Começou à meia-noite deste sábado
a campanha para as eleições legislativas, autárquicas e regionais de 7 de
outubro. Na corrida estão sete forças políticas. A oposição desconfia de
esquema de fraude do partido no poder.
Nos próximos 15 dias, os partidos
políticos são-tomenses mobilizam-se no terreno na caça
ao voto, apresentando as suas propostas aos militantes e simpatizantes. Das
sete forças políticas, a Ação Democrática Independente (ADI, no poder), o
Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata
(MLSTP/PSD) e a coligação formada pelo Partido da Convergência Democrática
(PCD, segunda maior força da oposição), Movimento Força para a Mudança
Democrática (MDFM) e União dos Democratas para Cidadania (UDD) são os
potenciais candidatos à vitória.
"São Tomé e Príncipe para
todos" é o slogan da campanha do MLSTP/PSD. "Neste momento o país
caiu numa indigência e nós temos que dignificar o são-tomense na sua própria
terra", afirma o presidente do maior partido da oposição, Jorge Bom Jesus.
"Para nós o desenvolvimento tem de ser desenvolvimento humano. Cada
são-tomense conta", sublinha.
Para Jorge Bom Jesus, o
desenvolvimento do país depende dos próprios são-tomenses. "São Tomé e
Príncipe só pode avançar se os próprios são-tomenses colocarem a mão na massa,
porque os são-tomenses são atores e beneficiários deste próprio desenvolvimento. A cooperação internacional não será outra coisa se não o complemento do nosso
esforço nacional", defende.
Promessas de emprego
A restauração da democracia, a
reforma do setor da Justiça e de outras instituições e o emprego são duas das
prioridades do manifesto da coligação formada Por PCD, MDFM e UDD. "Na
área económica e social, há grandes prioridades. Uma delas é a garantia do
emprego", diz o líder do MDFM, Carlos Neves.
Na caça ao voto, a ADI trabalha
com vista a mobilizar a juventude e os eleitores indecisos. Patrice Trovoada,
líder do partido no poder e primeiro-ministro são-tomense, promete empregos
através do Centro de Empreendedorismo Jovem, com uma linha de crédito de 20
milhões de dólares das petrolíferas americana Komos Energy e Britânica BP.
"A juventude é o futuro e
ela cria coisas novas, necessidades novas, modelos de negócios novos através da
sua capacidade de sonhar, inovar, de transformar e de exigir coisas que não são
da nossa geração", diz Trovoada.
Alerta de fraude eleitoral
Antes do início da campanha
eleitoral, a ADI tentou eliminar da corrida eleitoral a coligação PCD-MDFM-UDD.
O partido no poder impugnou junto do Tribunal Constitucional a candidatura das
três forças políticas por considerá-la irregular. Entretanto, na terça-feira
(18.09), o Tribunal Constitucional chumbou a impugnação da ADI, dizendo ser
extemporânea e fora do prazo.
A coligação das três forças
politicas, que já participaram no passado na governação do país, desconfia
agora da atitude da ADI. "Provavelmente, o que estará por trás será passar
a ideia da imparcialidade deste Tribunal Constitucional para depois, no dia 7,
tentar tirar proveito com eventuais reclamações que poderiam conhecer desfechos
a favor do poder", acredita Arlindo Carvalho, presidente do PCD.
Cerca de 90 mil eleitores são
este ano chamados às urnas para eleger, a 7
de outubro, os novos deputados e membros das assembleias distritais e
regionais do país.
Ramusel Graça (São Tomé) |
Deutsche Welle
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