quinta-feira, 21 de março de 2019

Especialista sobre Brasil na OTAN: europeus não querem proteger um país da América Latina


Os EUA tencionam criar uma "OTAN global" para garantir apoio à sua política a nível mundial, acredita Pierre-Emmanuel Thomann, chefe do centro dos estudos geopolíticos Eurocontinent.

Ele comentou à Sputnik a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, que admitiu a possibilidade de "incluir o Brasil como um grande aliado extra-OTAN, ou até mesmo começar a cogitar sua integração na OTAN".

Esse status permitiria ao Brasil efetuar desenvolvimentos e pesquisas conjuntas com o Pentágono, participar de programas antiterroristas e de treinamentos conjuntos de militares, exportar equipamento espacial e assim por diante.

"Tradicionalmente os EUA tentam fazer com que a OTAN se torne um bloco militar e político global, cujos membros apoiem a política e as prioridades dos EUA a nível mundial", notou o especialista.

"Porém, os membros europeus da aliança, por seu lado, sempre demonstraram contenção relativamente a serem envolvidos nos interesses geopolíticos dos EUA em outras regiões do mundo, considerando que a OTAN visa garantir a segurança na Europa", adicionou.

O analista recordou que, não obstante os países da OTAN, sob pressão de Washington, terem concordado com o envolvimento da aliança no conflito na Líbia, inicialmente eles não apoiavam essa necessidade.

"A questão da adesão do Brasil à OTAN não está na agenda. Os europeus não vão querer serem envolvidos na proteção de um país na América Latina, especialmente no contexto geopolítico atual", ressaltou Thomann.

Sputnik | Foto: © REUTERS / Ints Kalnins

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