Guerra comercial entre a China e
os EUA retoma forças. Pequim poderia ameaçar vender seus títulos da dívida dos
EUA em caso extremo.
Em maio deste ano a China era o
maior titular da dívida pública americana. O país detinha 1,12 triliões de
dólares em títulos, como publicou o
Departamento do Tesouro dos EUA.
Em 5 de agosto, o governo chinês desvalorizou sua moeda a ponto de 1 dólar valer mais
de 7 yuanes. Como consequência, as bolsas dos EUA entraram em queda.
Ao que tudo indica, o confronto
financeiro e comercial entre os dois países está longe de terminar.
A posição de maior credora dos
EUA dá à China uma carta na manga. Se o país desejar vender seus títulos da dívida a consequência será a
desvalorização deles. Isso implicaria sua queda nas bolsas americanas e o
aumento da taxa de juros no país, noticiou a CNN.
"Provavelmente, ambos os
países entendem todos os efeitos destrutivos que uma guerra comercial de pleno
valor poderia ter sobre suas economias", disse o analista em entrevista ao site Gazeta.ru.
O simples fato de a China ter tal
carta na manga é por si mesmo o fato mais importante, afirmou o economista
russo Anton Tabakh na mesma entrevista.
"Está comprovado que este
método funciona. Não obstante, a Reserva Federal (dos EUA) tem possibilidades
para resistir a tais ataques da China. Por isso, é mais provável que Pequim só
ameace Washington com o uso de sua arma", ressaltou Tabakh.
O economista também ressalta três
razões para o gigante asiático não se desfazer dos títulos da dívida pública
americana.
Sua venda não causaria o efeito
esperado.
Tal estratégica tenderia a afetar
a economia chinesa pela redução do fluxo de divisas.
Pequim não possui alternativas
para depositar seus recursos financeiros.
"O Banco Central da Rússia
pôde retirar seus recursos da dívida americana e invertê-los em yuanes e ouro, mas o possível
investimento de reservas chinesas na compra de ouro é capaz de desestabilizar o
mercado", destacou Tabakh.
No futuro, provavelmente a China
recorrerá a futura desvalorização do yuan, prevê Pokatovich. Este método
ajudaria Pequim a diminuir a pressão exercida sobre sua economia e impedir a fuga
de capitais.
"A depreciação do yuan até 8
unidades por dólar provocará o fortalecimento da moeda americana frente à maior
parte de divisas mundiais e desferirá um duro golpe nas exportações dos
EUA", concluiu Pokatovich.
Sputnik | © AP Photo / Kin Cheung
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