1. Noticiário da SIC a respeito
da tomada de posse do novo Conselho de Administração da TAP. Sobre Miguel
Frasquilho e a polémica sobre o que comprovadamente recebeu do saco azul do BES
nada se diz. Sobre outros administradores empossados, igualmente nada. Mas lá
surge a insidiosa alfinetada a propósito de Diogo Lacerda de Machado, referenciado
como «amigo do primeiro-ministro».
Que importa ser ele um dos
consultores com maior conhecimento sobre o mundo da aeronáutica civil, só por
si razão mais do que bastante para a nomeação? Ser amigo de António Costa
constitui um estigma, que justifica a crapulosa insinuação de constituir um
tratamento de favor. Só falta a D. Joana mandar um procurador investigar se não
se tratará de algo, se não enquadrável na lei, pelo menos com substância
bastante para alimentar mais umas manchetes do «Correio da Manhã». Mesmo que
depois se esboroe na sua absoluta nulidade.
2. A propósito da patifaria
congeminada por um dos subordinados da D. Joana para manchar a honorabilidade
de Mário Centeno sob a suspeita da solicitação de bilhetes para um jogo de
futebol e que prontamente justificou um ataque do PPE com a abordagem do
assunto no Parlamento Europeu, Paulo Rangel quis-se armar em santo beatificado
dizendo-se em desacordo com a decisão dos pares. Mas alguém no seu juízo pode
acreditar que o grupo parlamentar a que pertence avança com tal
iniciativa sem o assentimento de um dos seus principais vice-presidentes?
Para as direitas lusas
entrincheiradas no Ministério Público não existem limites à sua velhacaria,
mesmo pondo em causa a posição do ministro português enquanto recém-eleito
Presidente do Eurogrupo. Haverá maior demonstração do seu rasteiro
antipatriotismo? Mas o deputado europeu do PSD julga que nos toma a todos por
tolos ao querer passar-se por aquilo que não é...
3. Alguém no facebook coloca uma
questão pertinente, que seria adequada para se pôr publicamente à D. Joana: o
que terá tido mais custos para o Estado, os livros e revistas que José
Magalhães e Conde Rodrigues terão adquirido com o cartão de crédito de governantes,
e provavelmente indispensáveis ao seu cargo de então, ou as 60 mil cópias
confessadamente fotocopiadas por Paulo Portas para as levar consigo, quando
saiu do governo de Santana Lopes? Muito embora o caso já seja matéria
prescrita, seria bom que a ainda procuradora-geral da República respondesse,
mesmo que numa base académica, se também mandaria investigar e julgar o
ai-jesus da sua amiga Cristas.
4. Mas, se essa possa ser matéria
prescrita - menos dispendiosa para os meus bolsos de contribuinte do que as
comissões relacionadas com os submarinos ou a origem dos donativos de Jacinto
Leite Capelo Rego - porque será que o nome de Portas como consultor da
plutocracia angolana não aparece na Operação Fizz tendo em conta a relevância
de Álvaro Sobrinho - eminente testa de ferro de tal seita! - como um dos principais
suspeitos dos atos agora em investigação? E, porque será que, a respeito de
Rangel, os noticiários relevem as suas decisões casuais sobre a Operação
Marquês em vez de incidirem sobretudo sobre as matérias de facto, que afetam
outros arguidos no processo. Nomeadamente esse mesmo conhecido acionista do
Sporting que comprou alguns dos nossos principais jornais especificamente para
neles imprimir um cunho acentuadamente direitista na sua linha editorial?
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