur Rehman Qureshi, de 21 anos, que estava se arrumando para levar a família aos Emirados Árabes. Quatorze dos primos de Qureshi ficaram órfãos”.

“Ainda um adolescente, Qureshi se tornou de repente o homem mais velho de sua família, encarregado de prover para sua mãe, irmãos e irmãs. Antes um estudante promissor, que queria uma carreira em química. Agora sua prioridade seria sustentar sua família, que nunca teve o dinheiro para reparar o salão”.

“Obama, agora no crepúsculo de sua presidência, deseja ser lembrado como um pacificador. Em sua própria narrativa, como ele mesmo declarou no início deste mês, ele é o homem que desnuclearizou o Irã pacificamente, que abriu Cuba e se desfez dos últimos vestígios da Guerra Fria e que substituíu as "guerras burras" pelo prudente e preciso contra-terrorismo através de drones”.

Agora, com aproximadamente 21 anos de idade (ele não conhece sua idade exata), Qureshi deu sua primeira entrevista a jornalistas ocidentais a fim de que o mundo saiba o dano causado pelo programa de drones dos EUA, tanto para sua vida quanto para as pessoas das áreas remotas do Paquistão que sofreram com ataques mais agressivos sob a presidência de Obama.

"Eu conheço várias pessoas como eu no Waziristão, que foram alvejadas e mortas e que não tinham nenhuma relação com a militância ou com o talibã. Muitas mulheres foram mortas, muitas crianças foram mortas, mas ainda não há resposta para isso. Esqueça das respostas: não há nem mesmo reconhecimento de que elas foram mortas".

"Se houvesse uma lista dos tiranos do mundo", Qureshi disse a Ackerman através de um tradutor, "Obama seria colocado nessa lista por conta do seu programa de drones".

Como relata Ackerman, a experiência de Qureshi chama a atenção não apenas porque o ataque que tirou um de seus olhos foi o primeiro ordenado pelo presidente Obama, mas também porque, mais uma vez, pessoas inocentes foram mortas e feridas enquanto o alvo pretendido passou ileso.

“A evidência disponível sugere que o ataque foi um erro. O livro de Daniel Klaidman sobre os drones de Obama, Kill or Capture, afirma que o ataque ocorrido dia 1 de janeiro (2009) tinha dado "terrivelmente errado", sendo que o visado membro do Taliban nunca esteve naquelas instalações. Documentos vazados do governo paquistanês registram "9 civis" sendo mortos por um ataque de drones em 23 de Janeiro de 2009, uma aparente referência ao caso de Qureshi; uma versão não editada cita o nome de sua aldeia e de seu tio morto”.

Qureshi reconhece que, às vezes, os ataques aéreos abatem lutadores, mas afirma que a maior parte das pessoas atingidas são como ele - pessoas ordinariamente comuns.

"Eu sou o exemplo vivo do que são os drones", disse Qureshi. Disse também a Ackerman que deseja "reconhecimento, desculpas e compensação" do governo dos EUA, por ele e por sua família.

"Eu tinha esperanças e potencial", diz ele, "e agora não faço nada e não sei o que futuro me guarda".

Tradução por Allan Brum - 
Créditos da foto: Pete Souza/The White House

A HISTÓRIA SUJA DE HOLYWOOD



O Cinema como Instrumento de Idiotização em Massa

A indústria cinematográfica norte-americana em geral, grande lixo cultural, faz apologia das drogas, da violência, da pornografia, do individualismo, do consumismo artificial e do poderio bélico norte-americano, configurando-se também forte arma imperialista dos Estados Unidos, tudo isso recheado de mensagens subliminares entre as mais explícitas, que não são poucas e em nada primam pela discrição.

Apoiado pelo Departamento de Defesa do país que, através de contrato restritivo, orienta e apoia materialmente a produção de diversos filmes de Hollywood, o cinema é justamente um dos três maiores símbolos do American Way of Life, isto é, o Estilo de Vida Norte-Americano. E a história de Hollywood, principal indústria do cinema dos Estados Unidos e do mundo, é tão suja quanto àquilo que se propõe a vender ao mundo.

O surto do cinema iniciou-se nos anos de 1920 nos próprios Estados Unidos, que viviam os Frenetic Dancing Days, isto é, Dias de Dança Frenética. Tal metáfora, auto-definida pela sociedade local, deveu-se ao fato de que, emergidos da I Guerra Mundial como uma das grandes potências globais, os Estados Unidos gozavam de prosperidade que, até a Grande Depressão Econômica de 1929, parecia inesgotável e sem limites: a ordem era produzir e consumir cada vez mais, contrastando a situação do restante do mundo, de quem o país havia se isolado sob todos os aspectos. 

Foi deste modo que, aos novos produtores da cultura imperante, não importava nada do que continha fora de suas fronteiras pois os Estados Unidos, acreditavam, estavam destinados por Deus a salvar o planeta com sua cultura e a civilização do American Way of Life (crença esta que perdura até hoje, justificando até suas guerras não apenas entre norte-americanos, mas também entre as sociedades-fantoche de Tio Sam).

Neste contexto, junto do carro e do rádio o cinema obteve crescimento avassalador naqueles anos, e no final da década uma média de 100 milhões de norte-americanos frequentavam, semanalmente, os cinemas. Em todo o mundo, se conhecia os grandes ídolos do cinema dos Estados Unidos e, a partir de então, tal veículo de comunicação passou a impor às sociedades de praticamente todo o planeta, ao longo do século passado até o presente, estilos de moda, consumismo artificial, padrões de beleza, de conduta, políticos entre diversas outras imposições de acordo com o "messiânico"American Way of Life.

Contemporâneos piratas, de terno e gravata

Contudo, confirmando o velho e manjado vezo popular que "o que começa errado termina errado", Hollywood possui uma história que está à altura exata do que produz até hoje nas sociedades mundiais. No livro Cultura Livre, Lawrence Lessig mostra que, apoiada pelo governo local, a gigante das filmagens nasceu da pirataria que, aliás, não é exceção à regra nos negócios norte-americanos. Veja uma passagem do livro de Lessig (citada no jornal A Nova Democracia de dezembro de 2008):

"A indústria cinematográfica de Hollywood foi construída por piratas fugitivos. Os criadores e diretores migraram da Costa Leste para a Califórnia no começo do século 20, em parte para escapar do controle que as patentes ofereciam ao inventor do cinema, Thomas Edison. 

"Esses controles eram exercidos através de um truste monopolizador, a Companhia de Patentes da Indústria Cinematográfica, e eram baseadas na propriedade intelectual de Thomas Edison - patentes. Edison formou a MPPC (Motion Pictures Patents Company, ou Companhia de Patentes de Filmes de Movimento) para exercer os direitos que a sua propriedade intelectual lhe dava, e a MPPC era bem séria sobre o controle que exigia.

"Como um comentarista cita em uma situação dessa história: '(...) Os independenteseram companhias como a Fox. E de forma semelhante ao que acontece atualmente, esses independentes foram duramente enfrentados. As filmagens eram paralisadas pelo roubo de equipamentos, e acidentes resultavam na perda de negativos, equipamento, prédios e algumas vezes até mesmo de vidas'.

"Isso levou os independentes a fugir da Costa Leste. A Califórnia era remota o suficiente do alcance de Edison para que esses cineastas pirateassem suas invenções sem medo da lei. E os líderes do cinema de Hollywood, Fox entre eles, fizeram exatamente isso.

"Claro que a Califórnia cresceu rapidamente, e logo a proteção às leis federais acabou chegando ao oeste. Mas como as patentes davam ao dono delas um monopólio realmente limitado (apenas dezessete anos naquela época), quando suficientes agentes federais apareceram, as patentes haviam expirado. Uma nova indústria nasceu, em parte por causa da pirataria da propriedade intelectual de Edison."

Departamento de Defesa dos EUA: "É nosso interesse participar da produção de filmes"

A fim de exaltar a superioridade militar do Estados Unidos, de favorecer a política local de recrutamento, exercer censura e passar a ideia de que a guerra é uma solução necessária, o Departamento de Estado do país participa diretamente da produção de muitos filmes desde o nascimento do cinema, exercendo sempre papel fundamental em suas empreitadas militares: cineastas, visando economizar, procuram a ajuda do Pentágono que lhes fornece imagens de arquivo, assessoria técnica, acesso a equipamentos de última geração, autorização para filmar em instalações militares etc.

Em troca, os produtores de Hollywood submetem seu trabalho aos escritórios do Pentágono responsáveis em auxiliar as produções cinematográficas militares, cujos termos estão inscritos em contrato restritivo, que diz: 

""A produção deverá ajudar os programas de recrutamento das Forças Armadas.

"(...) A companhia produtora consultará o Departamento de Defesa para todas as cenas militares durante a preparação, filmagem e montagem". Segundo Philip Strub, assessor especial de mídia e entretenimento do Departamento de Defesa, "é nosso interesse participar da produção de filmes" (fonte: Victor Battaggion, em Hollywood a Serviço do Pentágono, no seguinte sítio:

Em 1917, quando os EUA entraram na I Guerra Mundial, o Comitê de Informação ao Público do então presidente Wodroow Wilson contou com o auxílio da indústria do cinema, a fim de produzir filmes que gerassem apoio à "batalha norte-americana" junto à sociedade. 

O pacto entre o governo do país e o cinema cresceu durante a II Guerra Mundial, através da ampla propaganda fornecida por Hollywood e, após esta que foi a guerra mais devastadora da história da humanidade, Washington retribuiu com enormes subsídios à maior indústria cinematográfica do globo, com verbas especiais do Plano Marshall (bilhões de dólares despejados nos países europeus a fim de trazê-los para o lado dos EUA em sua Guerra Fria com a ex-União Soviética) e persuasão para abrir mercados europeus resistentes.

Desde a segunda metade do século XX, Hollywood tem tratado de ridicularizar o povo árabe e persa, além de colocá-los como potencialmente terroristas bem como a religião predominante deles, o Islã, a fim de justificar também as imperialistas, sucessivas e sangrentas ocupações militares de seus padrinhos da Casa Branca no norte da África e Oriente Médio, região mais rica em petróleo do mundo.

Mais recentes evidências dessa podre parceria de sucesso, corrupta aliança histórica entre a Casa Branca e Hollywood, são os filmes Zero Dark, que passa a ideia de que os métodos de tortura praticados pela CIA, sob os governos de George Bush filho (2001-2009) e Barack Obama hoje, ajudaram a capturar Osama bin Laden (paupérrima história mesmo na vida real), e Argo, o qual repete a velha propaganda cinematográfica colocando o mundo islamita como terrorista e carente da intervenção messiânica dos EUA.

No caso particular de Argo, trata do Irã, motivo de obsessão invasora dos tomadores de decisão de Washington desde que a Revolução Iraniana de 1979 derrubou o presidente xá Reza Pahlevi, pró-Ocidente, e nacionalizou o petróleo.

Pois tal produção trata exatamente dos primeiros anos daquela revolução e, não por coincidência, Argo foi vencedor do Oscar' 2013, prêmio entregue pessoalmente pela primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, ao diretor Ben Affleck.

Do imperialismo nas telas do cinema à contracultura norte-americana na vida real, em abril de 2009 a Embaixada dos Estados Unidos na Síria enviou telegrama secreto revelado por WikiLeaks em abril de 2012, em que a embaixadora-espiã Maura Connelly dizia enquanto o cenário para a tal "Primavera" síria era arquitetada nos bastidores dos porões do poder global:

"A atratividade da cultural dos EUA ainda é um mecanismo poderoso para a mudança da Síria. É revelador que, quando o SARG buscou punir os EUA por seu suposto papel no ataque em Abu Kamal em 26 de outubro de 2008, eles evitavam objetivos políticos mas, ao invés disso, fecharam as três principais fontes da cultura norte-americana em Damasco: o Centro de Cultura Americana (ACC), o ALC e a Escola da Comunidade de Damasco.

"Contar com mais programação cultural, mais programas com alto-falante e o IV programa de intercâmbio, continuam sendo nossas melhores ferramentas para ter um efeito direto sobre a sociedade civil" (tradução exclusiva desse telegrama ao português, que inclui injeção secreta de 12 bilhões de dólares por parte de Washington de 2005 a 2010 para instalação de canal de TV via satélite a ser transmitida dentro da Síria, aqui

Vamos ao cinema ou comer pipoca?

Quanto à barbárie cultural do cinema ao longo de todos estes anos, na era do lucro não importando como e nem para quê, uma boa evidência do fato de que ele se propõe a alienar as pessoas, além de todas as evidências nas próprias telas, são as citações de E. J. Epstein, autor do livro O Grande Filme, reproduzindo a filosofia cultural de um executivo de cinema estadunidense (citado por Emir Sader no artigo Vamos ao Cinema ou Comer Pipoca?, na revista Caros Amigos):

"'O segredo para uma boa cadeia de multiplexes bem sucedida está naquela porção extra de sal acrescentada à pipoca', disse o executivo. A alta produtividade de pipoca produz grande quantidade com uma porção relativamente pequena de grãos - favorece esses ganhos.

"Por isso projetam as novas salas para que os espectadores passem antes pela lanchonete: 'Nosso negócio se baseia na movimentação das pessoas. Quanto mais pessoas conseguimos fazer passar pela pipoca, mais dinheiro ganhamos', afirmou um dono de cinema norte-americano. Ele caracteriza o porta-copo em cada cadeira das salas como 'a inovação tecnológica mais importante desde a sonorização'(!). Daí o peso essencial que o público jovem tem, como consumidor concentrado de pipoca e refrigerantes.

"A economia política da pipoca, que comanda a indústria cinematográfica, influencia até na extensão dos filmes. Os muitos longos - de mais de 128 minutos - diminuem uma sessão diária e, com isso, o consumo de pipoca, sal e refrigerante."

Emir Sader conclui sua matéria: "Difícil seguir chamando de arte o cinema - pelo menos o estadunidense, submetido á lógica da pipoca". Acrescente-se a isso a lógica da imposição de valores e a pilhagem da riqueza alheia.

Hollywood e cigarro: Macabra e bilionária parceria de sucesso

Em seu livro O Cigarro (2001, Publifolha, 88 pp.), o jornalista Mario Cesar Carvalho evidencia que a indústria do cigarro não apenas sabia, desde a década de 1950 (anos em que o fumo foi amplamente difundido como jamais antes na história se transformando em "coqueluche" mundial, grande ícone da moda vendido pela publicidade e pelas telas do cinema norte-americano), que o que ela produzia causava câncer, como também foi apoiada justamente por Hollywood para esconder tal fato das sociedades mundiais até os anos de 1990, enquanto colocavam (assim como fazem ainda hoje em grande medida) o cigarro como expressão de liberdade, imponência, contemplação de novos horizontes, muito charme e, paradoxalmente com um sopro macabro de saúde (!).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no século XX o cigarro, "droga lícita" segundo os governos ocidentais, matou mais de 100 milhões de pessoas e mata atualmente 3,5 milhões de pessoas no mundo ao ano. De acordo com pesquisas doAtlas do Tabaco lançado pela Sociedade Americana do Câncer e pela Fundação Mundial do Pulmão, apenas em 2010 o tabagismo levou à óbito 6 milhões de pessoas em todo o mundo, com tudo isso se configurando o cigarro na maior causa de mortes evitáveis na história da humanidade - sob as bênçãos de Hollywood rendendo, assim, bilhões de dólares à indústria do tabaco, da publicidade, aos governos (por meio dos impostos) e, é claro, à própria Hollywood.

E formar idiotas por quê?

A esperteza que levou os piratas à Califórnia permanece na indústria do cinema hoje, que não receberia apoio direto do Estado norte-americano para investir bilhões e bilhões de dólares em tanta fezes moral e intelectual, caso não houvesse bons motivos para isso, os quais vão muito além dos exorbitantes lucros conforme vimos.

A mais eficiente arma para as forças corruptas de dominação seguirem ganhando terreno, mentes e corações se dá através da aniquilação da cultura e do senso crítico (*), sendo que tal supressão, muitas vezes de maneira sutil, é via de regra na história imperialista mundial, e sua prática é nata em qualquer indivíduo com mentalidade reacionária. 

À "civilização" norte-americana e sua política coercitivo-expansionista, por sua vez, é fundamental que as sociedades (inclusive a sua) estejam idiotizadas, excluindo delas a necessidade de pensar, de questionar e de ter memória, submetendo a tudo e a todos aos princípios "superiores" e "salvadores" dos Estados Unidos.

Rambo foi produzido no início da década de 1980 para cicatrizar as feridas norte-americanas da vexatória derrota no Vietnã em 1973, na qual foram usadas pelos Estados Unidos até bombas químicas (o agente laranja, caracterizando crime de guerra).

E quando o país mal havia  se recuperado moralmente dessa derrota, os escândalos de corrupção envolvendo os presidentes Richard Nixon (1969-1974) e Ronald Reagan (1981-1989), somados à derrota no Irã em 1979, configuraram-se em outros duros golpes que colocaram definitivamente em xeque a democracia do país perante o mundo. Desses seguidos vexames veio o herói-justiceiro do cinema.

Pois Rambo, escolhido com toda sua robustez justamente para passar ao mundo uma imagem de poder dos Estados Unidos, é um personagem "artístico" que representa bem a rapinagem que só cresce naquele país, bem como a estatura intelectual e moral, e a truculência dos Estados Unidos, tanto dentro do país quanto em sua política externa.
Mas você não precisa ser o que querem que você seja

Nunca houve tanto conhecimento científico e tecnológico, nem nunca houve tanta informação e em tempo real como hoje, assim como nunca também o ser humano esteve tão afastado da realidade e da sua própria existência, quanto atualmente.

A violência, a corrupção, a alienação como instrumento de dominação psicológica, a fome, a degradação ambiental e as guerras só aumentam e as sociedades não só não questionam como mal percebem tudo isso, havendo uma consequente inversão de valores: assiste-se telenovela como se fosse real, e o real como se fosse telenovela.

Diante dessa barbárie cultural e moral, se for o caso reconsidere profundamente ideias e costumes ainda que estes sigam a corrente predominante: siga sua consciência e suas paixões, não aquilo que impõem a você muitas vezes de maneira sutil, com aspecto sedutor mas mofado e escravizante na essência. Mude de canal, troque o DVD, renove a programação com os amigos, preserve sua cultura como o patrimônio mais precioso que possui.

Biografia:
Edu Montesanti é professor de idiomas, autor de Mentiras e Crimes da "Guerra ao Terror" (Scortecci Editora, 2012), colaborador do Diário Liberdade (Galiza), de Truth Out (Estados Unidos), tradutor do sítio na Internet das Abuelas de Plaza de Mayo (Argentina), da ativista pelos direitos humanos, escritora e ex-parlamentar afegã, Malalaï Joya, ex-articulista semanal do Observatório da Imprensa(Brasil), e editor do www.edumontesanti.skyrock.com

Pravda.ru

A MÍDIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS



Como a ascensão de candidatos e idéias à esquerda faz os conservadores perderem as estribeiras. Estudo dos casos inglês e norte-americano

Glenn Greenwald, no The Intercept - em Outras Palvras - Tradução: Antonio Martins

A elite política e a mídia britânica perderam pouco a pouco a cabeça, após a eleição de Jeremy Corbyn para a liderança do Partido Trabalhista – e ainda não parecem capazes de se recuperar. Nos Estados Unidos, Bernie Sanders é bem menos radical; os dois não estão sequer na mesma constelação política. Mas, especialmente em temas econômicos, Sanders é um crítico mais robusto e sistêmico do que os centros do poder oligárquico julgariam tolerável. Sua denúncia contra o controle da vida política pelas corporações é uma ameaça grave. Por isso, ele é visto como a versão norte-americana do extremismo de esquerda e uma ameaça ao poder do establishment.

Para quem já tinha observado os desdobramentos da reação britânica à vitória de Corbin, é fascinante constatar que as reações de Washington e da elite do Partido Democrata à emergência de Sanders replicam o caso inglês, seguindo idêntico script. Pessoalmente, creio que a escolha de Hillary é extremamente provável, mas as evidências de um movimento crescente em favor de Sanders são inquestionáveis. Trata-se de algo consistente, que está desconcertando os dirigentes do partido, como seria de esperar.

Uma pesquisa revelou, semana passada, que Sanders tem uma clara liderança entre os eleitores mais jovens inclusive as mulheres. Como a revista Rolling Stone notou, “as mulheres jovens apoiam Bernie Sanders por larga margem”. O New York Times admitiu que, em New Hamphire, Sanders “já abriu uma vantagem de 27 pontos”, o que é “espantoso para os padrões do Estado”. O Wall Street Journalreconheceu, em editorial, que “já não é impossível imaginar este socialista de 74 anos candidato pelo Partido Democrata”.

Como no caso de Corbyn, há uma correlação direta entre a força de Sanders e a intensidade e amargura dos ataques baixos desencadeados contra ele por Washington, a estrutura partidária e a mídia. No Reino Unido, esta curiosa revolta elitista passou por sete fases; e nos EUA, a reação a Sanders segue a mesma trajetória. Ei-la:

Fase 1: Condescendência polida diante do que é percebido como algo inofensivo (achamos realmente ótimo que ele possa expressar seus pontos de vista).

Fase 2: Ironia leve e casual à medida em que cresce a confiança dos apoiadores do candidato (não, caros, um extremista de esquerda não vencerá, mas é muito bom ver vocês tão animados)

Fase 3: Auto-piedade e lições graves de etiqueta dirigidas aos apoiadores, após a constatação de não estão cumprindo seu dever de rendição MEEK, temperada com doses pesadas de (ninguém é tão rude com os jornalistas, ou os ataca tanto, nas redes sociais, como estesradicais, e isso, infelizmente, está enfraquecendo as causas de seu candidato)

Fase 4: Tentar colar, no candidato e em seus apoiadores, insinuações de sexismo e racismo, afirmando falsamente que apenas homens brancos os apoiam (você gosta deste candidato porque ele é branco e homem como você – não devido a sua ideologia ou políticas, nem porsua oposição às políticas pró-guerra e pró-corporações da elite do partido).

Fase 5: Difusão escancarada de ataques de direita para demonizar e marginalizar o candidato, quando as pesquisas comprovarem que ele é uma ameaça real (ele é fraco contra o terrorismo, irá render-se ao ISIS, faz alianças bizarras e é um clone de Mao e Stalin).

Fase 6: Lançamento de alertas graves ou histéricos sobre o apocalipse à frente, em caso de derrota do candidato do establishment, quando a possibilidade de perder torna-se imenente (suas ideias irão sofrerderrotas por décadas, talvez por várias gerações, se você desobedecernossas advertências sobre que candidato escolher).

Fase 7: Derretimento completopânicoreprovaçõesameaças,recriminaçõescotoveladas presunçosasassociação aberta com a direta, completa fúria (Eu não posso mais, em sã consciência, apoiar este partido de aloprados, adoradores de terroristas, comunistas e bárbaros).

O Reino Unido está bem na Fase 7, e talvez seja capaz de inventar em breve um novo estágio (militares britânicos anônimos ameaçaram promover um motim, caso Corbyn seja eleito democraticamente primeiro-ministro). Nos EUA o establishment político e a mídia pró-Partido Democrata estão na Fase 5 há semanas, e parecem prestes a entrar na Fase 6. A passagem à Fase 7 é certa, caso Sanders vença as primárias em Iowa.

É normal e legítimo, nas eleições, que as campanhas de cada candidato critiquem duramente os demais. Não há nenhum problema nisso: seria ótimo que os contrastes aparecessem claramente, e quase não surpreende que isso seja feito com agressividade e aspereza. As pessoas chegam a extremos, para obter poder. É da natureza humana.

Mas isso não impede as pessoas de pesar os ataques que fazem, nem significa que estes estejam imunes a críticas (a exploração grosseira e cínica dos temas de gênero pelos apoiadores de Hillary, para sugerir que o apoio a Sanders baseia-se em sexismo foi especialmente desonesta, quando se que os grupos de esquerda que hoje defendem o candidato tentaram, por meses, lançar a candidatura de Elisabeth Warren – para não dizer do vasto número de apoiadoras do senador).

Gente de todos os partidos, e em todo o espectro político, está enojada com as disputas em Washington. Não surpreende que um amplo número de adultos norte-americanos busquem uma alternativa a uma candidata como Hillary. Mergulhada no dinheiro de Wall Street (tanto política quanto pessoalmente), ela mostra-se incapaz de desaprovar uma única guerra, e sua única convicção parece ser a que qualquer coisa pode ser dita ou feita, para assegurar sua própria vitória.

A natureza dos establishments é baterem-se desesperadamente pelo poder, e atacar com fervor sem limites qualquer um que desafie ou ameace aquele poder. Foi o que ocorreu no Reino Unido com a emergência de Corbyn e o que se repete nos EUA com a ascensão de Sanders. Não surpreende que os ataques a ambos sejam tão parecidos – a dinâmica dos privilégios do establishment é a mesma – mas não deixa de ser chocante que os scripts sejam idênticos.

ARÁBIA SAUDITA, O VERDADEIRO ESTADO ISLÂMICO



Retrógrado, misógino, intolerante, Reino de Saud financia e estimula o ISIS. Decapitou 47 opositores, no primeiro dia do ano. É o grande aliado do “mundo livre” no Oriente Médio…

Nuno Ramos de Almeida - Outras Palavras

“Era de manhã em Karbala, cidade a cerca de 100 quilômetros ao sul de Bagdad, e o mercado local estava cheio quando todos ouviram gritos. Um grupo de homens vestidos de preto, levando espadas e bandeiras negras, invadiu o mercado matando crianças, mulheres, idosos e adultos. Avançaram pelas ruas até tomar o controle de toda a cidade. Neste dia, cerca de 4 mil pessoas morreram. Os homens vestidos de preto que organizaram esta matança não eram do grupo autodenominado Estado Islâmico. O massacre ocorreu há mais de 200 anos e o grupo era comandando por um dos primeiros governantes da Arábia Saudita, que acabava de formar um novo movimento religioso: o wahabismo”, recorda a insuspeita BBC.

A história tem várias versões, mas resumindo e simplificando conta-se da seguinte maneira: uma vez pediram ao ocupante de turno da Casa Branca que se pronunciasse sobre Anastásio Somoza Garcia, o primeiro da família como ditador da Nicarágua. O líder do mundo livre terá feito um silêncio e respondido: “é um filho da puta, mas é o nosso filho da puta”.

Só essa lógica oportunística justifica o apoio dos Estados Unidos e dos seus aliados europeus à monarquia reinante na Arábia Saudita. Mas essa lógica de ter aliados pouco recomendáveis para fazerem o jogo mais sujo, arrisca-se a rebentar-lhes nas mãos, como os apoios que deram a Bin Laden durante a guerra do Afeganistão contra a ocupação soviética.

Não só vêm da Arábia Saudita os principais financiamentos a grupos terroristas como o Estado Islâmico; também é o reino que fornece a sua base ideológica: sem o wahabismo, doutrina salafista, pregada pelo poder saudita, não haveria interpretações radicais do Islã, que transformam a religião muçulmana numa identidade assassina para todas as pessoas, inclusive os muçulmanos que não acreditam numa interpretação feudal, misógina e conservadora que viola repetidamente as palavras do Corão. Por todo o mundo muçulmano, os sauditas exportaram a sua forma de religião, com o dinheiro do petróleo financiam madrassas e outras escolas religiosas que propagam o salafismo além fronteiras.

Esse apostolado tem tido frutos venenosos: quando vemos como regride a situação das mulheres nas zonas libertadas do Sahara Ocidental ou da Palestina, percebemos o papel da influência religiosa do wahhabismo.

Finalmente, a Arábia Saudita é a concretização na prática do que seria um país dirigido pelo Estado Islâmico. Nesse território, as mulheres são seres de segunda, os imigrantes são abaixo de cão, os não crentes podem ser mortos, os estrangeiros estão proibidos de visitar às cidades sagradas de Meca e Medina, e qualquer oposição ao poder despótico vigente é condenada à morte por decapitação.

No entanto, com a execução neste sábado de 47 condenados, entre os quais o clérigo xiita Nimr al Nimr, a estratégia terrorista de apoios ao Estado Islâmico atingiu um novo e perigoso patamar. O líder dos xiitas da Arábia Saudita foi preso, torturado e decapitado. As suas últimas palavras foram um aviso: “a minha morte será um motivo para ação”. Esse aviso há muito que monarquia saudita conhece: aquilo que se pretende com esta execução é transformar a guerra contra o Estado Islâmico num conflito entre sunitas e xiitas.

O governo da Arábia Saudita está envolvido numa guerra em várias frentes contra os xiitas, nomeadamente no Iemen, Bahrein, Síria e Iraque. Os governos do Ocidente têm fechado os olhos a estas ações, porque elas são contra a maior potência xiita, o Irã. Mas as ruas de Paris são a prova que não há guerras limpinhas para os aliados do reino. Um conflito que opusesse sunitas e xiitas poderia salvar, momentaneamente, o Estado Islâmico e Riad, mas conduziria o mundo a uma guerra sem fronteiras.

GALERIA DOS BANDIDOS DO FMI: VIGARISTAS, VIOLADORES E TRAPACEIROS



James Petras

O FMI é a principal organização monetária internacional cujo objetivo público é manter a estabilidade do sistema financeiro global através de empréstimos relacionados com propostas a promover a recuperação económica e o crescimento. 

Na realidade, o FMI tem estado sob o controlo dos EUA e dos estados da Europa Ocidental e as suas políticas têm sido concebidas para aumentar a expansão, o domínio e os lucros das suas principais empresas multinacionais e instituições financeiras.

Os EUA e os estados europeus praticam uma divisão de poderes: os diretores executivos do FMI são europeus; os seus homólogos no Banco Mundial (BM) são norte-americanos.

Os diretores executivos do FMI e do BM funcionam em estreita ligação com os seus governos e, em especial, com os departamentos do Tesouro, para decidir prioridades, para decidir quais os países que vão receber empréstimos, quais as suas condições e quanto.

Os empréstimos e condições estabelecidos pelo FMI são estreitamente coordenados com o sistema bancário privado. Quando o FMI assina um acordo com um país devedor, isso é um sinal para que os grandes bancos privados emprestem, invistam e avancem com uma série de transações financeiras favoráveis. Pelo acima exposto, pode-se deduzir que o FMI desempenha o papel de comando geral para o sistema financeiro global.

O FMI abre o caminho para os principais bancos conquistarem os sistemas financeiros dos estados vulneráveis em todo o mundo.

O FMI assume o fardo de fazer todo o trabalho sujo através da sua intervenção. Isto inclui a usurpação da soberania, a exigência de privatizações e a redução das despesas sociais, dos salários e das pensões, assim como a garantia da prioridade do pagamento da dívida. O FMI atua como uma 'cortina' dos grandes bancos, desviando a crítica política e o desassossego social.

Diretores executivos como capangas 

Que espécie de pessoas têm os bancos como diretores executivos do FMI? A quem confiam a tarefa de violar os direitos de soberania dum país, de empobrecer o seu povo e de corroer as suas instituições democráticas?

A lista inclui um vigarista financeiro condenado; a atual diretora, que está a ser julgada por acusações de má utilização de fundos públicos, enquanto ministra das Finanças; um violador; um defensor da diplomacia da canhoneira e o promotor do maior colapso financeiro na história de um país.

Diretores executivos do FMI em tribunal 

A atual diretora executiva do FMI (julho 2011-2015), Christine Lagarde, está a ser julgada em França, por negligência quanto a um pagamento de 400 milhões de dólares ao magnata Bernard Tapie, quando era ministra das Finanças no governo do presidente Sarkozy.

O anterior diretor executivo (novembro 2007-maio 2011), Dominique Strauss-Kahn, foi forçado a demitir-se depois de ser acusado de violar uma empregada de quartos num hotel de Nova Iorque e foi posteriormente preso e julgado por proxenetismo na cidade de Lille, em França.

O seu antecessor, Rodrigo Rato (junho 2004-outubro 2007), era um banqueiro espanhol que foi preso e acusado de evasão fiscal, escondendo ?27 milhões de euros em 70 bancos ultramarinos e defraudando milhares de pequenos investidores a quem convenceu a pôr dinheiro num banco espanhol, o Bankia, que foi à falência.

O seu antecessor, alemão, Horst Kohler, demitiu-se depois de ter afirmado uma verdade inadmissível – nomeadamente, que a intervenção militar ultramarina era necessária para defender os interesses económicos alemães, como vias de comércio livre. Uma coisa é o FMI agir como instrumento dos interesses imperialistas, outra coisa é um executivo do FMI falar sobre isso publicamente!

Michel Camdessus (janeiro 1987-fevereiro 2000) foi o autor do "Consenso de Washington", a doutrina subjacente à contra-revolução neoliberal global. O seu mandato assistiu ao apoio e financiamento de alguns dos piores ditadores da época, incluindo as suas fotos com o general Suharto, o homem forte e o assassino de massas da Indonésia.

Com Camdessus, o FMI colaborou com o presidente da Argentina, Carlos Menem, na liberalização da economia, na desregulamentação dos mercados financeiros e na privatização de mais de mil empresas. As crises, que se seguiram, levaram à pior depressão da história da Argentina, com mais de 20 mil falências, 25% de desemprego e taxas de pobreza acima dos 50% em bairros da classe trabalhadora… Camdessus, posteriormente, lamentou os seus "erros políticos" em relação ao colapso da Argentina. Nunca foi preso ou acusado de crimes contra a humanidade.

Conclusão 

O comportamento criminoso dos executivos do FMI não é uma anomalia nem obstáculo para a sua seleção. Pelo contrário, foram escolhidos porque refletem os valores, os interesses e o comportamento da elite financeira global: vigarices, evasão fiscal, suborno, transferências em grande escala de riqueza pública para contas privadas, são a norma para a instituição financeira. Estas qualidades adequam-se à necessidade que os banqueiros têm de confiar nos seus homólogos "sósias" no FMI.

A elite financeira internacional precisa de executivos no FMI que não hesitem em usar padrões duplos e que passem por alto as grosseiras violações dos procedimentos usuais. Por exemplo, a atual diretora executiva, Christine Lagarde, empresta 30 mil milhões de dólares ao regime fantoche na Ucrânia, apesar de a imprensa financeira descrever com grande pormenor como os oligarcas corruptos roubaram milhares de milhões, com a cumplicidade da classe política ( Financial Times, 12/21/15, pg. 7). A mesma Lagarde muda de regras quanto ao reembolso da dívida[NR] , permitindo que a Ucrânia não cumpra o pagamento da sua dívida soberana à Rússia. A mesma Lagarde insiste que o governo grego de centro-direita reduza ainda mais as pensões na Grécia, abaixo do nível de pobreza, levando a que o regime acomodatício de Alexis Tsipras apele ao FMI para se manter fora do resgate ( Financial Times, 12/21/15, pg.1).

Evidentemente, o corte selvagem dos padrões de vida, que os executivos do FMI decretam por toda a parte, não deixa de estar ligado à sua história pessoal criminosa. Violadores, vigaristas, militaristas, são as pessoas certas para dirigirem uma instituição que empobrece 99% e enriquece 1% dos super-ricos. 

[NR] Ver O colapso da ordem financeira global começa dia 21

O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=2069 . Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 


Portugal. O POST SCRIPTUM DE CAVACO



Miguel Guedes – Jornal de Notícias, opinião

Enquanto a clonagem não for um dado científico adquirido, não se pode dizer que Marcelo Rebelo de Sousa será um presidente à imagem de Cavaco Silva. Apesar das dúvidas sobre a agenda política de Marcelo serem mais do que muitas, sustentadas e adensadas pelo seu passado político e por mais de uma década de comentários televisivos curvilíneos, há algo que os diferencia enormemente: Marcelo quer ser amado e Cavaco está-se nas tintas para o amor. A maior prova disso é o veto de Cavaco à adopção por casais do mesmo sexo e às alterações na interrupção voluntária da gravidez e, por outro lado, a garantia dada por Marcelo a Marisa Matias, em debate televisivo, de que promulgaria os dois diplomas. Quando se podia pensar que Marcelo era o post scritptum que Cavaco quis deixar, o presidente que deixa Belém com um índice de impopularidade histórico quis mesmo escrever o seu post scriptum pessoal antes de fechar o livro. Cavaco sai por uma porta pequenina sem se querer esconder.

Cavaco Silva vetou os diplomas no dia de reflexão e anunciou a decisão no dia seguinte às eleições. O seu sentido de oportunidade confunde-se com mero oportunismo mas, na realidade, não se afasta muito da lógica da nomeação meteórica de "boys" antes de um partido deixar o poder. Tem de ser antes que seja tarde. A tumefacção. Lamentavelmente, este post scriptum de Cavaco mexe bem mais do que com "boys and girls" e afecta directamente as famílias e as crianças, deixando intacta a imagem de um homem fora do seu tempo ao deixar o seu espaço.

Com Marcelo na presidência, esqueçam os livros e vamos aos filmes. Curtas. Marcelo ganhou à primeira volta e é o grande vencedor da corrida às Presidenciais-simpatia-2016. Mérito indiscutível de quem fez uma campanha atípica e pela certa, sem boicotar debates e sem que, por vergonha, PSD e CDS desenrolassem as bandeiras da PàF. Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias são dois protagonistas para o presente (ambos com resultados muito relevantes e Marisa com uma campanha sempre em crescendo, onde realmente se falou de política). Maria de Belém atira culpas subvencionadas contra tudo e todos no PS, mas esquece-se de que apresentou a sua candidatura na mesma hora em que António Costa dava uma grande entrevista à televisão. Edgar Silva, indeciso quanto à Coreia do Norte, acabou a noite eleitoral envolvido num "sound byte" macho de Jerónimo de Sousa e com apenas mais 30 000 votos do que Tino de Rans. O PCP foi ao osso da sua militância e Jerónimo de Sousa não deveria ter a sua base social de apoio em tão má conta: uma cara bonita ou "engraçadinha" não altera o sentido de voto de um comunista. Longa-metragem para cinco anos.

Portugal. Orçamento. QUANDO OS MASTINS UIVAM E ROSNAM



Hoje tem sido dia de a comunicação social andar à roda do esboço de orçamento enviado para a União Europeia. Que assim, que assado e que aqueloutro. Areia para os olhos não falta. 

O que realmente acontece é que os funcionários da UE e representantes dos mercados, dos donos dos mercados, dos donos disto tudo na UE e globalmente, assumem as suas performances de mastins do grande capital e têm por tendência e efetiva ação lançar-se de bocarra escancarada aos estados que pretendem retomar alguma justiça social e uns pós de humanismo para mitigar a crise e austeridade que a UE e o FMI impuseram a ordenação dos senhores a quem os funcionários na UE servem. O primeiro sintoma é quando os mastins uivam e rosnam. Ameaçam.

Qualquer tentativa dos estados membros no sentido de corrigir as práticas de debulho que há anos os salafrários da UE impuseram são imediatamente consideradas de esquerda extermista, embora não o digam é o que pensam e sentem no pelo afagado por mãozorra da alta finança. Apesar de pretenderem a contenção dos orçamentos no que concerne ao mitigar dos excessos da austeridade que impuseram não vimos, nunca se viu, que os tais mastins da UE ou até de certos governos de países membros tomassem a iniciativa de reduzirem significativamente os seus vencimentos e mordomias, correspondente a milhões de euros, se o fizessem. Mamam, abusam, e querem continuar a semear a fome e a miséria aos povos europeus – a uns mais que a outros. A UE é de facto uma união, uma união de mal-fazer. Quem sair da linha escuta prontamente os uivos e o rosnar dos mastins (está a acontecer com Portugal) que não querem permitir que se retome a soberania e uma vida minimamente decente, minimamente melhor. 

Há que domesticar aquelas feras, fazer-lhes meterem o rabo entre as pernas. Massajá-los com um vara-pau por todo o lombo.

Redação PG / MM

Bruxelas nega ter rejeitado Orçamento português

A Comissão Europeia está a avaliar o esboço de projeto de Orçamento de Estado português para 2016 entregue na passada sexta-feira e diz ser ainda "demasiado cedo" para tomar uma posição, negando assim ter rejeitado o documento.

"Estamos agora a levar a cabo a nossa avaliação do esboço de plano orçamental. É demasiado cedo para nos pronunciarmos sobre a substância do plano nesta fase", indicou à Lusa uma porta-voz da Comissão.

Questionada sobre uma carta alegamente enviada esta quarta-feira pela Comissão às autoridades nacionais, a mesma porta-voz acrescentou apenas que o executivo comunitário "está de facto em contacto com as autoridades portugueses", no quadro do trabalho que está a conduzir para emitir o seu parecer relativamente ao projeto de orçamento.

Vários órgãos de comunicação social noticiam hoje que a Comissão Europeia não aceita o projeto orçamental para 2016 apresentado pelo Governo português por ter sérias reservas quanto aos pressupostos financeiros que constam no documento, posição transmitida numa carta alegadamente enviada por Bruxelas a Lisboa.

Jornal de Notícias

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