Em visita a Moçambique, ministro
alemão da Cooperação Económica e para o Desenvolvimento prometeu apoio na
implementação do processo de paz e encorajou o combate à corrupção. Agricultura
será foco do investimento alemão.
O ministro alemão da Cooperação
Económica e para o Desenvolvimento, Gerd Müller, defendeu este domingo (26.08),
em Maputo, que a chave para o desenvolvimento e futuro de Moçambique é a paz e
tolerância entre todos os grupos que existem no país.
Müller, que efetua desde sábado
(25.08) uma visita de dois dias a Moçambique, disse que "a implementação
de todo o processo de paz exige de ambas as partes, o Governo e o maior partido
da oposição, a RENAMO, que dêm passos que vão ao encontro um do outro".
O ministro considerou ainda
importante que a RENAMO e outros partidos políticos tenham a oportunidade de
apresentar e divulgar as suas posições.
A Alemanha "tem grandes
expectativas em relação à implementação da paz," referiu Gerd Müller,
falando a jornalistas.
O ministro prometeu o apoio de
seu país na implementação do acordo de paz, recentemente assinado entre o
Governo e a RENAMO - que prevê a desmilitarização, o desarmamento, e
areintegração dos homens armados residuais da Resistência Nacional Moçambicana.
Encontros separados
A implementação deste acordo foi
o tema central de um encontro que o ministro alemão da Cooperação Económica e
para o Desenvolvimento manteve este domingo com a chefe da bancada parlamentar
da Resistência Nacional Moçambicana, Ivone Soares.
Gerd Müller abordou, igualmente,
o processo de paz com o arcebispo da Beira, Dom Cláudio Dalla Zuanna.
Um dos pontos mais altos da
visita a Moçambique foram as conversações que manteve com o Ministro da
Economia e Finanças, Adriano Maleiane.
O governante alemão encorajou o
Governo moçambicano a continuar a luta contra a corrupção e a implementar as
recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Só assim é que vai voltar a
haver a confiança dos investidores aqui no país," acrescentou.
Gerd Müller afirmou ainda que o
ponto fulcral dos apoios da Alemanha a Moçambique, nos próximos dois anos, será
a agricultura e os programas energéticos para as áreas rurais mais recôndidas.
"O solo moçambicano é
produtivo e nós temos condições básicas para aumentar a produção e a
produtividade agrícola. Desta forma, acreditamos que se pode combater a
pobreza," disse o ministro alemão.
Um outro setor que vai continuar
a merecer um forte apoio da Alemanha será a formação técnico-profissional dos
jovens.
O ministro sublinhou que o seu
país quer colaborar ainda com o Governo para que os resultados da exploração
dos recursos naturais beneficiem as populações e o orçamento do Estado.
Por seu turno, o ministro
moçambicano da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que o encontro
serviu para fazer o balanço da cooperação entre os dois países e para preparar
o próximo encontro bilateral agendado para outubro próximo, em Berlim.
Futuro da cooperação
Neste encontro, será aprovado o
financiamento da Alemanha a Moçambique para os próximos dois anos.
"Nós temos um programa de
cooperação de 2016, que termina este ano, num montante de 89.5 milhões de
euros. Pedimos que o Governo alemão visse a possibilidade de aumentar este
valor e também olhar para as eleições gerais de 2019, porque vão ser especiais.
Temos um figurino diferente recentemente aprovado que vai exigir um esforço
adicional e, então, o nosso Orçamento de Estado precisará ser
apoiado," afirmou o ministro moçambicano.
Adriano Maleiane disse ainda que
Moçambique tem uma cooperação "bastante boa" com a Alemanha em
vários domínios. Destacou que a Alemanha é, por exemplo, o segundo maior
contribuinte na área da educação.
A agenda do ministro alemão da
cooperação económica e para o desenvolvimento incluiu uma deslocação à cidade
da Beira - onde visitou o centro Polivalente DREAM da comunidade de Santo
Egídio, um programa que beneficia do apoio da Alemanha há mais de 15 anos.
O ministro Gerd Müller visitou
ainda o projecto costeiro da cidade da Beira, cuja reabilitação conta com o
apoio da cooperação alemã, através do banco alemão de desenvolvimento (KFW).
Leonel Matias (Maputo) | Deutsche
Welle
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