Um ataque a tiro contra um
autocarro de passageiros fez três feridos no centro de Moçambique, disseram
fontes locais à agência Lusa.
O ataque aconteceu num troço de
estrada junto ao rio Pungúe, entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, na
província de Sofala.
Os atacantes, ainda não
identificados, dispararam "rajadas de balas" contra um autocarro que
circulava em direção a norte, no sentido Inchope-Caia, na Estrada Nacional 01
(EN1), a principal via que liga o sul e norte de Moçambique, deixando marcas de
perfuração na viatura.
"Três passageiros que
seguiam para o Niassa foram levados para assistência no Hospital da
Gorongosa", contou um morador.
Um outro morador disse que o
autocarro continuou viagem depois de o motorista e outros passageiros prestarem
declarações na polícia da vila da Gorongosa.
Junta Militar demarca-se de
ataque
A serra da Gorongosa é um refúgio
histórico de guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Apesar de as hostilidades entre o
Governo e a RENAMO terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente
subscrita através de acordos
assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano
Nhongo, tenente-general da RENAMO, permanece "entrincheirado nas
matas".
O grupo, que se autodenomina
Junta Militar da Renamo, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os
acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e
reintegração dos guerrilheiros na sociedade.
Fonte do grupo negou à Lusa a
autoria do ataque, classificando-o como uma forma de "chantagem" contra
a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do
partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de
paz.
Nhongo já se havia demarcado de
um outro ataque ocorrido em 01 de agosto no centro do país, mas em Nhamapadza,
a 200 quilómetros
do distrito de Gorongosa, em que duas pessoas ficaram feridas depois de
disparos contra um camião e um autocarro de passageiros.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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