Não
foi à Alemanha, mas na cabeça de um alemão, do ministro das finanças, foi um
golo e isso é muito relevante. Essa é, pelo menos, a análise de Pierre
Moscovici.
Há
uma diferença, muito óbvia, nas idades e quanto ao talento futebolístico do
Ministro das Finanças português, Pierre Moscovici não arrisca um palpite. O que
o Comissário Europeu salienta é que Centeno trabalha muito para conseguir
alcançar os objetivos. E se isso levou o ministro alemão das Finanças a
compará-lo a Cristiano Ronaldo, então, golo!
O
Comissário Europeu da Economia e Finanças está em Portugal e, numa entrevista à
TSF, falou da comparação que Wolfgang Schauble fez, em Maio, entre Centeno e
Cristiano Ronaldo. "Fico muito feliz que Wolfgang Schauble diga isso
agora, não foi bem o que disse há 2 anos. Portanto, isso prova que Mário
Centeno marcou um golo, não contra a Alemanha, mas na cabeça de Wolfgang
Schauble. O que é, também, impressionante."
Centeno
será o ponta de lança de uma equipa que Moscovici vê com um fio de jogo muito
bom. O Comissário Europeu da Economia e Finanças diz que está muito otimista em
relação a Portugal e diz-se mesmo impressionado.
"A
melhoria da economia portuguesa, nas finanças públicas portuguesas, é
impressionante. Escolho essa palavra porque a minha mensagem é clara: a
economia portuguesa e Portugal são uma economia e um país que se podem confiar,
que merecem confiança."
Apesar
do otimismo, de afirmar com certeza vincada que "a crise acabou" e de
falar numa situação de crescimento estável e muito assinalável, Pierre
Moscovici alerta que é precisa alguma cautela, não dar tudo por garantido.
"Temos
de ter consciência de que é preciso ter uma estratégia constante e duradoura
para consolidar as finanças públicas não uma ou duas vezes, mas por um período
longo. E isto tem também a ver com a redução do défice estrutural, não apenas
do nominal. Tem de existir uma estratégia que favoreça o crescimento e há,
ainda, necessidade de reformas estruturais tendo em vista uma melhoria da
qualidade do investimento, para que o mercado de trabalho funcione melhor,
particularmente na questão do desemprego de longa duração, que é ainda um
problema substancial aqui."
E
depois há que ter atenção à situação da banca, diz Pierre Moscovici. Há alguns
assuntos por resolver, mas nada de muito preocupante, na opinião do Comissário
Europeu.
Ricardo
Oliveira Duarte | TSF
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