Os outros premiados foram Julian
Assange e Yasmine Motarjemi
Rui Pinto é um dos vencedores do
GUE/NGL Award, um prémio europeu para 'Jornalistas, Denunciantes e
Defensores do Direito à Informação'. Segundo o site dos eurodeputados da
Esquerda do Parlamento Europeu, o hacker português partilha o prémio de
vencedor com Julian Assange, o fundador do Wikileaks, e Yasmine Motarjemi,
ex-vice-presidente da Nestlé, que denunciou os lapsos de segurança alimentar da
empresa.
Os vencedores foram anunciados
esta terça-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e vão receber cinco mil
euros pelo trabalho desenvolvido.
Dos três vencedores, apenas
Yasmine Motarjemi está em liberdade. Rui Pinto
encontra-se atualmente detido em Portugal e aguarda julgamento, enquanto
que Julian Assange foi detido pelas autoridades britânicas na
embaixada do Equador em Londres na passada quinta-feira.
No ano passado, foram
distinguidos o jornalista eslovaco de investigação Ján Kuciak, que
foi assassinado, e ainda o denunciante
da LuxLeaks, Raphaël Halet.
Hoje foi, inclusive, aprovada no
Parlamento Europeu a primeira lei europeia para os 'whistleblowers' (em
português, denunciantes). O objetivo é criar um enquadramento legal
de proteção uniforme em toda a UE, já que, atualmente, isso
varia consoante o Estado-membro.
No caso de Rui Pinto, não irá
beneficiar diretamente da nova lei, sendo que não agiu no seio de uma
organização, como prevê a diretiva, mas pode ser, ainda assim, abrangido
pela ação em prol do interesse público, desde logo quando esta
legislação é relacionada com outras existentes.
Rui Pinto terá acedido,
em setembro de 2015, ao sistema informático da Doyen Sports
Investments Limited, com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de
futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).
É também suspeito de aceder ao
email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do
Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
Rui Pinto está indiciado de seis
crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a
pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
Fábio Nunes, com Lusa | em Notícias
ao Minuto
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