Díli, 27 mar (Lusa) -- O Governo
timorense aprovou hoje a doação de um milhão de dólares para apoio a Moçambique
na resposta à destruição provocada pela passagem do ciclone Idai que causou
pelo menos 468 mortos e mais de 1.500 feridos.
A doação foi aprovada na reunião
de hoje do Conselho de Ministros, segundo um comunicado do executivo.
"Tendo em conta a gravidade
da situação e os laços históricos e de amizade que unem Timor-Leste e
Moçambique, o Governo manifesta a sua solidariedade para com o povo de
Moçambique e aprova o montante de um milhão de dólares americanos para apoiar
na resposta às necessidades causadas pela passagem do Idai", refere o comunicado.
A passagem do ciclone Idai em
Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9
milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações
Unidas.
Moçambique foi o país mais
afetado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades
moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154
centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.
Na segunda-feira o Parlamento
Nacional timorense aprovou um voto de pesar e de solidariedade com Moçambique,
apelando ao Governo para que canalizasse apoio financeiro para apoiar pessoas
em risco e ajudar a recuperar infraestruturas básicas.
"O Parlamento Nacional
recomenda ao Governo de Timor-Leste que desencadeie os mecanismos disponíveis
no quadro do auxílio internacional de modo a que, com a maior brevidade
possível, seja canalizada a ajuda necessária às pessoas em risco e à
reconstrução das infraestruturas destruídas", refere a nota de apesar.
Na semana passada, um grupo de
moçambicanos e de amigos de Moçambique em Timor-Leste reuniu e enviou quase 16
mil dólares para apoio às vítimas do Idai, estando a decorrer uma segunda
recolha de fundos, explicou à Lusa a organizadora da iniciativa.
"Conseguimos em dois dias
juntar 15.750 dólares, com 47 contribuições individuais e conjuntas, que foram
hoje transferidos através do BNU em Timor-Leste para o Instituto Nacional de
Gestão de Calamidades de Moçambique", explicou Nurima Alkatiri,
ex-deputada da Fretilin, que liderou a iniciativa.
A Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin) tinha já, separadamente, feito um envio de
apoio para Moçambique, transferido para o partido Frelimo.
As autoridades moçambicanas
adiantaram que o ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações
Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.
Entre os danos materiais, as
autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das
quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e
15.784 inundadas.
Foram ainda danificadas ou
destruídas 3.202 salas de aulas, afetando 90.756 alunos, bem como 52 unidades
de saúde e quase 500 mil hectares de terras ficaram inundadas.
ASP // MIM
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