Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denuncia uma tentativa de impedir a
formação do novo Governo face a polémica para a constituição da mesa do
Parlamento guineense.
"Desta feita, na condição de
oposição de minoria, certos setores tentam impedir a formação do Governo, numa
clara ação inconstitucional e que apenas ratifica a vocação desses partidos de
ignorar os anseios do povo e, ainda pior, desprezar a urgência para que os
problemas mais agudos do nosso povo sejam tratados com a necessária
atenção", refere um comunicado do PAIGC, que venceu
as eleições legislativas de 10 de março.
Os líderes dos seis partidos com
assento no Parlamento da Guiné-Bissau continuam sem chegar a consenso sobre a
fórmula para escolher os novos dirigentes da mesa da Assembleia Nacional
Popular.
O impasse surgiu depois de o nome
do líder do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) ter sido
recusado pelos deputados, após votação, para ocupar o cargo de segundo
vice-presidente do Parlamento.
O MADEM-G15, por ser a segunda
força mais votada nas legislativas, onde obteve 27 dos 102 deputados, deve
indicar o nome para segundo vice-presidente do Parlamento.
Na passada quinta-feira, Braima
Camará não obteve os votos da maioria dos deputados no novo Parlamento e o
presidente da comissão eleitoral, Helder Barros, pediu, na altura, ao Madem que
indicasse um outro nome para o posto de 2.º vice-presidente, sugestão que
aquele partido recusa.
Afronta às regras democráticas?
"A recusa na proposta de um
novo candidato pode configurar uma afronta às regras democráticas
consubstanciadas no regimento da Assembleia Nacional Popular", salienta o
PAIGC.
O hemiciclo está esta
quarta-feira reunido numa unidade hoteleira em Bissau para mais uma vez tentar
ultrapassar o impasse.
Enquanto não forem constituídos
os órgãos do Parlamento, o Presidente guineense, José Mário Vaz, não pode
iniciar o processo de nomeação do novo primeiro-ministro e formação do Governo,
porque tem de ser informado pelo hemiciclo da maioria parlamentar.
Na sequência da divulgação dos
resultados das legislativas, o PAIGC, que elegeu 47 deputados, fez um acordo de
incidência parlamentar e governativa com a Assembleia do Povo Unido - Partido
Democrático da Guiné-Bissau, que tem cinco deputados, e a União para a Mudança
e o Partido da Nova Democracia, que elegeram um deputado, cada um, obtendo uma
maioria no Parlamento com 54 deputados.
Agência Lusa | Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário