Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
A propósito do convite da TVI de
um criminoso, racista e fascista, não forçosamente por esta ordem, algumas vozes
gritam "liberdade de expressão" e "politicamente correcto".
Se o crime cabe no conceito de liberdade expressão, então o que é que não cabe?
Racismo, homofobia e fascismo não são admitidos pela lei, importa lembrar o
óbvio.
O canal de televisão, na pessoa
do seu director de informação e do apresentador do programa, defende o convite
enquadrando-o no aparentemente espaço infinito da liberdade de expressão. A
defesa não só é desesperada como perigosa. O reconhecimento do erro e um pedido
de desculpas, com destaque para aqueles que foram vítimas do criminoso em
questão, colocaria um ponto final sobre o assunto. Mas não é isso que a TVI
quer, certo? Afinal de contas, até má publicidade não deixa de ser publicidade
e, pelo menos para alguns, esta nem sequer é má publicidade, desde logo
"porque nem só a extrema-esquerda tem direito a tempo de antena", a
"extrema-esquerda que está no Governo" - como se essa
"extrema-esquerda" apregoasse a perseguição a minorias, a misoginia,
a homofobia ou o racismo mais escabroso.
A TVI ainda vai a tempo de se
retractar e de enterrar o assunto, aprendendo a lição e não mais voltando a
sucumbir ao desespero em nome das audiências.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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