Assinantes das petições: Museu NÃO 15 mil | Museu SIM 8 mil
Petições públicas eletrónicas
contra e a favor da instalação de um museu Salazar, em Santa Comba Dão, já
motivaram a assinatura de mais de 23 mil pessoas.
Há sete dias, um primeiro
documento digital foi colocado na Internet, no site Petição
Pública tendo como subscritores o antigo líder sindical Carvalho da
Silva, o analista político Pedro Adão e Silva, a escritora Maria Teresa Horta,
o antigo reitor da Universidade de Lisboa José Barata Moura ou o cantor de
intervenção Francisco Fanhais, entre outros. O total de assinaturas contra
o museu vai agora com mais de 15 mil assinaturas.
Todos se insurgiam no texto
"Museu de Salazar, não!" e apoiavam uma outra carta aberta dirigida
ao primeiro-ministro, António Costa, em 12 de agosto, na qual 204
ex-presos políticos exigem ação ao executivo do PS, além de expressar
"o mais veemente repúdio" pela iniciativa anunciada pelo autarca socialista
local.
Segundo esta petição, o projeto de
Santa Comba Dão, "longe de visar esclarecer a população e
sobretudo as jovens gerações", seria "um instrumento ao serviço do
branqueamento do regime fascista (1926 - 1974) e um centro de romagem para os
saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril".
Entretanto, há dois dias, uma
outra petição foi criada e colocada em linha, desta feita "Museu
Salazar, sim" porque "a memória histórica de um povo não pode ser
apagada porque um minoria ruidosa assim o exige".
Neste texto dirigido à Assembleia
da República, que também já conta com 8.162 aderentes, embora não estejam
acessíveis os nomes, os subscritores dizem que não aceitam "que aqueles
que evocam constantemente o valor da liberdade se revelem inimigos dessa mesma
liberdade quando ela não vai de encontro aos seus interesses".
A Câmara de Santa Comba Dão,
no distrito de Viseu, anunciou que pretende iniciar este mês a primeira fase de requalificação da
Escola Cantina Salazar, com o objetivo de aí instalar o Centro
Interpretativo do Estado Novo.
De acorda com o município,
"a primeira fase das obras de requalificação da Escola Cantina
Salazar em Centro Interpretativo do Estado Novo vai avançar ainda no decorrer
deste mês de agosto, prevendo-se que esteja concluída até ao final do
ano".
O auto de consignação da
empreitada, no valor de cerca de 150 mil euros, já foi assinado e agora "é
altura de avançar com este projeto, cujas obras projetadas abrangem
o exterior e uma parte do interior do antigo e icónico equipamento
escolar", explica a nota.
"Este será um local para o
estudo do Estado Novo e nunca um santuário para nacionalistas. O que vai ser
dado a conhecer é um período de 50 anos da história do nosso país, que teve
como figura chave Salazar", garantiu o presidente da Câmara, Leonel Gouveia
(PS).
O autarca acrescentou
que, "de modo algum, se pretende contribuir para a sacramentalização ou diabolização da
figura do estadista", sendo o objetivo, "apenas e só, fazer um
levantamento científico e histórico de um regime político, enquanto
acontecimento factual".
António Oliveira Salazar nasceu
no Vimieiro, uma freguesia do concelho de Santa Comba Dão, mas a
criação de um espaço dedicado àquele período da história portuguesa
não tem sido pacífica ao longo dos anos.
Notícias ao Minuto | Lusa
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