quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Portugal | Passistas ao ataque? Relvas sobre contestação a Rio, na TSF


A "crise" no PSD - Montenegro x Rio - está por resolver entre os que agora estão à roda de uma assembleia restrita na cidade do Porto. Vai manter-se assim até às tantas da madrugada de amanhã, sexta-feira. Tudo indica, até este momento (22:00 horas), que a posição de Rui Rio sairá reforçada no Conselho Nacional, o que não garante que Montenegro aquiesça. A "crise seguirá dentro de momentos", podem anunciar as faldas contestatárias, adeptas do "regresso ao passado" tenebroso que recorda a "linha passista".

A partir das 23:00 horas a TSF terá em antena o famigerado e malquisto Miguel Relvas para tecer os comentários e opinião sobre o que está a acontecer na contestação de Montenegro a Rio, o que denuncia o que tantos opinam: Passos Coelho e o ex-aparelho está por detrás da contestação juntamente com os seus sicários habituais. Assim, não por acaso, justifica-se que um apagado Miguel Relvas (de má memória) vá "brilhar" na noite TSF, provavelmente por "encomenda", fazem notar. 

Miguel Relvas? Porquê esse tal sujeito Relvas, TSF?  Passistas ao ataque? (PG)

Exatamente da TSF retirámos o seguinte:

Cobardes, incoerentes e imaturos. O que Rio chamou aos críticos nas entrelinhas

O líder PSD não se limitou a dar o peito às balas, partiu para o ataque e criticou duramente Luís Montenegro. Rui Rio acusa os que o contestam de serem os responsáveis pela instabilidade que se vive dentro do partido.


Sandra Xavier e Anselmo Crespo com Lusa, na TSF

O sorriso com que Rui Rio chegou ao Conselho Nacional do PSD, não conseguia disfarçar o momento que o partido vive e, sobretudo, o que está em jogo numa noite que se prevê longa. Aos jornalistas, o líder do partido disse apenas que ​​​"o Conselho Nacional há de decidir [se votação é pública ou secreta]" e, tudo o mais, preferiu guardar para o discurso que haveria de fazer uns minutos depois.

A poucos metros do hotel do Porto, onde decorre este Conselho Nacional, Montenegro devia ter as orelhas a arder. Na defesa da moção de confiança que vai ser votada, esta noite, Rio não evitou falar das sondagens. Não para se responsabilizar por elas, mas para as usar como arma de arremesso aos críticos internos, pela instabilidade que se vive dentro do partido.

Ao desafio de Montenegro para eleições diretas, Rio respondeu com um pedido de maturidade. E aos conselheiros social-democratas, pediu sentido de responsabilidade, tendo em conta que o ano eleitoral e os poucos meses que separa o PSD das eleições Europeias.

Na intervenção no Conselho Nacional do PSD, Rui Rio 'devolveu' as acusações de falta de coragem a Montenegro: "Não foi seguramente a mim que me faltou a coragem. Faltou, sim, a quem há um ano atrás, na altura própria, não teve o arrojo de se assumir, poupando o PSD a este espetáculo pouco dignificante que estamos a dar aos portugueses", afirmou.

Se os militantes escolherem "o outro" caminho", avisou, o resultado mais provável será a "instabilidade e o afundamento nas questões internas." Rio deixou ainda o alerta para um cenário de "derrota certa e um definhamento do partido que poderá ser ainda superior" ao das últimas autárquicas.

"Guerrilha interna não parou"

Rui Rio argumentou ainda que "não é justo, nem seria correto, chumbar a moção de confiança à Comissão Política Nacional (CPN), depois de ela nunca ter tido as condições de trabalho que a qualquer direção nacional se devem dar". Aos ataques, o presidente do PSD, acrescentou o lamento de não ter tido um segundo de descanso "desde o primeiro dia" da sua tomada de posse. Um "clima de guerrilha interna que não parou", queixou-se Rio e que começou, "no dia anterior à sua tomada de posse. Logo a 17 de fevereiro, há precisamente 11 meses - um dia antes de iniciar funções - já esta CPN tinha potenciais candidatos a líder, que, apesar de não o terem sido, já discordavam daquilo que ainda nem sequer tinha começado. Não é a postura ética mais recomendável", criticou.

Perante os conselheiros, Rui Rio repetiu algumas das ideias a que tinha recorrido no sábado, quando rejeitou o repto de Montenegro para marcar diretas e anunciou, por outro lado, que iria submeter a sua direção a uma moção de confiança, que será votada hoje.

"Nunca andei em manobras"

"Sempre respeitei os resultados eleitorais. Nunca andei em manobras de corredores parlamentares ou jornalísticos, conspirando contra quem é legitimamente eleito. Muito menos, seria capaz de boicotar a atividade de quem foi democraticamente escolhido para trabalhar, para, no momento seguinte, poder reclamar que tudo está mal. Em português, a isso, chama-se hipocrisia e essa é coisa que, seguramente, não faz parte do meu rol de defeitos", disse.

Respondendo a um dos argumentos apontados pelos críticos - a má prestação do PSD nas sondagens -, Rio desvalorizou os estudos de opinião e recordou várias falhas, quer em relação ao partido, quer a si próprio: "Sempre fui muito melhor em eleições do que em sondagens (...), não faltam os que, ao contrário de mim, são muito melhores em sondagens do que em eleições", criticou, apontando como exemplo os maus resultados do PSD nas últimas autárquicas, em particular em Lisboa e no Porto.

Com base nesses resultados, Rio considerou que o ponto de partida da sua direção foram os "11% nos principais municípios no país" e na ordem "dos 25 ou 26%" nas legislativas, expurgados os votos do CDS-PP.

Rui Rio afirmou ainda que não foi por falta de coragem que recusou as diretas, mas por considerar que tal "revelaria uma irresponsabilidade e uma falha grave aos compromissos" que assumiu perante os militantes.

Eleições internas seriam uma "irresponsabilidade"

"Tenho como certo que tomar a decisão de enredar, outra vez, o partido numa longa campanha interna, seria colaborar numa irresponsabilidade de consequências totalmente imprevisíveis. Com eleições europeias, regionais e legislativas este ano, e com as europeias a realizarem-se dentro de uns escassos quatro meses, não se consegue entender semelhante insensatez", defendeu.

Rui Rio respondeu até a uma entrevista de Pedro Duarte ao Público e Renascença, que o criticou por ainda não ter apresentado nomes e ideias para as europeias, mas por outro lado defendeu que o partido deve "mergulhar numa disputa interna" a tão pouco tempo das mesmas. "Precisamos de mais coerência e mais maturidade nos comportamentos e nas críticas. Dizer mal por dizer, não demonstra capacidade para assumir tão grandes responsabilidades", apontou.

Para Rui Rio, convocar diretas agora seria "fazer um frete ao Partido Socialista, abrindo-lhe as portas a uma vitória eleitoral fácil", acrescentando que seria "também, um aliciante convite ao nosso eleitorado para se encaminhar para a abstenção e para as alternativas partidárias à nossa direita", alertou.

Conselho Nacional é "espetáculo de 'prime time' para Costa"

O presidente do PSD considerou que a reunião do Conselho Nacional de hoje "é ela própria um espetáculo de 'prime time' para António Costa": "Se for um homem educado, terá de, necessariamente, agradecer a alguns companheiros nossos, pelo serviço de excelência que lhe estão a prestar", disse. Por outro lado, Rui Rio defendeu que fazer agora novas eleições seria "prejudicar toda a estabilidade futura do partido", mas assegurou que aceitará "democraticamente a superior decisão do Conselho Nacional".

Rio entregou nas mãos dos conselheiros o seu futuro e o do PSD: "Cabe-me esperar e aceitar a decisão deste Conselho Nacional", sublinhou.

O Conselho Nacional do PSD está reunido desde as 17h00 para debater e votar uma moção de confiança política à direção, apresentada pelo presidente do partido, Rui Rio, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado o líder a convocar diretas.

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