Martinho Júnior | Luanda
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Até prova em contrário Trump é “clintoniano” e a evolução da situação
na América Latina, com os contínuos expedientes de desestabilização desde o
derrube do governo de Manuel Zelaya nas Honduras em 2009 (já lá vão 8 anos),
significa que a “nova vaga” da subversão conforme às“revoluções
coloridas” e às “primaveras árabes” continua em vigor, até por
que elas, na América Latina, têm o mesmo cariz de justificação, as mesmas
fontes de promoção e investimento e os mesmos maquiavélicos veículos para
alcançar seus objectivos, resgatando a favor da representatividade das
oligarquias o esgotamento da democracia participativa e popular, bem como o
colapso das organizações continentais progressistas, como a CELAC, a ALBA, a
UNASUR, ou o MERCOSUR, favorecendo a projecção do Ministério das Colónias, que
é a Organização dos Estados Americanos (OEA)…
As
oligarquias latino-americanas agenciadas pela hegemonia unipolar, têm todas o
mesmíssimo comportamento doutrinário, ideológico, sócio-político e cívico:
quando por via prevista pelas leis não conseguem colocar alguém de feição da
hegemonia unipolar no poder dos países com bandeira correspondente à sua
própria esfera de acção, então enveredam por processos de desestabilização em
escalada, sob apoteose e instigação ou da administração de turno, ou do
Pentágono, ou dos serviços de inteligência dos Estados Unidos (e/ou dos seus
vassalos), ou de dois, ou de três desses componentes em simultâneo.
Se
antes com a administração do democrata Barck Hussein Obama o poder nos Estados
Unidos“interiorizava” capacidades internas entre si contraditórias, mas
com a plasticidade duma geometria variável, onde os falcões conseguem
pendularmente levar quase sempre a melhor, não é agora com um republicano como
Donald Trump carregado de boas intensões, (de acordo com a argumentação bem
fundamentada de Thierry Meyssan), que algo de muito substancial se vai alterar
a curto-médio prazos e mesmo que não seja o Presidente dos Estados Unidos a
decidir sobre a desestabilização, não faltam homens-de-mão no Pentágono, ou nos
serviços de inteligência, que estão prontos a fazê-lo, ainda que a geometria
variável possa ter mais acentuadas contradições internas, pois o poder da
aristocracia financeira mundial é ainda determinante no âmbito da hegemonia
unipolar formatada pelo capitalismo neoliberal que se arrasta desde a
administração republicana de Ronald Reagan…
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A prova está por exemplo na sobrevivência dum senador republicano, que de há
décadas é um“inqualificável” criminoso de guerra, como John McCain!
O
resultado disso tudo é uma “desenfreada cavalgada” nos media de
referência sob seu controlo (ou controlo dos seus afins), que “dão o
litro” pela subversão que estiver na moda, desde a desestabilização dos
Balcãs e o fim da Jugoslávia (um dos fundadores do Movimento dos Não
Alinhados), processo que teve início em 1991.
O
bem informado e documentado analista Thierry Meyssan continua a defender o
Presidente Donald Trump, na base de que ele é “um militante
anti-imperialista” e um homem que “luta contra o terrorismo” que
todavia terá que “partir muita pedra” a nível interno para colocar
novas políticas nos carris (e ele preocupa-se em juntar documentos que explicam
o sentido de sua argumentação).
O
facto de ele estar disposto à partilha de informações com a Rússia, no sentido
de dar combate e diminuir o potencial do Estado Islâmico e da Al Qaeda,
disposição que se reflectiu também no encontro recente entre Macron e Putin,
não inibe o uso das ementas das “revoluções coloridas”, ou das “primaveras” em
curso, nomeadamente no que à Venezuela Bolivariana diz respeito e é a própria
Rússia que o demonstra, ao ter expulsado organizações promotoras desse tipo de
desestabilizações anti-democráticas e vinculadoras de ingerência.
Conforme
a Rede Voltaire, este ano mais três “ONGs” anglo-saxónicas juntaram-se
às sete que em 2015 foram interditas na Rússia!
Até
prova em contrário, por que há ainda demasiadas provas que atestam um vento de
outra feição que apaga a inspiração de alguns dos seus discursos, o Presidente
Donald Trump está longe de exercer capacidades no sentido dos equilíbrios que
se requer e apenas encetou uma muito tímida aproximação às potencialidades duma
globalização inclusiva!
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