A coordenadora do Bloco de
Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou hoje o presidente eleito do PSD, Rui
Rio, de ser "a voz da direita conservadora" que "quer voltar ao
bloco central" e ao" monopólio do negócio".
Orecém-eleito líder do PSD
"é, precisamente, a voz dessa direita conservadora, dessa direita dos
negócios que quer voltar ao bloco central, ao monopólio do negócio, que faz com
que o poder político se vergue sempre face ao poder económico", afirmou.
Discursando em Fafe num encontro
em que foi discutida a política florestal, Catarina Martins defendeu que o BE
tem construído "um caminho que é difícil" para "uma economia
mais justa, que responda melhor pela vida das pessoas, que tenha um país menos
desigual".
"E isso são escolhas
económicas que afrontam sempre o poder económico: é assim na floresta, como é
assim em tudo", destacou, acrescentando: "A direita está incomodada,
porque sabe que, cada vez que nós conseguimos que as pessoas que aqui vivem,
que aqui trabalham, vivam um bocadinho melhor, significa que temos a coragem de
afrontar os grandes interesses económicos que têm mandado sempre no país".
Para a dirigente partidária,
"não é por acaso que a direita tem um incómodo crescente com a existência
de acordos que à esquerda também influenciam e determinam parte da ação do
Governo".
Catarina Martins assinalou depois
que "a floresta é um combate político dos mais duros que existem".
"Se durante tanto tempo se
fez de conta que a floresta não tinha nada a ver com a política foi
precisamente para esconder o que foi feito, para dar sempre mais poder aos
mesmos", insistiu.
Recordou também que "a
floresta é um espaço de riqueza económica que é disputado", observando que
"a mistura de abandono do interior e de paternalismo serve para que os
grandes interesses económicos ocupem todo o espaço".
"E são eles que o estão a
ocupar quando a política falha", exclamou.
A coordenadora do BE considera,
por outro lado, que as atuais entidades de gestão florestal "não têm nenhuma
relação com o espaço concreto" e "são uma forma de os fundos
financeiros comprarem território para o explorar de uma forma que não criam
emprego e riqueza nos locais onde fica a floresta".
A proposta do BE, defendeu
Catarina Martins, passa pela criação de unidades de gestão florestal e
"pela intervenção pública, em que o Estado assume responsabilidades para
com a propriedade da terra, quando ela está abandonada, porque tem de o
fazer".
A dirigente defendeu, por isso,
que o Estado deve assumir "a responsabilidade de juntar os proprietários
locais e de, com eles, criar regras que protejam o território e que distribuam
a riqueza que a floresta cria por essas populações".
Lusa em Notícias ao Minuto -
ontem
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