Num comunicado conjunto, a
CGTP-IN e centrais sindicais do Estado espanhol, de Itália e de França
denunciam a repressão policial e militar marroquina sobre a população saarauí
no Saara Ocidental.
No documento, datado de 31 de
Julho e ontem divulgado no portal da CGTP-IN, considera-se «um facto muito
grave de violência e repressão da liberdade de expressão e da liberdade de
manifestação» aquilo que se passou em El Aaiun no passado dia 19 de Julho, quando
se verificou «a intervenção e ataques da polícia contra famílias saarauís que
saíram às ruas da cidade, de maneira pacífica, aproveitando a oportunidade da
vitória da Argélia na Taça das Nações Africanas para reclamar o direito à
autodeterminação e a realização do referendo».
A «acção repressiva» das forças
marroquinas «causou dezenas de feridos e a morte de uma jovem de 23 anos, Sabah
Azman Hameida», informam as organizações sindicais subscritoras, que são, além
da CGTP-IN, as espanholas CCOO, UGT, USO e Confederação Intersindical, CGIL
(Itália), CGT (França) e Intersindical Alternativa da Catalunha.
Este «episódio de violência e
repressão só confirma o que está descrito no recente Relatório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que expressa a sua
preocupação pela continuada "tortura e violência e uso de detenções
arbitrárias" e "a negação dos direitos civis e humanos mais básicos
aos presos políticos"», afirmam as estruturas sindicais, acrescentando que
só pela via «do respeito dos direitos humanos e do direito internacional»,
assim como «do diálogo e da negociação entre as partes» poderão ser alcançados
«resultados duradouros e a estabilidade na região do Magrebe».
Condenando «o uso da violência e
da repressão da Polícia e do Exército de Marrocos contra a população civil
saarauí», os sindicatos subscritores solicitam às autoridades do Reino de
Marrocos que «investiguem e castiguem os responsáveis por estas acções»,
incluindo a morte de Sabah Azman Hameida, e solicitam à União Europeia e à
comunidade internacional que «adoptem medidas eficazes e de pressão junto do
Estado marroquino», visando o fim desta repressão.
Em simultâneo, consideram que a
Missão das Nações Unidas no Saara Ocidental (MINURSO) deveria incluir nas suas
funções «a vigilância e defesa dos direitos humanos», de modo a «garantir o seu
cumprimento no território e a evitar» que continuem a ocorrer factos como os
agora denunciados e condenados.
AbrilAbril
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