Xi Jinping / © Reuters
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Xi Jinping, que na terça-feira
inicia uma visita de Estado, publica hoje na edição impressa do DN um artigo em
que afirma que "Portugal é um ponto importante de ligação entre a Rota da
Seda Terrestre e a Rota da Seda Marítima" e por isso um aliado muito
prezado pela China.
É a citar Luís de Camões (Aqui.../
Onde a terra se acaba/ E o mar começa...) que o presidente chinês inicia o
artigo de opinião que hoje publica no DN, a dois dias do início da visita de
Estado a Portugal. Sob o título "Uma amizade que transcende o tempo e o
espaço, uma parceria voltada para o futuro", Xi Jinping lança o desafio de
aprofundar as relações, que diz serem já muito fortes e com cinco séculos de
história, afirmando que "vamos construir em conjunto Uma Faixa
e Uma Rota e ser parceiros de desenvolvimento comum. Portugal é um ponto
importante de ligação entre a Rota da Seda Terrestre e a Rota da Seda Marítima,
por isso, a cooperação sino-portuguesa no âmbito de Uma Faixa e Uma Rota é
dotada de vantagens naturais. As duas partes podem fazer bom uso das
oportunidades trazidas pela construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota,
continuar a reforçar e a fazer crescer os projetos existentes, aproveitar bem
as plataformas como a Exposição Internacional de Importação da China, aumentar
as trocas comerciais e criar novos pontos de crescimento para a cooperação nas
áreas como automóveis, novas energias, finanças e a construção de portos, entre
outras, bem como reforçar a cooperação em terceiros mercados, a fim de realizar
benefícios mútuos e ganhos compartilhados numa esfera mais ampla".
Relembrando que esteve em
Portugal há 20 anos e que fez também uma escala técnica na ilha Terceira em
2014, Xi agradece o convite do Presidente Marcelo de Rebelo de Sousa para agora
esta visita de Estado, que se realiza a 4 e 5 de dezembro e que acontece depois
da presença na cimeira do G20 na Argentina, para onde partira depois de visitar
Espanha. Num artigo recheado de referências aos laços históricos entre os dois
países, sem esquecer, claro, Macau, o líder chinês refere também que no próximo
ano se celebram os 40 anos do restabelecimento de relações diplomáticas.
De entre as várias parcerias
sugeridas pelo presidente chinês no artigo publicado hoje na edição impressa do
DN vale a pena referir a dedicada à chamada economia azul, aproveitando, como
sublinha Xi, que Portugal é conhecido como terra da navegação: "Vamos
desenvolver ativamente a Parceria Azul, encorajar o reforço da cooperação nas
áreas de pesquisas científicas relacionadas com o mar, a exploração e a
proteção do mar e logística portuária, entre outras, desenvolvendo a 'economia
azul', fazendo com que os vastos mares beneficiem as nossas futuras gerações."
Xi Jinping, à frente dos destinos
da China desde 2012, relembra a cooperação económica durante o período da crise
financeira, "quando uma após a outra as empresas chinesas vieram investir em Portugal. Ao expandir
os seus negócios fora da China, contribuíram para a criação de postos de
trabalho e para o desenvolvimento socioeconómico de Portugal."
A cooperação cultural não ficou
esquecida, com Xi Jinping a notar que em Portugal há já quatro Institutos
Confúcio, enquanto na China há 17 universidades com cursos de língua portuguesa.
Uma referência digna de nota no
artigo de Xi é a Freixo de Espada à Cinta, vila portuguesa que há séculos é
conhecida pelo fabrico de seda. O presidente sublinha também a influência da
porcelana branca e azul chinesa nos azulejos portugueses.
A acompanhar este artigo do líder
da segunda maior economia mundial, o DN publica um vasto dossiê que aborda o
caminho da China em direção a ser uma nova superpotência, o relacionamento
económico bilateral, o ensino da língua chinesa em Portugal, a comunidade
chinesa, Macau hoje e ainda uma reportagem em Freixo de Espada à Cinta, onde restam
duas tecedeiras a trabalhar a seda.
Diário de Notícias
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