Díli, 16 ago 2019 (Lusa) -- O
ministro dos Negócios Estrangeiros timorense disse hoje que se vai reunir na
próxima semana com o Presidente da República para analisar a lista de mais de
uma dezena de novos embaixadores de Timor-Leste em vários países, incluindo
Portugal.
"O senhor primeiro-ministro
pediu-me para marcar uma audiência com a Presidência, na próxima semana, para
analisar esta questão com o Presidente da República e ouvir a sua opinião sobre
os nomes", afirmou.
"Depois levarei essa questão
ao Governo para que tome a decisão", referiu.
Insistindo que "não há
desacordo" sobre os nomes, Babo disse que o Presidente da República,
Francisco Guterres Lu-Olo, "pediu apenas mais informações" sobre as
nomeações.
"A lista depende do Governo,
mas o senhor Presidente tem a última palavra", disse, explicando que
depois da lista de nomes ser aceite pelo chefe de Estado, são pedidos os
'agrément' aos respetivos países.
A questão da nomeação de
embaixadores timorenses arrasta-se há vários meses, tendo uma primeira lista
sido apresentada ainda pelo Governo anterior -- que não completou o seu mandato
devido às eleições antecipadas do ano passado.
Fonte diplomática disse à Lusa
que no caso de Portugal terá chegado a ser dado um 'agrément' à proposta de
embaixador para Lisboa, um nome diferente do proposto pelo atual Governo.
No início deste ano o novo
executivo enviou uma lista com 16 nomes para embaixadas em todo o mundo, dos
quais apenas tomaram posse três.
A Presidência explicou esta
semana em comunicado que o Ministério dos Negócios Estrangeiros remeteu em 31
de julho um ofício em que "se anexam cópias de acordos/'agréments' já
concedidos pelos países recetores", tendo o chefe de Estado preparado os
decretos de nomeação e marcado a posse para 13 de agosto, informando o
Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) em 09 de agosto.
Babo explicou que depois de
extensas consultas preparou uma lista com 16 nomes que submeteu ao Governo e
que foi discutida e aprovada em Conselho de Ministros, tendo sido remetida pelo
primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, ao chefe de Estado.
O governante explicou que
"até ao momento" apenas recebeu os 'agrément' necessários no caso dos
três embaixadores que tomaram posse -- no Brasil, Estados Unidos e Nova
Zelândia -- , frisando que no caso de um quarto, Moçambique, foi enviado um
documento da embaixada daquele país em Jacarta à embaixada de Timor-Leste na
capital indonésia.
Babo diz que a lista surgiu
depois de várias consultas e debates num processo "longo" e que
"não foi fácil", mas que tem quer ser resolvido rapidamente.
"Temos as embaixadas com
encarregados de negócios e precisamos de decisão sobre isto. Estou sempre a ser
questionado sobre esta questão fora daqui", afirmou.
Noutro âmbito, Dionísio Babo
comentou a sua polémica ausência esta semana da cerimónia de tomada de posse
dos três novos embaixadores que decorreu na Presidência da República.
"Eu não fui à cerimónia
porque não tinha convite para a minha ida. Como não recebi, e por questão de
respeito pela instituição, não fui", explicou à Lusa.
"Não é uma questão grave.
Penso que foi só um erro protocolar", afirmou, explicando que tem sido
prática no passado a Presidência enviar convites para atos como este.
No comunicado desta semana, a
Presidência diz que o "processo decorreu de maneira coordenada entre o
MNEC e a Presidência da República".
Refere ainda que "a presença
do ministro de Negócios Estrangeiros e Cooperação torna-se indispensável e, de
acordo com a prática vigente, não é necessário convite para contar com a sua
presença neste tipo de cerimónias, presididas pelo chefe de Estado".
ASP // JH
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