História
Após
a invasão de Timor-Leste pela Indonésia em
1975 (então formalmente ainda Timor Português), muitos timorenses se sentiam
oprimidos e foram mortos por questões políticas. Desde então, a resistência
timorense combateu o exército indonésio. Em outubro de 1991 uma delegação com
membros do Parlamento Português e 12 jornalistas planeavam visitar o território
de Timor Leste durante a visita do Representante Especial das Nações Unidas
para os Direitos Humanos e Tortura, Pieter Kooijmans. O governo Indonésio
objetou à inclusão na delegação da jornalista australiana Jill Jolliffe, que
apoiava e ajudava o movimento independentista Fretilin, e Portugal,
consequentemente, cancelou a ida da delegação. O cancelamento desmoralizou os
ativistas independentistas em Timor Leste, que esperavam usar a visita para
melhorar a visibilidade internacional da sua causa. As tensões entre as
autoridades indonésias e a juventude timorense aumentaram após o cancelamento
da visita dos deputados de Portugal. Em 28 de outubro, as tropas indonésias
localizaram um grupo de membros da resistência na Igreja de Motael, em Díli. O
confronto deu-se entre os ativistas pró-integração e os ativistas
independentistas que estavam na Igreja; quando este acabou, um homem de cada
lado estava morto. Sebastião Gomes, um apoiante da independência de Timor
Leste, foi retirado da Igreja e abatido pela tropa indonésia e o
integracionista Afonso Henriques foi atingido e morto durante a luta.
A
12 de novembro, mais de duas mil pessoas marcharam desde a igreja onde se
celebrou uma missa em memória de Sebastião Gomes[1] até
ao cemitério de Santa Cruz, onde está enterrado, para lhe prestar homenagem. O
exército indonésio abriu fogo sobre a população, matando 271 pessoas no local e
com 127 a morrer, dos ferimentos, nos dias seguintes.[2] Até
2012, a localização de muitos corpos continua ainda a ser desconhecida.[3]
Alguns
manifestantes foram presos e só foram libertados em 1999, por altura do
referendo pela independência
Consequências
O
massacre foi filmado pelo repórter de imagem Max Stahl,
que deu assim uma preciosa ajuda para dar a conhecer ao mundo o que tinha
acontecido em Díli. Os acontecimentos foram condenados internacionalmente e
chamaram atenção para a causa dos timorenses.[5] Em
1992, Rui
Veloso, músico português, compôs e interpretou a música Maubere a favor da causa
timorense.
Políticas
No
ano de 1991 as Juventudes Timor-Leste foram
derrotadas pelas forças indonésias, mas, através deste protesto, os timorenses
mostraram a outros países, reconhecidos apoiantes da Indonésia, que Timor-Leste
queria se libertar e tornar-se uma nova nação, independente da Indonésia.
A 12 de
novembro de 1991, Timor-Leste vivia este momento trágico da sua história.
Paradoxalmente, em relação àquele que foi o seu propósito original, o impacto
que teve na opinião pública tornou este fatídico acontecimento num dos mais
importantes passos na internacionalização da causa timorense, ao revelar-se ao
mundo o sofrimento de um povo.
Depois
do evento do massacre de Santa Cruz, quase todos os países passaram a apoiar
Timor-Leste e reconheceram o direito da sua população para determinar se
Timor-Leste devia ser ou não independente, o que se veio a concretizar com o
referendo oito anos depois, em 30 de
agosto de 1999.
Dia
da Juventude
O Massacre
de Santa Cruz, Díli,
no dia 12 de novembro de 1991, provocou um grande sofrimento para a juventude
timorense. Por causa deste massacre - em que a juventude quis manifestar e
demonstrar ao mundo (ONU) que havia
discriminação e violação dos Direitos Humanos no território, já desde o início
da invasão -, este é considerado o Dia da Juventude em Timor-Leste.
Wikipédia
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