Os motoristas estão a cumprir as
oito horas diárias de trabalho. Ainda que se dividissem os 800 motoristas de
matérias perigosas por dois turnos - um que se inicia de manhã cedo, outro ao
início da tarde -, as situações de carência manter-se-iam, afirmou Pedro Pardal
Henriques. (ontem)
O advogado do sindicato de
motoristas de matérias perigosas, Pardal Henriques, considera uma
"vergonha nacional", e "um ataque violentíssimo à lei da
greve", o Governo substituir motoristas que já cumpriram oito horas
diárias de trabalho por militares.
Em declarações à agência Lusa,
Pedro Pardal Henriques defendeu que "substituir estas pessoas, que já
garantiram o trabalho delas, e colocar militares a trabalhar da parte da tarde
é uma vergonha nacional, é um ataque violentíssimo à lei da greve", acrescentando
que "praticamente 100%" dos motoristas de matérias perigosas estão a
ser escalados pelas empresas, "sem o conhecimento do sindicato", para
começarem a trabalhar às 06h00.
"Aberração", chegou
mesmo a dizer, indignado com a possibilidade de colocar militares a cobrir o
resto das horas.
"Eu estou expectante para
saber se o primeiro-ministro vai colocar o exército numa tentativa de furar o
direito à greve", disse o representante do SNMMP.
"Depois não venham o senhor
ministro ou o responsável da ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores
Públicos Rodoviários de Mercadorias] dizer que não existem pessoas para
trabalhar da parte da tarde, porque elas já trabalharam de manhã, já esgotaram
as oito horas de trabalho", acrescentou o assessor jurídico do Sindicato
Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
Pedro Pardal Henriques voltou a
sublinhar que a requisição civil parcial não se justifica "de maneira
nenhuma", já que, no decorrer do primeiro dia de greve, "os serviços
mínimos foram assegurados integralmente".
No entanto, o advogado frisou que
os motoristas estiveram ao serviço durante oito horas, as quais, argumenta, não
são suficientes, tendo isso mesmo ficado provado, para todas as tarefas
requeridas aos motoristas. "Habitualmente fazem 14 ou 15 horas, e recebem
muito próximo daquilo que é o salário mínimo nacional. Como cada pessoa não fez
o trabalho de duas pessoas, houve postos sem combustíveis", apontou.
Deixou também críticas à ANTRAM,
associação que acusa de ter requisitado os serviços diretamente aos
trabalhadores, em vez de ter feito os pedidos ao sindicato.
"A desorganização é
total", acrescentou Pardal Henriques que afirma também que o Governo quer
demonstrar que tudo está a correr bem. "Por isso, escalam motoristas para
as seis da manhã", referiu, "para além de todo o aparato
policial".
O sindicalista também assinalou
que, por serem chamados para as seis da manhã, ao início da tarde, os
motoristas entram nas horas de descanso, visto que só estão a apresentar
serviço das oito horas diárias.
Pardal Henriques referiu que os
motoristas têm cumprido e que têm coberto os seus horários de oito horas
diárias.
No entanto, afirmou o
representante sindicalista, ainda que se dividissem os 800 motoristas de
matérias perigosas por dois turnos - um que se inicia de manhã cedo, outro ao
início da tarde -, as situações de carência manter-se-iam.
TSF, com Lusa - ACOMPANHE TODOS OS DESENVOLVIMENTOS – em TSF
Foto: Rui Duarte Silva/Expresso
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