sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Rio entrou contestado no Conselho Nacional do PSD e saiu reforçado


Deixem-me trabalhar. Rio ganha o primeiro round a Montenegro e promete mudanças

O líder social-democrata venceu a moção de confiança por 25 votos e começou a falar dos atos eleitorais que se avizinham: "já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar."

Rui Rio pediu e o Conselho Nacional decidiu. Estada dada a confiança política de que o líder precisava para se manter como líder. Foram precisas mais de 10 horas de debate para Rio ​​​​​​​ver aprovada uma moção de confiança com 75 votos a favor, 50 contra e um voto nulo. Uma vitória que se traduz numa percentagem de 59,5%.

Depois de duas semanas de grande agitação para o PSD, o líder quer agora um pouco de "paz" para "construir uma alternativa ao Governo do PS." Já com as eleições em mira de vista, Rui Rio saiu do Conselho Nacional com o foco apontado ao PS. O presidente do PSD já acredita que os socialistas podem perder as eleições mas continua com dúvidas sobre a capacidade dos sociais-democratas de as vencerem: "Costumo dizer isto e acho que é claro: quem está no poder tem de primeiro perder para os outros poderem ganhar. Neste momento, já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar. É isso que temos de fazer, é essa a tarefa que temos pela frente. Metade está feita, o PS pode perder, disso não há dúvidas. Agora, temos de construir a possibilidade de as ganhar."

À saída da reunião, e questionado sobre a legitimidade para continuar à frente do partido, Rio foi perentório: "legitimidade para liderar o partido tive sempre, porque ganhei as diretas. Naturalmente, face a todo este tumulto que houve muito recentemente, este é um resultado importante porque é um pouco superior ao que foram as diretas", que venceu com 54,37% dos votos, há um ano.

Agora que "arrumou" Luís Montenegro a um canto (pelo menos para já), Rui Rio começa a ensaiar o discurso de uma nova estratégia do PSD, para as eleições que se avizinham: "A estratégia tem etapas e o que se faz a dois anos de umas eleições é uma coisa, o que se faz a um ano é outra e o que se faz em cima de eleições é ainda uma outra coisa diferente. Vamos ter eleições para o Parlamento Europeu já em maio, naturalmente que a forma de fazer oposição e de a conduzir é um pouco diferente em cima de eleições. Tudo isto tem uma lógica. Não pode ser a política do bota-abaixo permanentemente, nem as pessoas aceitam isso, não é o meu estilo."

A Luís Montenegro e a todos os críticos, Rio pede apenas que o deixem "fazer o trabalho com alguma tranquilidade" e que "não haja permanente ruído como tem havido." O presidente do PSD lembra - e espera - que "este Conselho Nacional e esta moção de confiança, para esse efeito, sejam clarificadores."

Significa isso que a liderança de Rui Rio sai reforçada? "Não é só evidente, é também la palisse." Num conselho nacional que foi tudo menos pacífico, o homem que entrou líder, saiu Presidente e..."agora com licença, que já não é cedo."

Gonçalo Teles | TSF | Foto: Pedro Granadeiro/Global Imagens

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