A "crise" no PSD - Montenegro x Rio - está por resolver entre os que agora estão à roda de uma assembleia restrita na cidade do Porto. Vai manter-se assim até às tantas da madrugada de amanhã, sexta-feira. Tudo indica, até este momento (22:00 horas), que a posição de Rui Rio sairá reforçada no Conselho Nacional, o que não garante que Montenegro aquiesça. A "crise seguirá dentro de momentos", podem anunciar as faldas contestatárias, adeptas do "regresso ao passado" tenebroso que recorda a "linha passista".
A partir das 23:00 horas a TSF terá em antena o famigerado e malquisto Miguel Relvas para tecer os comentários e opinião sobre o que está a acontecer na contestação de Montenegro a Rio, o que denuncia o que tantos opinam: Passos Coelho e o ex-aparelho está por detrás da contestação juntamente com os seus sicários habituais. Assim, não por acaso, justifica-se que um apagado Miguel Relvas (de má memória) vá "brilhar" na noite TSF, provavelmente por "encomenda", fazem notar.
Miguel Relvas? Porquê esse tal sujeito Relvas, TSF? Passistas ao ataque? (PG)
Exatamente da TSF retirámos o seguinte:
Cobardes, incoerentes e imaturos.
O que Rio chamou aos críticos nas entrelinhas
O líder PSD não se limitou a dar
o peito às balas, partiu para o ataque e criticou duramente Luís Montenegro.
Rui Rio acusa os que o contestam de serem os responsáveis pela instabilidade
que se vive dentro do partido.
Sandra Xavier e Anselmo Crespo
com Lusa, na TSF
O sorriso com que Rui Rio chegou
ao Conselho Nacional do PSD, não conseguia disfarçar o momento que o partido
vive e, sobretudo, o que está em jogo numa noite que se prevê longa. Aos
jornalistas, o líder do partido disse apenas que "o Conselho Nacional há
de decidir [se votação é pública ou secreta]" e, tudo o mais, preferiu
guardar para o discurso que haveria de fazer uns minutos depois.
A poucos metros do hotel do
Porto, onde decorre este Conselho Nacional, Montenegro devia ter as
orelhas a arder. Na defesa da moção de confiança que vai ser votada, esta
noite, Rio não evitou falar das sondagens. Não para se responsabilizar por
elas, mas para as usar como arma de arremesso aos críticos internos, pela
instabilidade que se vive dentro do partido.
Ao desafio de Montenegro para
eleições diretas, Rio respondeu com um pedido de maturidade. E aos
conselheiros social-democratas, pediu sentido de responsabilidade, tendo em
conta que o ano eleitoral e os poucos meses que separa o PSD das eleições
Europeias.
Na intervenção no Conselho
Nacional do PSD, Rui Rio 'devolveu' as acusações de falta de coragem a
Montenegro: "Não foi seguramente a mim que me faltou a coragem. Faltou,
sim, a quem há um ano atrás, na altura própria, não teve o arrojo de se
assumir, poupando o PSD a este espetáculo pouco dignificante que estamos a dar
aos portugueses", afirmou.
Se os militantes escolherem
"o outro" caminho", avisou, o resultado mais provável será a
"instabilidade e o afundamento nas questões internas." Rio deixou
ainda o alerta para um cenário de "derrota certa e um definhamento do
partido que poderá ser ainda superior" ao das últimas autárquicas.
"Guerrilha interna não
parou"
Rui Rio argumentou ainda que "não
é justo, nem seria correto, chumbar a moção de confiança à Comissão Política
Nacional (CPN), depois de ela nunca ter tido as condições de trabalho que a qualquer
direção nacional se devem dar". Aos ataques, o presidente do PSD,
acrescentou o lamento de não ter tido um segundo de descanso "desde o
primeiro dia" da sua tomada de posse. Um "clima de guerrilha
interna que não parou", queixou-se Rio e que começou, "no dia
anterior à sua tomada de posse. Logo a 17 de fevereiro, há precisamente 11
meses - um dia antes de iniciar funções - já esta CPN tinha potenciais
candidatos a líder, que, apesar de não o terem sido, já discordavam daquilo que
ainda nem sequer tinha começado. Não é a postura ética mais recomendável",
criticou.
Perante os conselheiros, Rui Rio
repetiu algumas das ideias a que tinha recorrido no sábado, quando rejeitou o
repto de Montenegro para marcar diretas e anunciou, por outro lado, que iria
submeter a sua direção a uma moção de confiança, que será votada hoje.
"Nunca andei em manobras"
"Sempre respeitei os
resultados eleitorais. Nunca andei em manobras de corredores parlamentares ou
jornalísticos, conspirando contra quem é legitimamente eleito. Muito menos,
seria capaz de boicotar a atividade de quem foi democraticamente escolhido para
trabalhar, para, no momento seguinte, poder reclamar que tudo está mal. Em
português, a isso, chama-se hipocrisia e essa é coisa que, seguramente, não faz
parte do meu rol de defeitos", disse.
Respondendo a um dos argumentos
apontados pelos críticos - a má prestação do PSD nas sondagens -, Rio
desvalorizou os estudos de opinião e recordou várias falhas, quer em relação ao
partido, quer a si próprio: "Sempre fui muito melhor em eleições do
que em sondagens (...), não faltam os que, ao contrário de mim, são muito
melhores em sondagens do que em eleições", criticou, apontando como
exemplo os maus resultados do PSD nas últimas autárquicas, em particular em
Lisboa e no Porto.
Com base nesses resultados, Rio
considerou que o ponto de partida da sua direção foram os "11% nos
principais municípios no país" e na ordem "dos 25 ou 26%" nas
legislativas, expurgados os votos do CDS-PP.
Rui Rio afirmou ainda que não foi por falta de coragem que recusou as diretas, mas por considerar que tal "revelaria uma irresponsabilidade e uma falha grave aos compromissos" que assumiu perante os militantes.
Eleições internas seriam uma
"irresponsabilidade"
"Tenho como certo que tomar
a decisão de enredar, outra vez, o partido numa longa campanha interna, seria
colaborar numa irresponsabilidade de consequências totalmente
imprevisíveis. Com eleições europeias, regionais e legislativas este ano,
e com as europeias a realizarem-se dentro de uns escassos quatro meses, não se
consegue entender semelhante insensatez", defendeu.
Rui Rio respondeu até a uma
entrevista de Pedro Duarte ao Público e Renascença, que o criticou por ainda
não ter apresentado nomes e ideias para as europeias, mas por outro lado
defendeu que o partido deve "mergulhar numa disputa interna" a tão
pouco tempo das mesmas. "Precisamos de mais coerência e mais
maturidade nos comportamentos e nas críticas. Dizer mal por dizer, não
demonstra capacidade para assumir tão grandes responsabilidades", apontou.
Para Rui Rio, convocar
diretas agora seria "fazer um frete ao Partido Socialista, abrindo-lhe as
portas a uma vitória eleitoral fácil", acrescentando que seria
"também, um aliciante convite ao nosso eleitorado para se encaminhar para
a abstenção e para as alternativas partidárias à nossa direita", alertou.
Conselho Nacional é
"espetáculo de 'prime time' para Costa"
O presidente do PSD considerou
que a reunião do Conselho Nacional de hoje "é ela própria um
espetáculo de 'prime time' para António Costa": "Se for um homem
educado, terá de, necessariamente, agradecer a alguns companheiros nossos, pelo
serviço de excelência que lhe estão a prestar", disse. Por outro lado, Rui
Rio defendeu que fazer agora novas eleições seria "prejudicar toda a estabilidade
futura do partido", mas assegurou que aceitará "democraticamente a
superior decisão do Conselho Nacional".
Rio entregou nas mãos dos
conselheiros o seu futuro e o do PSD: "Cabe-me esperar e aceitar a
decisão deste Conselho Nacional", sublinhou.
O Conselho Nacional do PSD está
reunido desde as 17h00 para debater e votar uma moção de confiança política à
direção, apresentada pelo presidente do partido, Rui Rio, depois de o antigo
líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado o líder a convocar diretas.
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