segunda-feira, 15 de julho de 2019

Polícia usa gás lacrimogéneo contra manifestantes em Paris


Após desfile do 14 de julho, algumas centenas de pessoas do movimento dos "coletes amarelos" tentam ocupar Avenida Champs Élysées. Houve detenções e confrontos com policias.

A polícia francesa usou gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentaram ocupar, neste domingo (14/07), a Avenida Champs Élysées, poucas horas depois do desfile de comemoração do 14 de julho no célebre bulevar parisiense.

A avenida no centro de Paris foi reaberta ao tráfego assim que o desfile terminou, mas algumas centenas de manifestantes reclamando ser do movimento dos "coletes amarelos" enfrentaram a polícia francesa no período da tarde após o desfile que contou com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, e diversos líderes europeus, entre eles, a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

A televisão francesa mostrou imagens da polícia disparando gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, alguns encapuzados, que tentaram bloquear a avenida com barricadas de metal, lixeiras e outros destroços.

Escutaram-se vários estampidos. Os manifestantes arremessaram objetos contra os policias e atearam fogo em lixeiras. Reinou certa confusão.

Os manifestantes do movimento dos "coletes amarelos" – que há meses protestam contra a política social do presidente Emmanuel Macron – decidiram não usar a sua emblemática jaqueta.

Outros militantes vestidos de preto, com os rostos escondidos sob um lenço, uma máscara ou um capuz, misturaram-se com turistas e transeuntes.

Mais cedo, uma fonte da polícia francesa afirmou que 152 pessoas foram abordadas pelos policias, ao tentarem organizar um protesto à margem do desfile da queda da Bastilha, já antes do início dos incidentes na Avenida Champs Élysées.

Entre eles, duas figuras do movimento dos "coletes amarelos", Jérôme Rodrigues e Maxime Nicolle, foram detidas por "organização de uma manifestação ilegal", após serem interpeladas na Champs Élysées.

Eric Drouet, outra cabeça desse movimento, também foi abordado pela manhã, mas a decisão sobre sua possível detenção ainda não havia sido tomada, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

No período da manhã, a situação foi especialmente tensa, com vários pequenos grupos de "coletes amarelos" vaiando e assobiando em direção a Macron, que atravessava a Avenida Champs Élysées dentro de um carro militar.

"Os que tentaram impedir este desfile deveriam ter um pouco de vergonha. Hoje é um dia no qual a nação se une e acredito que a nação deve ser respeitada", afirmou o ministro francês do Interior, Christophe Castaner.

Após cerca de oito meses de mobilização, desde 17 de novembro último, o movimento dos "coletes amarelos" está encontrando dificuldades para se reunir. No sábado, algumas centenas de pessoas protestaram em várias cidades do país.

Deutsche Welle | CA/efe/afp/rtr

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