Lomé é este sábado palco de mais
uma cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para tentar
encontrar uma solução para o impasse político guineense. Partidos partem para o
Togo com expectativas.
Uma delegação do Partido de
Renovação Social (PRS) partiu esta sexta-feira (13.04) para Lomé, no Togo, com
uma "expetativa enorme" de que a situação na Guiné-Bissau seja
resolvida durante a cimeira extraordinária da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"A delegação do PRS tem uma
expetativa enorme, porque achamos que a Guiné-Bissau deve sair desta situação
de instabilidade institucional em que o país está mergulhado e penso que tudo
vai ser resolvido num ambiente de tranquilidade", afirmou aos jornalistas,
no aeroporto de Bissau, a terceira vice-presidente do partido, Martina
Moniz.
Questionado pelos jornalistas
sobre se o PRS vai apresentar alguma proposta para ultrapassar a crise
no país em Lomé, Martina Moniz disse que vai "esperar o que vai
sair de concreto da cimeira".
"O PRS espera o resultado da
cimeira. Não temos nenhuma proposta por enquanto, mas temos alguma coisa na
manga, mas depende da cimeira", disse, salientando que o seu partido
sempre esteve disponível para resolver o problema de uma forma "tranquila
e pacífica" para que o país volte à normalidade.
Martina Moniz insistiu que o seu
partido sempre apoiou o Acordo
de Conacri - que prevê a nomeação de um primeiro-ministro de consenso
- mas sempre "descartou a nomeação de Augusto Olivais".
PAIGC de "espírito
aberto"
"Vamos de espírito aberto
para tentar encontrar uma solução que desbloqueie a situação do país",
disse o presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), Domingos
Simões Pereira, momentos antes de partir para Lomé.
"Nós sempre estivemos
convencidos que o bom senso deve prevalecer. A nossa vocação é reforçar as
instâncias da soberania, o Estado de Direito democrático. Portanto é verdadeiramente
triste quando é preciso uma mediação estrangeira para nos dizer que é preciso
cumprir com as nossas leis internas", afirmou.
Domingos Simões Pereira sublinhou
ainda que o país tem de sair desta situação: "Vamos a Lomé preparados para
analisar as opções, avaliar as alternativas, para contribuir para o desbloquear
a situação política."
O líder do PAIGC disse ainda aos
jornalistas que o partido vai continuar a exigir o cumprimento do Acordo de
Conacri. Patrocinado pela CEDEAO, o acordo criado para ultrapassar a crise
política que a Guiné-Bissau vive há quase três anos foi assinado pelos partidos
com representação parlamentar, mais os 15 deputados dissidentes do PAIGC e o
presidente do Parlamento.
A CEDEAO considera que o acordo
ainda não foi cumprido e em fevereiro sancionou 19 guineenses, entre os quais
vários dirigentes do Partido de Renovação Social (PRS), do grupo dos deputados
dissidentes do PAIGC e o filho do chefe de Estado guineense.
Lusa | em Deutsche Welle
Foto: Protesto em Bissau contra a
situação na Guiné-Bissau (2017)
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