Andrés Manuel López Obrador
prometeu acabar com a corrupção e a impunidade no país e anunciou mesmo que vai
dobrar as pensões para idosos logo no primeiro dia do executivo.
Foi presidente da câmara da
cidade do México e consegue levar o país a virar à Esquerda depois de quase 90
anos de governos de Direita. Andrés Manuel López Obrador, também conhecido
pelas iniciais AMLO, chega à presidência depois de ter sido candidato às eleições
de 2006 e 2012. À terceira foi mesmo de vez, depois de se apresentar como um
candidato antissistema.
No discurso de vitória, Obrador
relembrou que vai combater a corrupção e reduzir a violência. Fala mesmo de
"mudanças de fundo".
"As mudanças serão
profundas, mas ocorrerão de acordo com a ordem legal estabelecida. Haverá
liberdade comercial, liberdade de expressão, de associação e de crenças. Em
matéria económica, será respeitada a autonomia do Banco do México. O novo
governo manterá disciplina financeira e fiscal e serão reconhecidos os
compromissos contraídos com empresas e bancos nacionais e estrangeiros",
garantiu.
Durante a campanha o líder do
MORENA, o Movimento Regeneração Nacional, prometeu reduzir gastos do Estado,
aumentar o investimento e garante que vai colocar Donald Trump no seu lugar.
Prometeu vender o avião
presidencial, transformar a residência oficial do presidente num centro
cultural, assegurou uma redução dos salários dos altos funcionários da
administração e anunciou esta madrugada uma medida inesperada: vai dobrar as
pensões para idosos logo no primeiro dia do executivo.
De acordo com o Instituto Nacional
Eleitoral Andrés Obrador conseguiu cerca de 53% dos votos, mas as contagens
ainda decorrem. Ainda assim, é uma vitória histórica. Obrador fica bem à frente
dos candidatos José Antonio Meade, do Partido Revolucionário Institucional, de
Ricardo Anaya, da coligação do Partido Ação Nacional e do Partido da Revolução
Democrática, e Jaime Rodriguez, o independente conhecido como 'El Bronco'.
As eleições ficam marcadas pelo
assassinato de uma ativista política do Partido dos Trabalhadores, pouco antes
da abertura das urnas.
A campanha eleitoral foi
considerada por vários analistas como a mais violenta da história do país,
marcada pela morte de pelo menos 145 políticos ou ativistas e 48 candidatos.
O Partido Revolucionário
Institucional (PRI) chegou ao poder em 1929 e só em 2000 perdeu as eleições
para o Partido da Ação Nacional (PAN), também de Direita. Em 2012, o PRI
reconquistou o lugar, com Enrique Peña Nieto como presidente. Agora, é a vez do
MORENA, com López Obrador aos comandos.
Sara de Melo Rocha | TSF | Foto: Carlos
Jasso/Reuters
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