Após desfile do 14 de julho,
algumas centenas de pessoas do movimento dos "coletes amarelos"
tentam ocupar Avenida Champs Élysées. Houve detenções e confrontos com policias.
A polícia francesa usou gás lacrimogéneo
contra manifestantes que tentaram ocupar, neste domingo (14/07), a Avenida
Champs Élysées, poucas horas depois do desfile de comemoração do 14 de julho no
célebre bulevar parisiense.
A avenida no centro de Paris foi
reaberta ao tráfego assim que o desfile terminou, mas algumas centenas de
manifestantes reclamando ser do movimento dos "coletes amarelos"
enfrentaram a polícia francesa no período da tarde após o desfile que contou
com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, e diversos líderes
europeus, entre eles, a chanceler federal alemã, Angela Merkel.
Escutaram-se vários estampidos.
Os manifestantes arremessaram objetos contra os policias e atearam fogo em
lixeiras. Reinou certa confusão.
Os manifestantes do movimento dos
"coletes amarelos" – que há meses protestam contra a política social
do presidente Emmanuel Macron – decidiram não usar a sua emblemática jaqueta.
Outros militantes vestidos de
preto, com os rostos escondidos sob um lenço, uma máscara ou um capuz,
misturaram-se com turistas e transeuntes.
Mais cedo, uma fonte da polícia
francesa afirmou que 152 pessoas foram abordadas pelos policias, ao tentarem
organizar um protesto à margem do desfile da queda da Bastilha, já antes do
início dos incidentes na Avenida Champs Élysées.
Entre eles, duas figuras do
movimento dos "coletes amarelos", Jérôme Rodrigues e Maxime Nicolle,
foram detidas por "organização de uma manifestação ilegal", após
serem interpeladas na Champs Élysées.
Eric Drouet, outra cabeça desse
movimento, também foi abordado pela manhã, mas a decisão sobre sua possível
detenção ainda não havia sido tomada, disse uma fonte familiarizada com o
assunto.
No período da manhã, a situação
foi especialmente tensa, com vários pequenos grupos de "coletes
amarelos" vaiando e assobiando em direção a Macron, que atravessava a
Avenida Champs Élysées dentro de um carro militar.
"Os que tentaram impedir
este desfile deveriam ter um pouco de vergonha. Hoje é um dia no qual a nação se
une e acredito que a nação deve ser respeitada", afirmou o ministro
francês do Interior, Christophe Castaner.
Após cerca de oito meses de
mobilização, desde 17 de novembro último, o movimento dos "coletes
amarelos" está encontrando dificuldades para se reunir. No sábado, algumas
centenas de pessoas protestaram em várias cidades do país.
Deutsche Welle | CA/efe/afp/rtr
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