quarta-feira, 7 de setembro de 2016

São Tomé e Príncipe. O FRACO REI FAZ FRACA A FORTE GENTE



Adelino Cardoso Cassandra – Téla Nón, opinião

O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, acabou de chegar ao país, depois de ter cumprido uma longa temporada fora, e, como é hábito em si, exigiu aos deputados nacionais que pensavam não comparecer na sessão solene da tomada de posse do novo presidente da República, por alegada evocação de fraude eleitoral na referida eleição, que deveriam comparecer na sessão em causa custe o que custasse. Ninguém sabe, todavia, o que pensa o senhor presidente da Assembleia Nacional sobre tal facto nem tão pouco sobre os propósitos de transferência da referida sessão da Assembleia Nacional para a Praça da Independência.

Como habitualmente faz, noutras ocasiões, é o primeiro-ministro que dá ordens para que a sessão em causa seja transferida da Assembleia Nacional para a praça da independência, independentemente daquilo que o presidente da Assembleia Nacional e o órgão principal, neste caso o Plenário, composto por Deputados diretamente eleitos, que representam todo o país, possam entender nesta matéria. O presidente da Assembleia Nacional bem como os deputados nacionais, diretamente eleitos pelo povo, são ignorados neste processo e a própria Assembleia Nacional funciona como uma caixa-de-ressonância dos caprichos monárquicos do senhor primeiro-ministro.

Se existe coisa que deve ser dignificada, neste momento, em S.Tomé e Príncipe, é a nossa casa da democracia que é a Assembleia Nacional.

Quando o senhor primeiro-ministro decidi não informar os deputados sobre as decisões políticas que toma, recusando ir para a Assembleia Nacional fazê-lo está, direta ou indiretamente, a contribuir para a fragilização desta instituição.

Quando o senhor primeiro-ministro dá ordens para que a sessão solene da tomada de posse do novo presidente da República seja realizada na praça da independência, em detrimento da Assembleia Nacional, está, consciente ou inconscientemente, a fragilizar este órgão.

A cerimónia de posse do Presidente da República perante a Assembleia Nacional, representativa de todos os cidadãos nacionais, já é uma tradição entre nós que deveríamos criar condições para a sua continuidade. Tem um valor simbólico inquestionável porque é o momento instituidor da presidência de quem representa a República e garante a independência e unidade do Estado. É na Assembleia Nacional que todos os cidadãos se sentem ou deveriam sentir representados.

Ninguém compreende esta mudança sem uma explicação fundamentada. Entrando no domínio da interpretação política só se pode admitir esta mudança intempestiva com a necessidadede o senhor primeiro-ministro querer diluir ou minimizar, junto do povo e da comunidade internacional, a perceção da fraude associada ao candidato vencedor das referidas eleições ou; em alternativa, num gesto de populismo anacrónico, querer apoucar a elite nacional, que ele diz não precisar dela para nada, festejando, em contrapartida, somente com o seu “povo pequeno”.

Por outro lado, abrindo este precedente, as populações de Cauê, Mé-Zóchi, Lobata, Cantagalo, Lembá e até do Príncipe poderão questionar a razão de tal ato se restringir ao local definido para a sua realização, em detrimento dos respetivos locais, pretendendo-se, todavia, com o momento em causa, dar uma marca fundadora da representatividade, unidade do Estado e garantia da independência.

As instituições da República devem ter uma identidade própria, forjada pelo tempo e pelos homens, disso não tenho dúvidas. E esta identidade decorre das competências definidas nos regimentos de cada organização bem como de outros elementos que não resultam da lei, designadamente a missão, a tradição e o simbolismo próprio.

Ora, se existe a necessidade de aprofundamento da nossa democracia e que, particularmente, este aprofundamento deve ser dado, também, valorizando-se a evolução das instituições da república, a sua tradição e simbolismo, ninguém de bom senso pode compreender que, por manifestação de um populismo vergonhoso, o senhor primeiro-ministro possa mandar transferir a sessão solene da tomada de posse do novo presidente da República para outro lugar quebrando uma tradição e simbolismo que vinha contribuindo para a solidificação da importância da nossa casa de democracia. Isto parece-me insólito e incompreensível porque representa a demonstração de posso, quero e mando com todas as consequências negativas para a solidificação da nossa democracia. Bem sei que a história política e institucional do país não pode ser compreendida ignorando-se as pessoas, quaisquer que elas sejam, na sua grandeza e na sua pequenez. E Patrice Trovoada, no futuro, vai ser julgado, quer queiramos ou não, tendo em conta a sua conduta política nos últimos tempos, como um fraco primeiro-ministro.

O episódio de “Colonos Negros”, fomentado pela nossa televisão pública, desvalorizado de propósito pelo senhor primeiro-ministro, para dividir os Santomenses em bons e maus, consoante estejam ou não com o “Rei”, é um sinal de fraqueza demonstrativo do desprezo com que o senhor primeiro-ministro quer brindar pessoas da dimensão de Alda Espírito Santo, Guadalupe de Ceita, Leonel Mário d´Alva, Filinto Costa Alegre, José FretLauChong, Maria Manuela Margarido,António Barreto Pires dos Santos (Oné),Carlos Graça, Frederico Sequeira, Armindo Vaz, o atual presidente da República, Manuel Pinto da Costa e outros nacionalistas e ex-governantes que, em condições desfavoráveis e difíceis, de ponto de vista físico, nalguns casos, demonstrando caráter de forte gente, criaram condições para que, hoje, ele pudesse ter “ambições monárquicas” na organização do poder na nossa terra.

Estes tiques absolutistas, de implementação de grandeza real,num pequeno território como o nosso, com características arquipelágicas, têm ganho contornos incomensuráveis, com duas grandes consequências: a fragilização das nossas instituições e, nalguns casos, restrição de direitos fundamentais dos cidadãos.

No processo de avaliação dos juízes, por exemplo, o senhor primeiro-ministro, substituindo-se aos responsáveis pela organização e desenvolvimento da tarefa em causa, andou a dar palpites sobre destino dos juízes avaliados com uma classificação de medíocre descredibilizando todo o processo em causa e contaminando-o politicamente. Não creio que este processo tenha pernas para andar, depois da intervenção política do senhor primeiro-ministro nele, de forma desastrosa e inadvertida.

Por outro lado, ninguém compreende a tentação do senhor primeiro-ministro quando, substituindo-se ao presidente da Comissão Eleitoral Nacional, andou a debitar juízos de valor definitivos sobre os resultados e consequências do recente processo e ato eleitoral comprometendo-os politicamente. Creio mesmo que esta intervenção extemporânea e desnecessária do senhor primeiro-ministro no referido processo é que criou condições para o aprofundamento do antagonismo que se veio verificar posteriormente.

O senhor primeiro-ministro quer, ao mesmo tempo, ser presidente da Assembleia Nacional, Presidente da Comissão Eleitoral Nacional, membro da equipa de inspeção do Conselho Superior de Magistratura e simultaneamente primeiro-ministro.

Ou seja, o senhor primeiro-ministro não abdica de se comportar como um Rei que, em vez de criar condições para a consolidação da nossa democracia decorrente do aprofundamento do institucionalismo, (coisa de que precisamos neste momento, como de pão para a boca)por oposição à indistinção de funções, assume-se como o principal obstáculo àquele propósito criando condições, objetivas ou subjetivas, para a continuação da promoção do abuso de poder na nossa terra.

Só assim se compreende, por exemplo, que um cidadão exemplar como Filinto Costa Alegre, tenha sido vilipendiado, maltratado, perseguido politicamente, condenado e julgado na praça pública, injustamente, por sequazes a soldo de um poder, aparentemente invisível, contando com a ajuda da TVS, pelo facto de ter sido, atempadamente, identificado pela cúpula de tal poder, como um forte e potencial candidato presidencial às eleições que aconteceram recentemente no país. Nada justifica um ato tão vil e cobarde, em nome da política, tendo como referência a criação de condições para a amplificação do poder na nossa terra. Eu, também, como cidadão, senti-me atingido com esta atitude e só espero que o julgamento deste caso, salvaguardando o princípio constitucional da presunção da inocência, seja tão claro quanto possível e que todos os malfeitores desta iniciativa, independentemente da sua posição política e social, paguem um preço alto por aquilo que fizeram. Não pode ser este o exemplo que podemos fornecer aos cidadãos, sobretudo às gerações mais novas, em nome da política.

Da mesma forma, ninguém compreende que a melhor jornalista que temos na nossa televisão pública, Conceição Deus Lima, continue a ser perseguida, marginalizada, desprezada e desvalorizada tendo como propósito único, a construção de uma televisão, como a da Correia do Norte, cuja referência fiz no artigo anterior e que o episódio “Colonos Negros”, desvalorizado pelo senhor primeiro-ministro, veio caracterizá-la de forma definitiva. Qualquer país do mundo que tenha uma profissional com as competências culturais e qualificações profissionais da Conceição Deus Lima, teria a única tentação de colocar este recurso ao serviço da nação justamente num contexto onde prospera, ainda, infelizmente, a ignorância, a incompetência e a iliteracia. Isto, contudo, não pode acontecer no nosso país porque, como afirmou o próprio primeiro-ministro, a nossa elite está proibida de servir a pátria em detrimento do “povo pequeno” pelo menos durante a presente dinastia Trovoadesca.

Estes dois casos, entre tantos outros que eu poderia mencionar neste artigo, traduzem uma experiência governativa: desastrosa; intimidatória; que restringe os direitos fundamentais dos cidadãos; que divide a nossa sociedade entre bons e maus, de acordo com a classificação e preferência do senhor primeiro-ministro caracterizada entre o “povo pequeno” e a elite nacional; que cria uma cultura política arcaizante, dificultadorada emergência do debate político no país e, consequentemente, de condições para um sistemático escrutínio das ações do governo; que demoniza, humilha e persegue os potenciais adversários políticos e críticos; que tem como base de sustentação o culto de personalidade contando com o exercício e colaboração da TVS e rádio nacional; cuja tentação populista de contacto direto entre o “Rei” e o povo é sobrevalorizada em detrimento de criação de condições para a consolidação das nossas instituições e, por último, cujo exercício do poder estatal está a serviço de favorecimento de clientela partidária em desfavor de causas.

Estamos, por isso, neste momento, mais fracos, mais pobres e menos esperançosos. Somos, cada vez mais, menos respeitados por outros países e povos. É neste clima político e emocional que o próximo presidente da república vai tomar posse, no meio do povo, por vontade expressa do primeiro-ministro que, por sua vez, fará o papel de Rei.

Como diria Camões: O Fraco Rei faz Fraca a Forte Gente!

Na foto: PM Patrice Trovoada, o Monarca - como já lhe chamam.

OH EVARISTO, TENS LÁ… DEMOCRACIA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE? E O GOLPE ELEITORAL?



O artigo do Téla Nón, de 3 de Setembro passado, refere a tomada de posse do “novo” presidente da República de São Tomé e Príncipe. Já sabíamos. Vale aqui recordar que Evaristo de Carvalho é presidente de São Tomé e Príncipe após uma eleição que não foi nada transparente e até com comprovadas irregularidades no processo. Daí ter de suportar a cruz que cabe aos políticos cujos processos que os elegem não primam pela transparência, pela honestidade. 

Ficarão para a história do país os episódios ridículos e quase kafequianos que pespegaram com Evaristo de Carvalho na Presidência da República, como era vontade e empenho do atual primeiro-ministro Patrice Trovoada. Ele lá sabe porque tudo se compôs para ter Evaristo em PR. A justiça esteve com o PM e considerou as opacidades como se fossem transparências. Talvez por miopia conveniente ou encomendada. Certo é que ficaram muito mal na fotografia, facto que pode revelar-se muito inconveniente no futuro.

A seguir trazemos do Téla Nón o anúncio sobre a tomada de posse de Evaristo, um PR que começa o mandato por cavar a sepultura da democracia com uma eleição que deixa muitas dúvidas. O extemporâneo da situação, o ridículo, a hilariedade que causa devido a esse ridículo, inspira que parafraseemos Vasco Santana num dos seus filmes famosos, a Canção de Lisboa. Dizia ele para o Evaristo maniento, autoritário e sovina, que era proprietário de uma mercearia: “Oh Evaristo, tens lá disto?” Frase que ficou famosa em Portugal.

É agora a vez de São Tomé e Príncipe pegar na frase: Oh Evaristo, tens lá… democracia? Tens? Pois, mas muito anémica, muito deficitária. E o golpe eleitoral, Evaristo?

Se não houvesse quem se dispusesse a servir gente desonesta este mundo seria muito melhor. Muito mais justo, muito mais democrático. Pois. Mas os cifrões do petróleo estão quase a chegar a São Tomé e Príncipe e…

Petróleo, cifrões, autoritarismo por parte do PM monarca… É semelhante àquela de “o rei vai nu”. Pois.

No Téla Nón. Algo que todos sabemos mas que é de bom tom ficar registado no PG.

Mário Motta / PG

EVARISTO CARVALHO PRESIDENTE DE STP

Num dia em que a chuva deu sinal de que a estação seca, conhecida em São Tomé por gravana, está a beira do fim, e que se aproxima a estação de fartura para o país, as chuvas, em que a ilha fica coberta de um verde de esperança de várias tonalidades, Evaristo Carvalho, passou a ser o quarto Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe em regime democrático.

Na praça da Independência tomou posse, depois de ter trocado a cadeira da presidência com Manuel Pinto da Costa, que esteve presente na cerimónia dando mais uma vez ao país e ao mundo, prova de que é de facto um homem de Estado.

Na presença de várias individualidades, Evaristo de Carvalho prestou juramento como novo Presidente da República.

Murarde Murargy secretário executivo da CPLP, esteve presente assim como os Ministros da Justiça de Angola, e da defesa da república Federativa do Brasil, o primeiro-ministro da Guiné Equatorial, a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e o Ministro da Presidência dos Camarões.

A República da China Taiwan fez-se representar pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros enquanto a República da Costa do Marfim fez-se representar pelo ministro do Estado.

Angola. FAZ-SE NECESSÁRIO ESTANCAR COM URGÊNCIA O SOFRIMENTO DO POVO



Raul Diniz, opinião

Ouve-se nos corredores da boataria que o presidente estaria em vias de cooptar o antigo vice-ministro do interior, Armindo do Espirito Santo Vieira para desta vez ocupar a cadeira de ministro daquela instituição governamental.

Os generais “Mindo Espirito Santo e Ekuiki” são bem vindos à comandância das policias angolanas, aliás, sobre essa questão já descrevi a minha opinião questionável é claro, no Blog: Planalto De Malanje Rio Capopa.

Esses generais forjados na luta pela formação e educação das forças policiais, já deram provas de suas competências no exercício de funções de comandantes dessa força da ordem e segurança.

EM CINCO ANOS PROCUREI UM MOTIVO ÚNICO PARA EXPRESSAR A MINHA QUESTIONÁVEL APROVAÇÃO, MAS ESSA SERIA UMA OPORTUNIDADE PARA PARABENIZAR O PR CASO SE EFETIVASSE A INDICAÇÃO E PROVÁVEL NOMEAÇÃO DO GENERAL AMIGO “MINDO” ESPIRITO SANTO, PARA O CARGO EM REFERENCIA.

Aprendi que em politica, o orgulho é um achado ordinário que chega pouco antes da derradeira queda desconfortável.

Por isso seria ótimo que em simultâneo, o PR coopta-se igualmente o também general amigo “Ekuiki” para juntamente com o general “Mindo” Espirito Santo comandarem juntos e em harmonia a policia desgarrada do regime, que como se sabe a muito cria enormes transtornos as populações autóctones em todo país.

“Foi terrificante ouvir as declarações infelizes do candidato que concorre sozinho a sua reeleição, onde dizia “não precisar dos empresários falsos”, que vive de negociatas com estrangeiros, e até mesmo a custa do roubo da riqueza do estado” é de risos gritantes.

Fica difícil nos tempos que correm o presidente da republica pretender ocultar a face da tirania obscura do regime despótico de que é mentor. Sobretudo quando as politicas de estado são controversas, desastradas e situacionistas. Infelizmente o regime não consegue sair do ostracismo econômico social em que voluntariamente se remeteu.

Como poderia o regime em Angola singrar sem que exista o direito do exercício de cidadania da parte do povo, que é com exclusividade o soberano?

Nenhum sistema politico se constitui em uma democracia produtiva estável, se em permeio existir politicas públicas inclusivas que evite sobremaneira a rotina das roturas sociais profundas que existem na Angola do presente.

É inconcebível e inusitado verificar que existe um sistema politico opaco e enganosamente destorcido em Angola, que ao longo dos 40 anos do pós-independência insiste vergonhosamente e inviabilizar com consistência invulgar o acesso do povo ao exercício da cidadania.

Esse estado negativista tem provoco um exagerado rompimento violento nas relações entre governados e governantes.

É verdadeira a tese defendida ativamente, que existem paradigmas de programação administrativa inviabilizável em Angola, que impossibilita uma administrável governação impoluta, construtiva e viável.

CHEGOU A HORA DE MUDAR O RITMO DAS COISAS E COLOCAR O PAÍS NOS CARRIS RUMO A SUA DEMOCRATIZAÇÃO SEM JES E SEM A SUA FILHARADA E DE AMIGOS AFINS.

Por outro lado, o estilo atual de governação MPLA é intragável, instável, demagógico, e inóspito, porque traz com ele a fome, miséria e um insofismável desconforto sofrível para as populações.

TAMBÉM É INACEITÁVEL PERMITIR-SE QUE O REGIME ANGOLANO CONTINUE CONFIANTEMENTE DESPÓTICO, FALHO, FRACO E DESPREZÍVEL A TODOS OS NÍVEIS.

O regime falha porque teme que o povo seja livre das vontades do ditador corrupto que o preside, esse temor tem efeitos malévolos, e levam o regime a procrastinar sistematicamente o direito de fiscalizar a governabilidade enviesada. Isso significa dizer que em Angola vive-se de facto e de direito uma inflamável e destorcida ditadura infame, desculpem-me a enormidade de adjetivos expostos.

O presidente do regime angolano caminha orgulhosamente só, e nessa caminhada solitária rumo ao nada ele é acompanhado por um falso e estereotipado elã composto de sinuosos autocratas, que por seu lado são completamente descompassados da realidade objetiva que Angola e os angolanos vivem.

Angola. UM POLÍCIA INJUSTIÇADO



A secretaria-geral da Comando-Geral da Polícia Nacional recusou-se a receber, ontem, a petição do seu ex-agente Daniel Kamati, expulso da corporação por ter sido encontrado com 2,800 kwanzas (na altura, US $28) no bolso durante uma inspecção.

Segundo o agente, a secretaria-geral alegou que não poderia receber a carta por ter sido endereçada ao comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Ambrósio de Lemos. Para além do referido comandante, Daniel Kamati dirigiu a mesma petição ao presidente da República, José Eduardo dos Santos, e ao ministro do Interior, Ângelo Barros de Veiga Tavares.

A secretaria-geral, após leitura da carta, insistiu que só a receberia caso o nome do comandante-geral da PN fosse retirado de entre os destinatários. A remoção do nome implicaria, então, que o comando-geral deixaria de ter qualquer obrigação de receber a carta, uma vez que, nesse caso, não seria dirigida a essa instituição.

Em prol do interesse público, Maka Angola publica, na íntegra, a carta que este veterano da guerra civil levou ao comando-geral.

A carta

«O meu nome é Daniel Kamati. Fui agente da Polícia Nacional desde 1999, com o NIP I 107712. Em 2013, fui demitido dessa mesma Polícia de forma brutal e desumana.

Considero a minha demissão injusta e arbitrária. Além disso, não me foi sido dada qualquer possibilidade de defesa.

Os factos de que me acusam teriam ocorrido em 14 de Junho de 2013, e em 22 de Agosto de 2013 – apenas dois meses depois – fui confrontado de forma humilhante com a leitura, numa parada, da minha demissão. Desde então, tenho reclamado, sem sucesso, por um acto de justiça. Por isso, partilho esta correspondência com os meus concidadãos, a maioria dos quais sofrem também injustiças graves por parte dos detentores do poder.

Toda a vida lutei por Angola e pelo MPLA.

Em 1995, entrei para as Forças Armadas Angolanas (FAA) como criança-soldado – tinha 15 anos. Combati, em 1998 e 1999, sob as ordens do “Coronel Hamuti”, comandante do 30º Regimento. Ajudei na libertação de Nhareia e Andulo, então bastiões da UNITA e do Kunhinga, na província do Bié.

No fim de 1999, ingressei na Polícia de Intervenção Rápida. Aí, no âmbito das operações de guerra na área de Tchimoma, município do Waku-Kungo, na província do Kwanza-Sul, parti as duas pernas ao accionar uma mina.

Depois disso, e após a recuperação, continuei sempre a prestar serviço na Polícia.

Sou um fiel soldado do regime.

Desde a minha mais tenra juventude, não conheci outra vida a não ser o serviço militar e policial à pátria. Dediquei o meu corpo e o meu espírito ao serviço da nação.

Agora, por ter sido encontrado com 2800 kwanzas no bolso, sou sumariamente expulso da Polícia, sem qualquer direito a responder, contestar, explicar. Um abuso!

Que tratamento é este, que justiça é esta que a Mãe Angola presta aos seus veteranos, aos seus combatentes?

Se alguém acusa a filha do Presidente de roubar milhões e instaura um processo, esse processo demora anos e anos e acaba por ser arquivado.

Um pobre agente da Polícia é falsamente acusado de extorquir 2800 kwanzas e acaba sumariamente expulso da Polícia, condenado à indigência, sem defesa e sem apelo, tudo se passando no prazo de dois meses!

A Inspecção da Polícia Nacional encontrou-me no meu local de trabalho, no posto policial da Cuca, afecto à 18ª Esquadra da 3ª Divisão do Cazenga. Eu tinha o dinheiro no bolso. Qual é o crime de um agente ter dinheiro no bolso?

Desde aí, nunca mais ninguém teve o cuidado moral ou cumpriu o dever legal de me ouvir. As exposições remetidas são devolvidas com um despacho seco dizendo que os reenquadramentos acabaram em 2006!

Fui despejado para a rua, pelas forças que sempre servi. Tenho seis filhos e três irmãos menores sob minha responsabilidade.

Quem ganhou a guerra, quem suporta este governo, não são três ou quatro generais e Sua Excelência o Presidente da República, mas sim a massa informe de soldados e polícias.

Soldados e polícias que hastearam a bandeira nacional com orgulho e que cada vez mais se vêem reduzidos à indignidade, à humilhação e ao esquecimento.

Somam-se os casos de mau tratamento das chefias aos seus soldados e agentes, os relatos de brutalidade, de arrogância, de falta de consideração pelo processo legal.

A minha história, combatente aos 15 anos e dispensado pelo regime aos 35, é igual à de muitos soldados e polícias que se entregaram para a defesa da pátria e se vêem agora reduzidos à miséria. E, sobretudo, sem qualquer respeito pela sua honra de combatentes.
Esta carta é um alerta e um aviso.

Quando a pátria não cuida dos seus filhos, quem vai cuidar da pátria?

Quando os chefes militares e policiais não respeitam os soldados e os agentes, quem os defenderá? Quem os protegerá?

Este é o meu grito de desabafo. Haja justiça!»

Fonte: Maka Angola, em Folha 8

O REGIME ANGOLANO AOS OLHOS E NA PROSA DE FERNANDO VUMBY



Fernando Vumby, opinião

LUVUALU  AINDA  NÃO  DEU CONTA   QUE  LHE FALTA  O MÍNIMO PARA  SABER FAZER FIGURA DE IDIOTA

Sempre que vejo na TV  os tais debates  com participação de Luvualu, fico com a sensação em estar num pequeno quimbo onde as pessoas têm como sua única forma de se divertirem assentarem-se á volta de uma fogueira e ouvirem o idiota mais popular da sanzala falar...

Mesmo sendo um pobre coitado vazio de inteligência Luvualu deveria poupar os telespetadores com os seus repugnantes vómitos  lançados sempre que abre a boca para tentar defender ate mesmo o indefensável.

Desde que foi nomeado para fazer uns biscates como boca alugada e mal paga pelo ditador angolano (JES) que este conterrâneo do meu pai, se tornou na vergonha de muitos jovens  que o conhecem desde os tempos da  sua passagem pela Rússia e Checoslováquia.

O Luvualu em tão pouco tempo já se tornou numa figura condenada ao ridículo sem o estatuto paradigmático reservado a outras figuras, como o matumbo ou o maluco, e assim lá vai  o coitado do jovem  se tornando a figura mais cómica do ano  2016.

Se ele depois de cada debate analisasse seriamente o tamanho das besteiras que  diz, acredito que chegaria à conclusão de  que há ocasiões na vida em que o silencio de uma pessoa o torna mais sábio, do que qualquer  palavra que poderia ser pronunciada.

Quase lagrimei ao ver  a forma tão brutal como o senhor João Soares o massacrou com argumentos  claros e convincentes á  semelhança daquele debate  com o  Rafael Marques onde no entretanto ficou claro pela primeira vez que Luvualu não passa mesmo de um sujeito de espírito curto e pouca inteligência para enfrentar pesos pesados daquele tamanho.

Sem qualquer ironia preferia ter ouvido  um Bento Kangamba falar, ao menos teria motivos para gargalhadas, do que o jovem Luvualu  que me entristece bastante por até agora não ter dado conta de que está a ser utilizado para fazer um papel muito sujo e triste.

Acredito mesmo que qualquer idiota ou parvalhão facilmente reconheceria que Luvualu na hora de se defender atabalhoadamente usa  quase sempre os mesmos ditados com  palavras diferentes e mistura pensamentos ao ponto de que nada faz sentido ou tem lógica, e fica-se numa figura patética, digno de pena.

Nada melhor para terminar este texto do que este conselho ao jovem Luvualu, com uma máxima de Abraham Lincoln que disse: " É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota, do que falar e acabar com a dúvida "

ESTUDOS REVELAM DE QUE SOMOS GOVERNADOS POR PERVERSOS JÁ SEM CURA POSSÍVEL!

É nestas situações, diante de um amontoado de gente que em quase 40 anos já desenvolveram a sua própria personalidade distorcida, pensamentos destrutivos e maldosos, que vamos acabar por ser sempre os maus a seus olhos e as nossas boas ideias nunca serão aceites.

Só assim se percebe que todas as boas ideias e conselhos da oposição política parlamentar dadas de boa fé e claramente para bem de todos os angolanos inclusive deles próprios, acabam por não serem aceites, serem ignoradas e nem levadas á sério.

A nossa oposição política parlamentar precisa ter muito cuidado pois me parece com grandes dificuldades em dar conta de que estão diante de gente doente. Todo o perverso é um doente raramente com cura.

Como tudo indica quem dá as ordens é o dito senhor superior (JES), os outros, a maioria, são uma espécie de coitados que nos fazem lembrar as prostitutas sem possibilidades e nem tempo para escolherem os clientes porque na hora o que interessa e dá mais jeito é o dinheiro.

Sendo assim, temos que estar muito atentos e sermos cuidadosos porque as ordens dadas por JES - que têm sido cumpridas á risca ate agora - só estão a prejudicar o pais e está a deformar a qualidade de pensamento e reação dos angolanos. Ao ponto de o inaceitável estar a ser aceite e o perverso estar a ser concebido como normal. Poucos são os que já deram conta que JES tem negado inclusive as leis da própria natureza.

Atenção para este pormenor que devemos ter sempre em consideração, para um perverso do tamanho de JES todas as atitudes humanas nunca são sinceras. As suas fantasias e besteiras é que ele considera sempre como sinceras e boas para os angolanos.

Estamos perante uma situação de grande perigo e sem recuo, creio eu. Porque os sentimentos de destruição de JES/MPLA em relação aos seus opositores - através de pensamentos e actos de carácter maldoso - já se fazem sentir, cada vez mais nos seus efeitos negativos, para mal de Angola e dos angolanos.

Somem os escândalos, as mortes autorizadas, os roubos autorizados e autenticados com o carimbo da presidência, tida como o epicentro do crime e da corrupção, hoje aceites e concebidos por quase uma nação inteira como normal e já a fazer parte da nossa cultura.

Num país como nosso - onde estar vivo tornou-se uma questão de muita sorte - viver de ilusões passou a dar mais lucro do da realidade, quem é que está para perder tempo e fazer entender aos perversos que nos governam de que padecem de uma patologia e que devem seguir um tratamento para reeducação das suas mentes perversas?
  
AMBRÓSIO LUKOKI, UM BLEF DE MESTRE OU O PRÓXIMO A SER ENGOLIDO?

Lukoki, oxalá que não seja o próximo a ser engolido pela famosa doença prolongada...

Sempre que leio pronunciamentos do género dos que ele tem feito ultimamente os primeiros retratos que desfilam na minha memória são os daqueles camaradas de ontem que se rebolavam, se mexiam e se remexiam com tanta agilidade e alegria, mas logo que seus pontos de vista pessoal passaram a beliscar algumas sensibilidades pareceram terem cavado as suas próprias sepulturas.

Embora nem sempre mas de vez em quando você ouvia: "O camarada fulano foi evacuado para o país tal, no hospital tal, nunca se sabendo se de sua preferência ou não, e para se sacar informação aos seus familiares nem pó. O silêncio e evasivas era o mote.

Ainda assim, curiosamente, no meio de tanta confusão com versões baralhadas e contradizendo-se umas às outras, raramente não acabávamos por ouvir a mesma canção com um refrão já velho e famoso que dizia que “morreu de doença prolongada”.

PARA AMBRÓSIO LUKOKI CHEGOU A HORA DE DIZER VERDADES OU SAI MAIS UM BLEFE DE MESTRE?

Às vezes é preciso fazer as feridas sangrar. Acho que é mesmo obrigação moral e patriótica de quem ama o seu país e ainda tem voz para falar, consciente de que isso raramente não nos custe a vida, num país onde alguns já se calaram para sempre, outros se calam todos os dias por vontade própria, resignados ou por covardia - quando não aconselhados por quem depende a vida dos angolanos.

Saídas dessas de Ambrósio Lukoki também já ouvimos de tantos outros históricos do MPLA e não passaram de semi-tempestades num copo de água, alguns porque não lhes foi dado mais tempo de vida para contarem aos jovens de 20, 30 e 40 anos de idade tudo que sabem e das mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média nacional desinformada e aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia tóxica estatal de cor vermelha, preta e amarela.

Mas ainda bem que hoje nasce uma juventude que já não precisa de motivações extras de que nunca se sabe se encomendadas ou fingidas, pois nestes kotas já nem dá para depositar muita confiança, visto a cara de um raramente não ser a do outro.

Para os jovens deixo um recado: mais vale confiarem mesmo só nas vossas armas, que são a vossa ideologia, os vossos argumentos, e nos vossos livros. Apesar do cerco estar infelizmente cada vez mais apertado no mundo académico e ser um crime estudar e ler livros que não sejam de mentiras fantasiadas em verdades.

Onde têm estado estes kotas, quando pessoas especialmente jovens são levados na calada das noites ou sob o sol brilhante. Levadas aos olhos da vizinhança impotente e sorrindo por falta de lágrimas para chorar, sem explicações nem motivos para tal? Para muitas vezes nunca mais serem vistos ou sabido o paradeiro dos seus corpos.

Nunca li nenhum pronunciamento deste Ambrósio Lukoki, de Lopes do Nascimento, ou de outra qualquer figura tida como histórica do MPLA, nem sei com que critério são ou foram condenados à morte, raptados, arguidos em julgamentos fantasiados, torturados nas cadeias, etc. Sem sequer uma simples mensagem de condolência ás imensas famílias angolanas enlutadas.

Para não falar de participação em funerais de vitimas de balas do regime, já que por decreto, pelo que me parece, estarem proibidos até mesmo como simples cidadãos, ou também país, filhos, tios, primos e avós de angolanos.

Oxalá que não seja mais uma vez a hipocrisia de sempre na grande escuridão chamada Angola, onde algumas pessoas ficam caladas de sempre, ou fingem sair da casca para simularem quererem falar de hoje como se ontem não tivesse acontecido nada de mau contra os angolanos nos cochichos com Agostinho Neto… das tantas conversas nunca publicadas.

Fórum Livre Opinião & Justiça - Fernando Vumby

BRASIL: AUTORITARISMO E CLAMOR DEMOCRÁTICO




O que o clamor das ruas brasileiras exige agora é o mínimo respeito pela democracia por parte dos grupos de pressão que controlam o Congresso Nacional.

Editorial do diário La Jornada, do México, em Carta Maior

Desde o dia em que Michel Temer, o chefe de Estado do golpismo, foi investido como presidente do Brasil pelo Senado, diversas manifestações passaram a tomar as ruas das principais cidades do país. Algumas delas, marchas multitudinárias, pautadas pelo repúdio ao novo governo, demandando o restabelecimento da democracia no gigante sul-americano.

Em efeito, na mesma quarta-feira passada (31/8), horas depois do ato farsante da manobra que conduziu Temer ao poder, dezenas de milhares de pessoas saíram já começavam a expressar sua inconformidade com a destituição de Dilma Rousseff e sua substituição por aquele que era o seu vice-presidente. Em São Paulo, as manifestações foram violentamente reprimidas pela polícia.

Embora as mobilizações não tenham cessado, no sábado passado (3/9), o chanceler do novo regime, José Serra – que se encontrava na China, acompanhando a reunião de cúpula do G-20 –, tratou de desqualificar as mesmas, descrevendo-as como muito pequenas, “quase nada”, algo entre cinquenta ou cem pessoas. No dia seguinte, foi desmentido por uma marcha que contou com mais de cem mil participantes, ocupando a principal avenida de São Paulo. Foi uma demostração pacífica e bem organizada da oposição social ao novo governo. Porém, em determinado momento da jornada, a polícia paulista resolveu iniciar uma série de ataques com granadas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, nas proximidades de uma estação de metrô, uma agressão completamente injustificada.

As concentrações foram convocadas por organizações sociais reunidas em duas coalizões: a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. Nenhuma delas pertence ou inclui entre os seus aliados o Partido dos Trabalhadores (PT), da presidenta deposta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O sentir das mobilizações não é necessariamente pró-Dilma, mas sim contra o golpe de Estado disfarçado, concluído no último dia do mês passado. Suas demandas centrais são a remoção de Temer e a imediata convocação de eleições presidenciais diretas.

Desde uma perspectiva democrática, a razão está a seu favor: como expressou a própria ex-presidenta, em uma entrevista publicada há poucos dias, o fato de um programa de governo que foi aprovado pela sociedade através dos votos seja derrubado à força, e que em seu lugar tenha entrado um programa de sentido oposto, sem que essa decisão seja submetida à consideração da cidadania, é uma situação aberrante. É exatamente isso o que vem acontecendo no Brasil.

Mais grave e inaceitável que as circunstâncias da queda de Rousseff, com base em acusações sem fundamento, e levadas adiante por um Poder Legislativo, é o fato de Temer aplicar políticas públicas do mais descarado neoliberalismo, contrárias às que receberam o voto majoritário em outubro de 2014, e que alguma vez foram representadas por ele mesmo como candidato à vice-presidência na mesma chapa de Rousseff.

Em suma, o que o clamor das ruas brasileiras exige agora é o mínimo respeito pela democracia por parte dos grupos de pressão que controlam o Congresso Nacional brasileiro, e que tomaram por assalto o Poder Executivo.

Tradução: Victor Farinelli - 
Créditos da foto: Roberto Parizotti

TEMER TEMER, COSTA NO BRASIL





O PM português está no Brasil dos golpistas. Vai encontrar-se e cavaquear com Temer, o PR do golpe no Brasil. A diplomacia, os negócios, a CPLP, a alegada lusofonia, a não intromissão nos assuntos internos, etc., levam António Costa ao Brasil saracuteando-se no antro golpista que derrubou uma presidente legítima (Dilma) e seu governo. Costa vai confraternizar com a velhacaria e bando de corruptos que atualmente reconhece como os representantes legítimos do Brasil, do povo brasileiro. 

Costa nem equaciona que Temer e seu governo golpista não foi eleito? Argumentará que a justiça brasileira legitimou Temer e o seu governo? Justiça? Que justiça, os da justiça do golpe?

Costa vai estar com Temer e seu governo. Acompanhará os golpistas na abertura dos jogos paraolímpicos. Costa não terá vergonha nem se sentirá mal por pactuar com tamanhos salafrários?

Parece que não. A isso argumentará todo o tipo de "desculpas". Pois. Temer impôs-se. Os valores de muitos e também de Costa alteram-se como camaleão altera as suas cores. Há que temer Temer porque são imensos os milhões de euros ou dólares que do Brasil podem vir para Portugal?

É uma vergonha. Basta de venderem a alma ao diabo. Se não podem ou não convém serem frontais usem ao menos evasivas para pactuar com gentes salafrárias, corruptos e golpistas. Usem as diversas manhas da diplomacia mas sejam verticais, realmente democratas que não aceitam PRs e governos não eleitos que são fruto de golpes de estado institucionais, constitucionais, jurisdicionais, etc.

Já agora, que Costa está do outro lado do Atlântico, poderá, no regresso, voar até Luanda e cumprimentar os "democratas" angolanos que compõem o regime "democrático". E de seguida voar até São Tomé e Príncipe para cumprimentar o PR saído de um golpe eleitoral, o senhor Evaristo Carvalho. E o seu mentor e PM do país: Patrice Trovoada. Porque está pertinho quase que pode ir a nado à Guiné Equatorial e cavaquear e abraçar o ditador Obiang. Logo a seguir uma visita à Guiné-Bissau (calha em caminho para Portugal). Ali poderá parabenizar os políticos e militares que infernizam a vida dos guineenses com golpes e contra-golpes, com assassinatos, com roubos e contra-roubos, com plataformas e corredores de cocaína e o que mais der lucros.

Boa viagem, Costa. A vida assim não custa, Costa. Quando não há vergonha é porque não há respeito pelos povos. É do que gosta Costa?

Mário Motta / PG

Moçambique. CRISE OU INCOMPETÊNCIA?



@Verdade, Editorial

Se, no passado recente, havia dúvidas em relação ao destino do país, hoje parece não haver. A cada dia que passa é notório que Moçambique continua, a passos largos, a descer às profundezas do pântano da desgraça, resultante da incompetência mórbida do Governo da Frelimo. O sinal mais evidente desta triste realidade é o facto de os moçambicanos estarem a ser obrigados a apertar o cinto mais do que já está.

Para o povo, tanto o cidadão que aufere salário mínimo nacional assim como o camponês que sobrevive da sua pequena machamba, a situação tornou-se insustentável, até porque os preços de produtos de primeira necessidade não param de subir. Os preços, na verdade, galopam, à semelhança de um cavalo sem freio, a cada segundo. Esta é uma realidade que os moçambicanos têm dificuldades de se adaptar. O mais preocupante é que não se vislumbra mudança do cenário a curto prazo.

Até ao período que veio ao de cima as escandalosas dívidas contraídas ilegalmente com o aval do Estado, o custo da cesta básica para o sustento de um agregado familiar composto por, pelo menos, cinco pessoas durante um mês, rondava os 12 mil meticais. Nesse valor não incluida as depesas relacionadas com higiene, carne vermelha e entretenimento. Presentemente, para ter a mesma quantidade de produtos alimentares os moçambicanos têm de desembolsar mais de 20 mil meticais. Além da cesta básica, os cidadãos têm outras necessidades com a saúde, o vestuário, a educação, a água e a energia.

É, simultaneamente, preocupante e revoltante a crise económica que o país atravessa, sobretudo quando se conhece os indivíduos que deliberadamente causaram esta lancinante situação. Ou seja, hoje, o custo de vida está cada vez mais alto, e os responsáveis por tudo isso prosseguem impunes e em lume brando. Continuam a levar a sua vida folgada, regada de uísque e vinhos, e estão a marimbar-se do sofrimento por que o povo passa.

Aliás, a desculpa esfarrapada usada pelo Governo de turno continua a ser a inexistente produção interna de alimentos. Isso é, na verdade, caricato, visto que o país possui milhares de terra arável, porém, o Governo pouco ou quase nada faz para incentivar a produção interna, fazendo com que se importa tomate, pão ralado, cebola, batata, entre outros produtos, dos países vizinhos. É uma vergonha de proporções astronómicas. É, portanto, uma demonstração de incompetência de bradar os céus!

Importação de combustíveis em Moçambique é suscetível de corrupção, alerta ONG



A importação de combustíveis em Moçambique é suscetível à corrupção e o país precisa de uma entidade independente para fazer a auditoria do processo, alertou hoje a organização-não governamental Centro de Integridade Pública.

"Há evidências de que a importação de combustíveis é suscetível a práticas de corrupção e de má gestão em momentos-chave", refere-se num relatório da organização, que sugere a revisão da lei de importações deste produto, como forma de garantir a transparência e eficiência na gestão do setor.

Apesar de destacar que a arquitetura do quadro institucional da empresa moçambicana de Petróleos (Imopetro) funciona "razoavelmente bem", o Centro indica que a escolha de um fornecedor já eliminado do concurso, o grupo suíço Vitol, para salvaguardar interesses não muito claros criou prejuízos económicos no custo de preços para o consumidor, além de afetar a credibilidade das instituições envolvidas.

Lusa

Frelimo acusa Renamo de ações criminosas que minam a paz em Moçambique



A Frelimo, partido no poder em Moçambique, acusou hoje a Renamo, principal força de oposição, de ações criminosas que põem em causa a consolidação da paz, apontando a restauração da estabilidade como um desafio para o país.

Falando em conferência de imprensa do lançamento das festividades do Acordo de Lusaca, assinado em 07 de setembro de 1974, entre Portugal e a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) para a independência do país africano em 25 de junho de 1975, o porta-voz do partido no poder, António Niquice imputou ao braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), a autoria de assassínios e pilhagens.

"Estamos cientes de que persistem grandes desafios na consolidação da paz, face às ações criminosas, assassínios e pilhagens protagonizados pela Renamo", afirmou Niquice.

Os homens armados do principal partido de oposição, prosseguiu o porta-voz da Frelimo, têm estado a protagonizar ações que configuram violações dos direitos humanos.

Falando sobre a passagem do 42.º aniversário do Acordo de Lusaca, António Niquice realçou que o entendimento representa a vitória heroica do povo moçambicano dirigido pela Frelimo.

"A celebração desta data coloca-nos o desafio de nos questionarmos hoje, o que podemos fazer, qual seria o nosso contributo, a nossa luta, a nossa entrega e dedicação para o bem da nossa pátria", acrescentou Niquice.

Moçambique, principalmente o centro do país, está a ser assolado por ataques armados a alvos civis e militares que o Governo atribui ao braço armado da Renamo.

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, já reconheceu a autoria de vários ataques, justificando com a estratégia de dispersar as Forças de Defesa e Segurança da serra Gorongosa, onde supostamente permanece.

O principal partido de oposição e a Frelimo têm trocado igualmente acusações de raptos e assassínios dos seus membros.

A Renamo exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.

As negociações de paz entre as delegações do Governo moçambicano e da Renamo, que decorrem em Maputo na presença de mediadores internacionais, foram suspensas até 12 de setembro.

PMA // VM - Lusa

Governo destina 2,6 MUSD para eleições locais em Timor-Leste que arrancam este mês



Díli, 06 set (Lusa) - O Governo timorense destinou um orçamento de 2,6 milhões de dólares para a a eleição das novas estruturas de poder local em Timor-Leste, que decorrem entre 15 de setembro e 22 de outubro.

Segundo informou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) o orçamento para a eleição das Assembleias de Aldeia, Conselhos de Suco e dos Lian-na'in (autoridades tradicionais) foi confirmado pelo vice-ministro de Administração Estatal, Tomás Cabral.

"O ministro da Administração Estatal e o primeiro-ministro estão comprometidos com a execução das eleições previstas na lei dos sucos e no calendário já definido", disse Tomás Cabral num encontro de coordenação com os responsáveis eleitorais.

No encontro participaram, entre outros, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Alcino Barris, e os restantes comissários, o diretor geral de descentralização administrativa, Abílio José Caetanto e os coordenadores municipais do STAE, entre outros.

Em causa está a eleição dos responsáveis locais nos 442 sucos (equivalentes a freguesias) de Timor-Leste, que marcam o final de um longo processo de debate político interno sobre a organização do poder local.

A lei define que os sucos são formados por quatro estruturas, o Conselho de Suco, o chefe de Suco, a Assembleia de Aldeia e o Chefe de Aldeia.

O Conselho de Suco, o órgão deliberativo do suco, é composto pelo chefe de suco e chefes de aldeia do respetivo suco, uma delegada e um delegado por cada aldeia, um representante e uma representante da juventude de cada aldeia e um lian-na'in.

O chefe de Suco é o órgão executivo do suco, eleito para mandatos de sete anos que só podem ser renovados uma vez.

A Assembleia de Aldeia é formada por todos os cidadãos com mais de 16 anos, que por sua vez elegem o chefe de Aldeia.

Segundo determinou o Governo, sob proposta do Ministério da Administração Estatal, o processo eleitoral local começa a 15 de setembro com as reuniões dos Conselhos de Suco "destinadas à constituição das mesas eleitorais dos Sucos e à receção de candidaturas para Chefe de Suco".

As reuniões das Assembleias de Aldeia destinadas à eleição dos delegados da Aldeia ao Conselho de Suco, assim como dos Chefes de Aldeia e dos Chefes de Suco decorrem em 30 de setembro.

A 01 de outubro reúnem-se os Conselhos de Suco para o apuramento final dos resultados da eleição dos Chefes de Suco.

Caso seja necessária uma segunda volta para a eleição dos Chefes de Suco, esta terá lugar no dia 07 de outubro, com apuramento final dos resultados a 18 de outubro.

Finalmente, as reuniões dos Conselhos de Suco para a eleição dos Lian-na´in (autoridades tradicionais: "senhores da palavra") e dos representantes da juventude no Conselho de Suco, foram marcadas para 22 de outubro.

ASP//ISG


Quase 200 mil timorenses votaram na eleição de líderes da Fretilin - fonte partidária



Díli, 06 set (Lusa) - Cerca de 200 mil pessoas votaram, no passado fim de semana, para a eleição direta do presidente e secretário-geral do partido timorense Fretilin, devendo os resultados ser conhecidos no domingo, disse à Lusa fonte do partido.

"Estamos a proceder com a contagem dos votos que foram recolhidos em todo o país e esperamos poder anunciar os resultados a 11 de setembro, o 42º aniversário da transformação da ASDT em Fretilin", disse à Lusa José Reis, secretário-geral adjunto.

Na eleição que decorreu no sábado passado havia apenas uma lista, a do presidente Francisco Guterres Lu-Olo e do secretário-geral Mari Alkatiri que deverão ser reeleitos nos cargos que já ocupam.

Apesar de não haver outra lista os boletins de voto preparados pela Fretilin incluíam a opção "não" ou contra.

Reis explicou que a votação foi "muito expressiva" e a taxa de participação foi "mais elevada do que a eleição anterior de 2011 e que os dados estão agora a ser recolhidos.

"Foram instalados 448 centros de votação nos 442 sucos (equivalente a freguesias) de Timor-Leste, e penso que terão votado entre 190 e 200 mil pessoas", explicou.

A eleição dos dois líderes do partido ocorre antes do Congresso Nacional da Fretilin, previsto para a Fretilin, e já a pensar nas eleições de 2017, quer as legislativas quer as presidenciais, em que Lu-Olo, derrotado em 2012, deverá ser novamente candidato.

Entre 15 de setembro e 22 de outubro decorre o processo de eleição das novas estruturas de poder local em Timor-Leste, as Assembleias de Aldeia e Conselhos de Suco, e dos Lian-na'in (autoridades tradicionais).

ASP//ISG


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