O povo revolucionário respondeu
«sim» ao apelo feito por Diosdado Cabello, em defesa da soberania e da
legitimidade de Maduro, face aos ataques promovidos pela direita venezuelana e
pelos EUA.
O oposicionista Juan Guaidó,
autoproclamado «presidente interino» da Venezuela a mando dos Estados Unidos da
América, provocou grande agitação – e fortes palpitações, visíveis nos títulos
de alguma imprensa mundial – ao aparecer terça-feira de manhã, no Leste de
Caracas, acompanhado por aquilo a que as autoridades do país sul-americano
chamaram «um reduzido grupo de efectivos da Guarda Nacional Bolivariana e do
Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin)».
O «mandado» de Washington, que
apareceu também ao pé de Leopoldo López – figura da extrema-direita
venezuelana em regime de prisão domiciliária por quem o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, voltou hoje a
expressar profundo apreço–, disse num vídeo divulgado pelas redes sociais
que o grupo tinha tomado a Base Aérea de La Carlota. A imprensa falou em «golpe
de Estado» (alguma da dita falou mesmo no derrube do regime de Maduro), mas, a
julgar pelos factos, o golpe teve rédea curta. Como as mentiras.
Se o golpista madrugou, Diosdado
Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, não
demorou muito a negar a captura de La Carlota, tendo afirmado que o grupo de
soldados e agentes da secreta apoiados pela extrema-direita se encontrava no
Distribuidor de Altamira.
O também primeiro vice-presidente
do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) frisou que não havia registo de
qualquer «manifestação em qualquer instalação militar do país» e que a situação
era de «absoluta calma em todo o território nacional, incluindo Caracas».
Também o vice-presidente da
Comunicação, Jorge Rodríguez, informou que «todas as unidades militares estão
absolutamente subordinadas à ordem constitucional e ao seu Comandante-em-Chefe,
que é o presidente constitucional, Nicolás Maduro», segundo refere a AVN.
No mesmo sentido se pronunciou o
chefe do Comando Estratégico Operacional da Força Armada Nacional Bolivariana
(Ceofanb), Remigio Ceballos, ao reafirmar, perante o golpe mediático da
extrema-direita, a coesão de toda a FANB em torno da preservação da ordem
constitucional da República e da paz em todo o país.
Mão dos EUA e da Colômbia nas
acções golpistas
O ministro venezuelano dos
Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, denunciou o papel da Colômbia e dos
Estados Unidos nesta «tentativa de golpe de Estado», tendo recordado que
«Washington e Bogotá planearam todas as acções inconstitucionais fracassadas
dos últimos meses em território venezuelano».
No Twitter, Arreaza apontou o
dedo ao presidente da Colômbia, Iván Duque, que instou os militares
venezuelanos a «colocarem-se no lado certo da história, rejeitando a ditadura e
usurpação de Maduro».
O diplomata acusou o executivo da
Colômbia de apoiar e financiar as conspirações contra a democracia na Venezuela
também depois de o seu homólogo colombiano, Carlos Holmes, ter pedido aos
países-membros do chamado Grupo de Lima a realização de uma reunião urgente
para «definir de comum acordo o regresso da Venezuela à liberdade».
Tanto a Arreaza como a sua
predecessora na pasta, Delcy Rodríguez, lançaram ainda duras críticas aos
Estados Unidos, na medida em que diversos funcionários da administração norte-americana
expressaram apoio à intentonta de hoje – em linha com o posicionamento
intervencionista e imperialista assumido pelos EUA no que à Venezuela diz
respeito, que incluiu a promoção da autoproclamação de Juan Guaidó como
«presidente interino» do país.
Apoio da Bolívia e de Cuba
As reacções de condenação à
jogada oposionista de hoje não se fizeram esperar. O presidente de Cuba, Miguel
Díaz-Canel, afirmou no Twitter: «Rejeitamos este movimento golpista que visa
encher o país de violência.»
Por seu lado, o ministro cubano
dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, manifestou todo o apoio e
solidariedade da Ilha ao povo bolivariano, face às tentativas de
desestabilização da direita.
O chefe de Estado da Bolívia, Evo
Morales, instou os governos da América Latina a condenar a tentativa de golpe,
sublinhando que «o diálogo e a paz devem impor-se ao golpe».
AbrilAbril
Imagem: O povo chavista
mobilizou-se junto ao Palácio de Miraflores, em Caracas, para defender a
Constituição, o presidente Maduro, a democracia e a soberania / @jaarreaza
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