@Verdade | Editorial
Os resultados da segunda volta da
eleição intercalar para a escolha do presidente do Conselho Municipal da Cidade
de Nampula demonstram de forma clara e inequívoca que os munícipes de Nampula,
em particular, e os moçambicanos no geral estão fartos do desgoverno imposto
pela Frelimo desde a Independência Nacional. Na referida eleição, o candidato
da Renamo, Paulo Vahanle, venceu, tendo derrotado o candidato da Frelimo,
Amisse Cololo. Quando já estavam contabilizados 95 porcento dos votos, Paulo
Vahanle tinha aproximadamente 60 porcento.
Porém, o que chama atenção nos
resultados da segunda volta não é necessariamente a vitória do candidato da
Renamo, mas o número de eleitores que se fizeram às assembleias de votos
comparativamente ao que aconteceu no dia 24 de Janeiro. Ou seja, mais de 20 mil
eleitores decidiram exercer o seu dever de cidadania nesta segunda volta, o que
significa que houve um aumento do nível de participação de 25 porcento para 32.
Esta mudança, digamos repetina, de comportamento por parte do eleitor é uma
prova de que os nampulenses decidiram em não deixar que o Município de Nampula
fosse parar nas mãos de quem já lá esteve por vários anos e pouco ou quase nada
fez.
De forma consciente, os munícipes
de Nampula mostraram que já não se deixam enganar pelo número de capulanas,
camisetas e outros bens que lhes são oferecidos durante as campanhas
eleitorais. Os resultados da segunda volta da eleição intercalar em Nampula é
uma mensagem clara de que os nampulenses, por um lado, estão sedentos de mudanças
palpáveis e, por outro, estão cansados das promessas infundadas da Frelimo.
Embora seja uma eleição local, a
mesma revela o sentimento dos moçambicanos e também deixa antever que os
eleitores vão apostar na mudança nos próximos pleitos eleitorais, se o Secretariado
Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional das Eleições
(CNE) não interferirem no processo, como tem sido hábito.
Refira-se também que está claro
que, em eleições onde o processo de fiscalização feita pelos partidos políticos
e observadores, as derrotas da Frelimo são certas, uma vez que este com a ajuda
dos órgãos eleitorais criam condições para manchar o processo.
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