sábado, 20 de abril de 2019

Sudão | Multidões nas ruas por nova solução política e exigir fim da junta militar


Milhares de cidadãos voltaram a sair às ruas de Cartum para pedir à junta militar, que governa o Sudão desde que o exército derrubou o Presidente Omar al-Bashir, que passe o poder a um governo civil.

Milhares de cidadãos querem que os militares do Sudão passem o poder a um governo civil o mais rapidamente possível.

Os manifestantes reuniram-se na quinta-feira (18.04) à frente do edifício do quartel-general do exército depois de a oposição convocar protestos para exigir que se acelere o processo de eleição de um novo governo.

Os organizadores do protesto, Associação de Profissionais Sudaneses, dizem que vão anunciar, no domingo (21.04), um conselho de governo provisório para substituir a atual junta militar, escreve a agência de notícias Associated Press.

                                                       
No entanto, a junta militar anunciou que se manterá em funções por um período de dois anos, embora já tenha iniciado um processo de diálogo com os partidos para preparar a transição política no país.

Multidões inundaram as ruas de Cartum, chegando de bairros da periferia e das cidades vizinhas Ondurmã e Cartum do Norte, enquanto muitos atravessam a pé as pontes sobre os rios Nilo e Nilo Branco em direção à capital.

Muitos optaram por sair às ruas de carro, empunhando bandeiras do Sudão através das janelas e cantando palavras de ordem patrióticas.

A agência de notícias Efe informa que uma das palavras mais repetidas pelos manifestantes foi "revolução".

Os participantes da marcha, alguns com crianças aos ombros, gritaram por "liberdade, paz e justiça" e disseram que "a revolução é a escolha do povo que não abandonaremos até a vitória".

As manifestações aconteceram um dia depois de a junta militar anunciar que tinha detido dois dos irmãos do presidente derrubado há uma semana, numa onda de outras detenções de "figuras antigas do regime".

Omar al-Bashir deixou o poder há uma semana, depois de os militares assumirem o controlo do país após quatro meses de intensos protestos.

nn, EFE, AP, AFP | Deutsche Welle

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