sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Desconhecidos atacam autocarro no centro de Moçambique


Um ataque a tiro contra um autocarro de passageiros fez três feridos no centro de Moçambique, disseram fontes locais à agência Lusa.

O ataque aconteceu num troço de estrada junto ao rio Pungúe, entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala.

Os atacantes, ainda não identificados, dispararam "rajadas de balas" contra um autocarro que circulava em direção a norte, no sentido Inchope-Caia, na Estrada Nacional 01 (EN1), a principal via que liga o sul e norte de Moçambique, deixando marcas de perfuração na viatura.

"Três passageiros que seguiam para o Niassa foram levados para assistência no Hospital da Gorongosa", contou um morador.

Um outro morador disse que o autocarro continuou viagem depois de o motorista e outros passageiros prestarem declarações na polícia da vila da Gorongosa.


Junta Militar demarca-se de ataque

A serra da Gorongosa é um refúgio histórico de guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

Apesar de as hostilidades entre o Governo e a RENAMO terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da RENAMO, permanece "entrincheirado nas matas".

O grupo, que se autodenomina Junta Militar da Renamo, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.

Fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque, classificando-o como uma forma de "chantagem" contra a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.

Nhongo já se havia demarcado de um outro ataque ocorrido em 01 de agosto no centro do país, mas em Nhamapadza, a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, em que duas pessoas ficaram feridas depois de disparos contra um camião e um autocarro de passageiros.

Deutsche Welle | Agência Lusa

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