Milhares de cidadãos voltaram a
sair às ruas de Cartum para pedir à junta militar, que governa o Sudão desde
que o exército derrubou o Presidente Omar al-Bashir, que passe o poder a um
governo civil.
Milhares de cidadãos querem que
os militares do Sudão passem o poder a um governo civil o mais rapidamente
possível.
Os manifestantes reuniram-se na
quinta-feira (18.04) à frente do edifício do quartel-general do exército depois
de a oposição convocar protestos para exigir que se acelere o processo de
eleição de um novo governo.
Os organizadores do protesto,
Associação de Profissionais Sudaneses, dizem que vão anunciar, no domingo
(21.04), um conselho de governo provisório para substituir a atual junta militar,
escreve a agência de notícias Associated
Press.
No entanto, a junta militar
anunciou que se manterá em funções por um período de dois anos, embora já tenha
iniciado um processo de diálogo com os partidos para preparar a transição
política no país.
Multidões inundaram as ruas de
Cartum, chegando de bairros da periferia e das cidades vizinhas Ondurmã e
Cartum do Norte, enquanto muitos atravessam a pé as pontes sobre os rios Nilo e
Nilo Branco em direção à capital.
Muitos optaram por sair às ruas
de carro, empunhando bandeiras do Sudão através das janelas e cantando palavras
de ordem patrióticas.
A agência de notícias Efe informa
que uma das palavras mais repetidas pelos manifestantes foi
"revolução".
Os participantes da marcha,
alguns com crianças aos ombros, gritaram por "liberdade, paz e
justiça" e disseram que "a revolução é a escolha do povo que não
abandonaremos até a vitória".
As manifestações aconteceram um
dia depois de a junta militar anunciar que tinha detido dois dos irmãos
do presidente
derrubado há uma semana, numa onda de outras detenções de "figuras
antigas do regime".
Omar al-Bashir deixou o poder há
uma semana, depois de os militares assumirem o controlo do país após quatro
meses de intensos
protestos.
nn, EFE, AP, AFP | Deutsche Welle
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