Martinho Júnior | Luanda
TÚ LUCHARÁS
Este año nuevo, compatriota, es
tuyo.
Ha nacido de ti mas que del tiempo, escoge
lo mejor de tu vida y entrégalo al combate.
Este año que ha caído como un muerto en su tumba
no puede reposar con amor y con miedo.
Este año muerto es año de dolores que acusan.
Y cuando sus raíces amargas en la hora
de la fiesta, en la noche, se desprendan y caigan
y suba otro cristal ignorado al vacío
de un año que tu vida llenara poco a poco,
dale la dignidad que requiere mi patria,
la tuya, esta angostura de volcanes y vinos.
Ya no soy ciudadano de mi país: me escriben
que el payaso indecoroso que gobierna ha borrado
con otro miles de nombres el mio
de las listas que eran la ley de la República.
Mi nombre esta borrado para que yo no exista,
para que el torvo buitre de la mazmorra vote
y voten los bestiales encargados que dan
los golpes y el tormento en los sótanos
del gobierno, para que voten bien garantizados
los mayordomos, caporales, socios
del negociante que entrego la Patria.
Yo estoy errante, vivo la angustia de estar lejos
del preso y de la flor, del hombre y de la tierra,
pero tu lucharás para cambiar la vida.
Tu lucharás para borrar la mancha
de estiércol sobre el mapa, tu lucharás sin duda
para que la vergüenza de este tiempo termine
y se abran las prisiones del pueblo y se levanten
las alas de la victoria traicionada.
Pablo Neruda, Canto General
– https://marcusfabiano.wordpress.com/2015/12/31/neruda-e-o-ano-novo/
… Num momento em que em relação à
América, a aristocracia financeira mundial reitora do império da hegemonia
unipolar se determina a combinar expedientes tradicionais de domínio, como a
Doutrina Monroe, com todo o leque de impactos capitalistas neoliberais e novas
tecnologias, reformulando suas artes, engenharias e engenhos de ingerência,
manipulação e reforço das oligarquias avassaladas…
… No Foro de São Paulo, o toque a
reunir dos progressistas implica uma ampla revisão autocrítica, uma busca
criativa de consensos, uma perspectiva de unidade e de coesão integrando
articulações inteligentes e um aprofundar das capacidades teóricas e práticas
de dialética social em reforço da lógica com sentido de vida que anima a imensa
vontade de construir uma democracia, que ao não se esgotar na
representatividade envenenada de menos de 1% da humanidade, seja uma salutar
democracia popular dos mais de 99% dela! (http://www.granma.cu/xxii-foro-de-sao-paulo/2016-06-16/que-es-el-foro-de-sao-paulo-16-06-2016-18-06-56).
1- A América, sobretudo a América
Latina, condensa à escala global os maiores avanços alcançados pelos povos
depois do implodir do socialismo que sobreviveu à IIª Guerra Mundial, num
ambiente azotado até à saturação pelo poder do império (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/civilizacao-e-barbarie-uma-constante.html)!
Essa síntese-analítica histórica
e contemporânea de carácter conclusivo, essa tese, é reveladora que está em
curso um processo dialético em que a maior disputa obriga a uma longa batalha
cultural de ideias e de vontades, que conduzem ao aprofundamento da democracia
perseguindo práticas de dignidade, de solidariedade, de internacionalismo, de
integração e acima de tudo, duma identidade sincronizada com a paz alimentada de
justiça social e o efectivo diluir dos desequilíbrios crónicos que advêm do
passado e do presente capitalista, que tanto azotam e afectam a humanidade e o
planeta (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/04/a-logica-com-sentido-de-vida-e.html)!
Definidos nesses termos, os
processos históricos, antropológicos e sociais em curso são factores do
espectro dialético inerente a toda a humanidade, factores que sustentam o que à
civilização pertence e faz parte do presente com os olhos postos no futuro,
face a face ao que pertence ao passado e ao presente ao dispor da barbárie!
Esse é o sensível balanço do que
está em jogo, esbatendo-se entre 15 e 17 de Julho sobre as mesas do Foro de São
Paulo em Havana (http://www.granma.cu/foro-sao-paulo)!
2- O aprofundamento da democracia
popular com os ingredientes que ela comporta, torna-se assim num processo ético
e moral, que define por si a busca incessante da paz inerente à justiça social,
que se deve saber defender das brechas que o capitalismo neoliberal tece,
procura e procurará abrir em suas “transversalidades”, o que obriga a uma
atenção inteligente capaz de garantir os fundamentos seguros de sua afirmação,
mantendo sempre vivas as capacidades de aprendizagem, de reflexão e de busca de
consensos, assim como a construção das amplas plataformas de unidade e de
coesão!
Nesse sentido, com os fundamentos
duma lógica com sentido de vida seguida com amor, dedicação, coragem, esmero e
respeito para com o seu próprio povo, para com os povos mais deserdados da
Terra e para com a natureza do planeta, Cuba torna-se um factor catalisador e
inspirador, um autêntico farol para os progressistas da América e de todo o
mundo!
De facto em Cuba, não terminaram
com a vitória na alfabetização os êxitos humanos da revolução cubana, pois essa
vitória, ainda que possa parecer contraditório para muitos, foi o início dum
vital processo de sublimação inteligente do seu próprio povo por via das
prioridades que se tornaram a educação e a saúde, indispensáveis à
transitoriedade que é a vida humana num universo onde tanto se tem a aprender e
a fazer em benefício da humanidade e do planeta, da civilização!
Todo o processo histórico da
revolução cubana está assim, como exemplo imprescindível, ao serviço dos
progressistas da América e de todo o mundo e é com esse vigor que todos os
problemas devem ser debatidos pelos progressistas que estarão presentes entre
15 e 17 de Julho em Havana, na criativa busca de consensos capaz de construir
integração a partir de cada uma e de todas as articulações (http://www.granma.cu/foro-sao-paulo/2017-07-19/evo-morales-es-el-mejor-momento-para-unirnos-19-07-2017-21-07-51)!
O socialismo inerente à revolução
cubana, que não foi vencido enquanto durou a guerra psicológica do período
designado de Guerra Fria, nem vencido com o ignóbil bloqueio à ilha, nem com
todo o tipo de subversões incitadas ao longo de décadas contra Cuba, inspira-se
no que desde o passado é justiça social, é civilização e por isso um vivo
catalisador de ideias e de legítimas vontades e aspirações, num património
comum ético, estético e moral que se deve ajustar ampliando os benefícios
progressistas para com toda a humanidade e o planeta!
A paz só se constrói, nos seus
mais robustos alicerces, com a justiça social, mas para que o poder do império
não busque na guerra, nas abissais desigualdades, nas ingerências, nas
manipulações, no caos, no terrorismo ou na desagregação, um refúgio que
propicie a subversão por via dos seus já estafados argumentos contranatura,
perante toda a transitoriedade da vida humana há que ganhar uma cultura de
consensos que plasme a vontade progressista de sublimação, com toda a sabedoria
e democraticidade que isso comporta!
3- As disputas dialéticas
alargam-se hoje às prementes radiografias que há a fazer sobre as novas
tecnologias e o seu uso, ou abuso, radiografias que também devem estar
presentes sobre as mesas de Havana no âmbito do Foro de São Paulo (https://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/345110/Direita-e-esquerda-no-neoliberalismo.htm)..
Em função do seu poder até hoje
quase ilimitado de domínio económico, financeiro e material, as novas tecnologias
têm servido ao império da hegemonia unipolar como mananciais que são poderosas
condutas disponíveis em prol dos processos de opressão, subversão, alienação e
vassalagem, ramificadas até aos “rincões mais obscuros do planeta” (parafraseando
George W. Bush)!
Há que fazer com que as novas
tecnologias sirvam cada vez mais as aspirações, as vontades e a sublimação
ética e moral dos povos progressistas de todo o mundo (http://www.cubaperiodistas.cu/index.php/2017/11/la-informacion-es-hoy-el-petroleo-de-antes/)!
As novas tecnologias devem sérum
suporte para que os circuitos de informação se alarguem, em tempo real, em
benefício da democracia participativa, reforçando assim a capacidade criativa
colectiva.
As democracias populares em
embrião, ou existindo em processos sujeitos a tanta pressão e vulnerabilidade
como o de Cuba revolucionária, devem então, para sua própria segurança e discernimento,
com toda a humildade e inteligência, inventariar e avaliar as capacidades do
poder dominante e de sua panóplia de instrumentos, conduta a conduta, em todo o
espectro de ramificações, sobretudo as conducentes aos ambientes sujeitos a
todo o tipo de subversão, de alienação, de ilusão, de alucinação ou de
virtualização que vão compondo o persuasivo ramalhete do seu “soft power” (http://cubadebate434.rssing.com/browser.php?indx=42710624&last=1&item=1)!
São esse tipo de tentáculos que
perfazem a sensibilidade apensa ao império, para o poder dominante da
aristocracia financeira mundial encontrar as brechas e se preparar os caminhos
para as ofensivas “transversais” para dentro das comunidades, das
sociedades, quaisquer que elas sejam e exemplos disso é o que mais abunda mundo
fora!
As “revoluções coloridas” que
vão ocorrendo por todo o mundo, os enredos fomentadores de caos, de terrorismo
e de desagregação, assim como a guerra psicológica e económica aplicadas à
Venezuela e à Nicarágua, bem como a “transversalidade” de processos
judiciais como os que têm sido experimentados em laboratórios como o do Brasil,
devem ser estudadas nesse tipo de abrasivos contextos e global conjuntura,
confrontando-as com as pequenas ou grandes vitórias alcançadas!
Desse modo as reinterpretações
progressistas, inventariando e avaliando, implicam que a inteligência das
comunidades e dos povos seja animada duma atenção dialética constante,
inscrevendo-se como uma filosofia de resistência essencial para as culturas
fomentadoras de civilização face à barbárie, por muito fragilizada ou
vulnerabilizada que, à partida, esteja essa capacidade de resistência lúcida,
resoluta e imprescindível (http://www.cubadebate.cu/opinion/2018/02/21/el-liberalismo-oligarquico-latinoamericano/#.WsH8_SbA9jo)!
A lógica com sentido de vida,
aplicada à crítica sobre os processos instrumentalizados pela globalização que
o império tece com todos os ingredientes duma avassaladora guerra psicológica
do abuso de motivações bárbaras recorrendo a novas tecnologias, deve animar a
criatividade progressista e alimentá-la na longa batalha de ideias e de acções
que há que continuar a travar em nome da humanidade e do planeta, mobilizando
cada vez mais os actores progressistas dos percursos (http://www.granma.cu/foro-sao-paulo/2017-07-19/nuestra-america-en-pie-de-lucha-19-07-2017-13-07-01)!...
A vida, nada tem a ver com o que
o império tece (http://www.granma.cu/foro-sao-paulo/2018-07-08/la-peligrosidad-del-foro-de-sao-paulo-08-07-2018-20-07-51),
nem com a avalanche de acções catapultadas pela sua guerra psicológica contra
toda a humanidade (http://kaosenlared.net/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/),
pelo que no Foro de São Paulo, entre 15 e 17 de Julho em Havana, há toda a
possibilidade de, antes de tudo o mais, a humanidade o perceber, para saber
distinguir, para saber optar e, face à avassaladora barbárie, para saber saudavelmente
resistir!
Martinho Júnior - Luanda, 11 de Julho de 2018
Imagens:
- A XXIVª Encontro do Foro de São
Paulo, de 15 a 17 de Julho em Havana, Cuba;
- Os dois fundadores do Foro de
São Paulo – o Comandante-em-Chefe Fidel e o companheiro Lula;
- “A unidade faz-nos
grandes” , mas a integração de articulações exige inteligência, consensos,
vontades orientadas para objectivos comuns, diálogo permanente e lógica com
sentido de vida;
- Ignatio Ramonet e o
Comandante-em-Chefe Fidel, um debate constante sobre 2ª informação de hoje
que é o petróleo de antes”;
- Andrés Manuel López Obrador, o
presidente progressista eleito no México – um novo fôlego para a América
progressista? – http://www.cubadebate.cu/opinion/2018/07/05/amlo-y-nuestra-america/#.W0D52SbZBjo
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