@Verdade
| Editorial
A
cada dia que passa fica evidente que os dirigentes e gestores deste país o
único sentido de economia que têm é o de esbanjamento desenfreado dos bens
públicos. Não é preciso ser um especialista em economia para prever o abismo em
que o povo moçambicano tem sido forçosamente empurrado nos últimos tempos.
Basta apenas ter o conhecimento semelhante à de milhares de moçambicanos,
sobretudo as donas de casa cujo único sentido de economia que conhecem é o de
gerir durante um mês 10 quilos de farinha de milho, cinco litros de óleo
vegetal e uma lâmina de carapau congelado com um agregado familiar-tipo em
Moçambique com pelo menos cinco pessoas.
Isto
vem a proposito de inúmeras situações anormais que temos vindo assistir, não
obstante a crise financeira sem precendentes que tem fustigado os bolsos dos
moçambicanos. Esta semana, os moçambicanos voltaram a ser surpreendidos com a
notícia do aumento dos preços de combustíveis, sofucando mais a população. Como
se isso no bastasse, o Governo da Frelimo gastou 560 milhões de meticais na
aquisição de aeronave executiva Bombardier, modelo Challenger 850, para para o
uso específico do Presidente da República, embora o ministro dos Transportes e
Comunicações tenha desmentido essa possibilidade.
Os
moçambicanos tem assistido o seu poder de compra a cair de forma drástica quase
todos os dias. Além disso, a população debate-se com problemas de falta de
transportes, unidades sanitárias, escolas e vias de acesso para o seu bem-estar
e o desenvolvimento do país. Porém, o Governo continua em investir em coisas
que não traz nenhum benefício para a população, como é o caso da aerona
executiva que provocou um rombo nos cofres do Fundo de Desenvolvimento dos
Transportes (FTC), instituição subordinado ao Ministério dos Transportes e
Comunicações.
Diante
de toda essa realidade, incluindo a isenção fiscais de três decadas que se
pretende dar a ENI e ANADARKO, deixa qualquer indivíduo atónito e com uma
dúvida: ou somos um povo rico, ou um povo generoso, ou um povo rico e generoso. Porque só mesmo um povo rico e generoso dá-se ao luxo de aceitar todas essas
situações anormais que postergam o seu desenvolvimento. O mais impressionante é
que esta situação verifica-se num país onde pouco mais da metade da população
encontra-se numa situação de pobreza extrema.
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