terça-feira, 13 de março de 2018

Nações Unidas acusam o Facebook de espalhar ódio contra a comunidade Rohingya


Investigadores das Nações Unidas consideram que a rede social teve um papel determinante na crise de Myanmar.

O Facebook foi um veículo essencial para espalhar o discurso de ódio contra a comunidade Rohingya. É a conclusão dos especialistas das Nações Unidas que investigam a possibilidade de um genocídio em Myanmar, antiga Birmânia.

Marzuki Darusman, responsável da Missão Internacional Independente de Recolha de Provas em Myanmar, considera que a rede social desempenhou um papel determinante nos ataques à comunidade Rohingya.

Para o coordenador da investigação, o Facebook contribuiu para aumentar o conflito entre a população, especialmente na disseminação do discurso de ódio contra os Rohingya.

Em declarações aos jornalistas, Yanghee Lee, investigadora das Nações Unidas, lembrou que a rede social tem grande importância na vida pública e privada na antiga Birmânia e o governo usou-a para fazer chegar informação ao público.

Apesar de reconhecer que a rede social foi útil no país, lembra que foi também usada para espalhar o ódio.

A investigadora lembra que "os budistas ultranacionalistas têm os seus próprios Facebooks e estão realmente a incitar a violência e o ódio contra os Rohingya ou outras minorias étnicas".

Yanghee Lee deixa o alerta: o Facebook pode ter-se tornado um monstra e corrompido o objetivo para o qual foi criado.

A rede social ainda não reagiu a estas acusações, mas no passado a empresa já disse que está a trabalhar para expulsar os utilizadores que partilham conteúdos que incentivam o ódio em Myanmar.

Joana Carvalho Reis | TSF |  Foto: Cathal McNaughton/Reuters

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