Jornal
de Angola | editorial
O
Estado angolano recuperou mais de dois mil milhões de dólares que estavam
domiciliados em bancos do Reino Unidos e das Ilhas Maurícias e que pertenciam
ao Fundo Soberano de Angola , um facto que agradou naturalmente a toda a
sociedade .
Trata-se
de muito dinheiro, que pode ajudar mais rapidamente na resolução de muitos
problemas dos angolanos. Acredita-se que os actuais governantes saberão dar um
destino correcto ao dinheiro que vai sendo recuperado e que se encontra no
estrangeiro a beneficiar outras economias.
Este processo de recuperação de activos financeiros e não financeiros obriga-nos a fazer reflexões sobre os erros cometidos no passado, na perspectiva de o Estado não mais vir a ser prejudicado em virtude da má gestão de servidores públicos que colocaram os seus interesses pessoais acima dos da colectividade.
O Estado deve ser servido por pessoas honestas e que tenham consciência de que, quando estão a ocupar cargos públicos, devem pautar-se por condutas que contribuam para promover o bem-estar dos cidadãos.
A ganância e o egoísmo levou os servidores públicos a enveredar pelo enriquecimento ilícito, não hesitando em lesar interesses do Estado, com prejuízos enormes , muitos dos quais irreparáveis, para os cidadãos.
A impunidade da apropriação indevida de activos financeiros, por parte de servidores do Estado, levou muitos cidadãos a pensar que o desvio de fundos públicos para fins pessoais compensava e era cada vez maior o número de pessoas com cargos públicos que não temiam o cometimento do crime de peculato.
Que neste novo ciclo político inaugurado pelo Presidente João Lourenço os servidores públicos sejam escolhidos entre os melhores cidadãos, em termos de honestidade, patriotismo, competência profissional e amor ao próximo.
Os servidores públicos devem respeitar o que pertence ao Estado. Os bens do Estado devem ser protegidos, porque eles têm de servir a todos os cidadãos, particularmente àquelas pessoas com baixos rendimentos. Há ainda no país um elevado índice de pobreza, pelo que os recursos do Estado, que são escassos, devem ser bem utilizados e estar centrados no que é verdadeiramente essencial, para que todos os angolanos vivam com dignidade. Estamos hoje felizes por terem sido recuperados biliões de dólares. Mas a felicidade maior ocorrerá quando esses biliões de dólares se traduzirem em programas que ajudem no crescimento da economia, para que se reduza a taxa de desemprego, e na melhoria efectiva das condições sociais dos cidadãos.
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