Lisboa, 25 mai 2019 (Lusa) -- O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que o
"grande desafio" da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
é a livre "circulação de pessoas" entre os estados-membros, ambição
que deve ser elevada "à máxima potência".
Durante uma intervenção no 1.º
Fórum de Economistas das Cidades de Língua Portuguesa, a decorrer em Lisboa,
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a "presidência cabo-verdiana [da
CPLP], conjuntamente com Portugal e outros estados-membros, agarrou como uma
das bandeiras dessa presidência a circulação de pessoas" entre os países
que integram a comunidade.
Para o chefe de Estado português,
esse "é outro grande desafio" da CPLP e, dirigindo-se ao
vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, considerou que esta
"ambição deve ser elevada à máxima potência", uma vez que "aqui
se joga muito do futuro da comunidade".
No fórum, promovido pela
delegação do Centro e do Alentejo da Ordem dos Economistas e pela União das
Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Olavo Correia abriu o painel dedicado ao
papel dos países de língua oficial portuguesa na economia global.
Na sua intervenção, o governante
cabo-verdiano sublinhou que "enquanto não falarmos de livre
circulação" na CPLP "estamos a falar de utopia".
Por isso, o Presidente da
República de Portugal vincou ser urgente trabalhar "para essa circulação
mais ampla, mais livre, mais partilhada", e considerou que "a
comunidade tem de ser sentida por cada um e todos os seus membros".
"Não pode ser só por
cimeiras, não pode ser só por encontros, não pode ser só por chefes de Estado,
ou chefes de governo, ou ministros, ou dirigentes empresariais, ou dirigentes
sindicais", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado acrescentou que
"cada um dos cidadãos dos nossos estados tem de se sentir irmão nessa
circulação, nessa partilha, de todos os outros".
"Se não se sentir, se sentir
que é meio-irmão só de alguns, nós estamos a falhar", apontou.
Marcelo explicou que "há
lutas que são difíceis", sendo esta uma delas, mas "são as melhores
lutas", as que vale "a pena verdadeiramente enfrentar".
"Eu sinto que há uma onda
favorável [para a concretização dessa livre circulação]. Há aqui e ali,
porventura, uma reticência. Há que ultrapassar", explicou, indicando que
"tem de ser já" ou "os mais jovens dirão que foi uma ocasião
perdida".
Questionado pelos jornalistas à
margem da conferência sobre a manchete da edição de hoje do jornal Correio da
Manhã, que dá conta de um empréstimo de 125 milhões de euros concedido pela
Caixa Geral de Depósitos à filha do ex-chefe de Estado angolano e empresária
Isabel dos Santos, o Presidente da República preferiu não comentar.
Marcelo Rebelo de Sousa optou por
reforçar a "aproximação de pontos de vista" entre os estados-membros
da CPLP.
"Há um estado de espírito
hoje, no quadro da CPLP, muito positivo", vincou o chefe de Estado,
acrescentando que "há uma sintonia, uma convergência, um
entendimento".
Marcelo destacou também "a
cooperação judicial, que era uma realidade inexistente", e a
"cooperação económica e financeira", que "têm vindo a
estreitar-se ao longo dos anos".
AFE (ATR) // MLS
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